quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Zumbis do amor.

Procuro pelas estantes
Por entre meus livros favoritos
Pelas sombras que regem minha casa
Pelas minhas contas
Pelos meus trocados
Mas nunca acho.
Ando pelo mundo e quase sempre procurando
Até mesmo sem saber.
Por entre as saias das meninas
Por entre a boca de alguns rapazes
Agora já cansei.
E procurei demais.
Pensei que achei
Tudo ilusão.
Agora, tomei o veneno das pedras e agruras.
Virei zumbi. Virei mais um; caminhando numa multidão de amores, porém só.
Sempre só. No fundo daquele porão, aonde na vitrola você me apresentou um velho disco;
Menina de olhos verdes na capa, cabelos de chocolate e um sorriso que reconheço em mim hoje. Aquele sorriso de dor, sorriso de lado... Sorriso calado. Sorriso de quem já sofreu demais com o peso do bronze, a procura dos cristais. E ontem à noite, estranhamente eu sonhei com ela. Na sacada de um prédio, de um lugar que eu não conheço. Mas lembro-me que havia placas luminosas de frente para nós; Placas de caligrafias antigas e bonitas que muito me encatara. De frente para um lugar que me parece mais uma sacada que dá para o fundo dos aposentos dos empregados. De frente para as placas luminosas. Minha família dormia nos outros aposentos e, no sonho, eu acordava no meio da noite, sem sono. E lá, sentada na sacada com uma espécie de “camisola” branca, e aqueles mágicos cabelos de cor de chocolates soltos, chegavam até os seus ombros. Lembro que nós conversávamos e, derrepente, ela olhou-me de uma forma, que me assustava! De uma forma que nem a tua partida me assustou.
Ela segurou-me pelos braços e disse-me com clareza e desespero: “-Olha pra mim! Meus olhos são quase portais!” e ela caiu da sacada que estava sentada, eu olhei para baixo e me desesperei. Ela sumiu. Corri apavorada para cama da minha mãe, ainda no sono. Acordei. E estava em desespero. Fiz uma prece. Orei por ela, e por mim. Já que fomos e somos zumbis. Zumbis do amor; zumbis da arte... Zumbis da dor. Eu, Letícia, Maysa, fulanos, Elilsons, beltranos, cicranos e tantos outros que amam, sofrem, choram, e aprendem a levantar e seguir. Seguir sempre; seguir procurando.

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Zumbis do amor.

Procuro pelas estantes
Por entre meus livros favoritos
Pelas sombras que regem minha casa
Pelas minhas contas
Pelos meus trocados
Mas nunca acho.
Ando pelo mundo e quase sempre procurando
Até mesmo sem saber.
Por entre as saias das meninas
Por entre a boca de alguns rapazes
Agora já cansei.
E procurei demais.
Pensei que achei
Tudo ilusão.
Agora, tomei o veneno das pedras e agruras.
Virei zumbi. Virei mais um; caminhando numa multidão de amores, porém só.
Sempre só. No fundo daquele porão, aonde na vitrola você me apresentou um velho disco;
Menina de olhos verdes na capa, cabelos de chocolate e um sorriso que reconheço em mim hoje. Aquele sorriso de dor, sorriso de lado... Sorriso calado. Sorriso de quem já sofreu demais com o peso do bronze, a procura dos cristais. E ontem à noite, estranhamente eu sonhei com ela. Na sacada de um prédio, de um lugar que eu não conheço. Mas lembro-me que havia placas luminosas de frente para nós; Placas de caligrafias antigas e bonitas que muito me encatara. De frente para um lugar que me parece mais uma sacada que dá para o fundo dos aposentos dos empregados. De frente para as placas luminosas. Minha família dormia nos outros aposentos e, no sonho, eu acordava no meio da noite, sem sono. E lá, sentada na sacada com uma espécie de “camisola” branca, e aqueles mágicos cabelos de cor de chocolates soltos, chegavam até os seus ombros. Lembro que nós conversávamos e, derrepente, ela olhou-me de uma forma, que me assustava! De uma forma que nem a tua partida me assustou.
Ela segurou-me pelos braços e disse-me com clareza e desespero: “-Olha pra mim! Meus olhos são quase portais!” e ela caiu da sacada que estava sentada, eu olhei para baixo e me desesperei. Ela sumiu. Corri apavorada para cama da minha mãe, ainda no sono. Acordei. E estava em desespero. Fiz uma prece. Orei por ela, e por mim. Já que fomos e somos zumbis. Zumbis do amor; zumbis da arte... Zumbis da dor. Eu, Letícia, Maysa, fulanos, Elilsons, beltranos, cicranos e tantos outros que amam, sofrem, choram, e aprendem a levantar e seguir. Seguir sempre; seguir procurando.

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