quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um certo dia de calor.

calor.
e minha pele exala hoje o cheiro teu.
mais do que nos outros dias
mais do que qualquer outra coisa...

tenho sede.
sede da tua boca que me chama
me convida pro balé infame
dos nosssos corpos nus e entrelaçados.

cada gota de suor evapora
te vejo dançar na fumaça do cigarro,
em meu copo;

sensual e ardilosa.
me maltrata
pra depois me escravizar
nesse jogo de sedução infinito.

faz calor,
e eu quero bem mais.
até o fim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Da dor alheia.

é como se eu fosse uma mãe, querendo se atirar na frente do filho pra que a bala não o atinja. e quero. essa dor tua, essa sensação de impotência minha... essa vontade louca de te por nos braços e te levar vagarosamente à cama; despir-te de tuas vestes de cansaço, deitar-te em meu colo, cuidar-te. Beijar tuas feridas até que a dor estanque, te por à dormir com histórias engraçadas dos homens, dos reis, e do mundo que vemos ruir... queria ser teu escudo, teu amuleto, teu dógma, teu vício. teu patuá, teu búzio, teu orixá; pra te guardar de todo mal que nesse mundo existe. mas infelizmente sou mortal....

(continua.)

terça-feira, 15 de setembro de 2009


[...]


Eu que me apeteço do teu passado,
eu que sinto na pele todas as tuas dores
eu lavo dentro de mim todas as tuas roupas sujas
eu que amo cada defeito teu, como uma qualidade
eu que perdôo todas as tuas loucuras de saíres e voltares...
posso dizer que isso vermelho, que se chama teu sangue
corre aqui, na minha veia.
carne da tua boca,
coração.

Ah, esse lemanto preso; essa saudade que me corrói as veias.. essa dor que insiste em me abrigar como parasita, que infesta meu ser dessa tristeza. Meses à fio, sem comer, sem dormir, sem te ter. As coisas pareçem não mais ter sentido, os meus passos, esses meus traços cansados no espelho do banheiro... mais uma noite, das que eu risco no calendário, e ainda restam dois meses de deserto, de frio, de dor.


Isso me faz tanta falta...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Em resposta à pergunta da namorada;

Entro em casa. é tarde da noite. as luzes acesas indicam que ainda há os que resistem ao sono. largo as coisas no sofá do quarto, e enquanto faço isso vejo nossas fotografias na parede, cheia daqueles momentos especiais e felizes, que faz da nossa trajetória memorável. Risos, Beijos, dias de paz, de conforto, de alegria, e de principalmente, dias de amor. 7 meses. e desses sete meses que se passam à pelo menos uns 3 meses estamos sem nos ver. O tempo é curto, a rotina difícil. As vezes nem nos falarmos por esses cabos de fibra óptica, é possivel. Os seus trabalhos, estudos, a minha mudança de vida, meus objetivos, o meu estudo... essa cadeia se somatiza a cada dia. A distância causada pela minha falta de emprego temporárea, machuca. Dói o peito ter que viver assim, longe. E são nesses dias de correria, de aportar meus navios tarde da noite nessa casa/cais, que eu me lembro de quanto me dá saudade dessa coisa tão grande, de nome tão pequena. "Nós"; 3 letrinhas humilde e modéstias, que nos abraçam desde o momento em que escolhemos por esse caminho seguir. Nós, e um mundo de possibilidades infindas de dar certo ou errado. Nós e nossos medos, nós e nossos anseios, nós e os nossos sonhos. Mas, apesar de tudo, contudo, aos meus olhos, o amor, o nosso amor é sempre mais firme. Mais forte que todos os males, mais precioso de que todos os metais, flores de cobre e ouro, resistentes a todas as ervas-daninhas do tempo, que vem assolar nosso jardim. As vezes tu te voltas pra mim, e com ares de dúvidas me perguntas : "será que valho tudo isso (os poemas, as cartas, os esforços, os presentes, etc.)?" Certa vez vida minha, uma senhora de cabelos brancos e pele escura, dessas que tivera braço forte e alma guerreira pra luta na juventude, me disse tais palavras: "Coração alheio é terra que ninguém anda." Concordo plenamente. De ti não posso esperar o mínimo abrigo minha flor. O que te dou é aquilo que sei, e aquilo que sei, é esse amor que carrego comigo. então em resposta te digo, completando o raciocínio da minha velha conselheira negra, com uma frase do célebre patriota do além-mar* : "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

João Carranca. - Por Lays vanessa.


*Título sugerido por Janaina Amarante.
"Pedra que lasca seu brilho, e que queima no lábio um quilate de mel,
e que deixa na boca adelante um gosto de céu..."


João Bosco - Jade

O segredo dos mortos.

Pedra limpa
que espelha em mim sus ais.
brilho de granito, cor de jade

cai sobre mim como veludo
seu corpor nu, macio, quente
deslisa como águas de corredeiras

afluente em nossas pernas
líguas que cortam
os céus escuros da boca,
o chão terno das carícias;

as ruas que percorro em teus olhos
mesmo que de longe recriam esse universo
que nos transporta a floresta dos nossos desejos

tão firmes quanto outrora.
tão vivo quanto o vento
que paira pelo ar.

Gosto.

um arrepio. não daria tempo se eu não quisesse suficientemente.
mas uma sensação gostosa de prazer me inclina a cozinhar minhas letras
e servi-las para que degustes aquilo que quiseres.

sou livre, és livre
e sirvo aqui minha alma leve para você;

gosto de ler, tocar violão, pintar, recitar poesias.
gosto que você me ouça
ou não.

gosto de respirar o ar doçe
gosto de sentir o som das cores
gosto.

domingo, 6 de setembro de 2009

Signo de cânçer.

As vezes é como um corte, um porre ou sei lá que porra. As vezes é dolorido, amargo e seco. Um blues e uma bigorna na cabeça de tanto pensar nos anseios, possibilidades, medo de dar errado. Medo de não acontecer como eu sonho, medo de ser o contrário. eu bem sei que nada que se planeja dá certo, mas eu paguei pra ver; quis tentar. Odeio coisas me consumindo. não gosto dos modos mais estranhos de ser. as vezes sou bem convencional, moça comum, que gosta de namorar e ir ao cinema ver coisas de hollywood. casa, filho, mulher, sempre quis tudo isso. Segundo a linguagem contemporânea de uma amiga, é tudo cupa do signo de cânçer isso. Ficar em casa ouvindo música, escrevendo e pensando sobre essas coisas que me assolam, passar noites em claro, viver e morrer por amor, ter medo, anseios, arriscar a vida e vender a alma a quem quer que seja pela intensidade do sentido no momento, e repitir tudo isso se caso aúltima tentativa seja fracassada, e inclusive esse medo do correr das águas agora. Não me mantenho grilada, não estou preocupada. Estou longe, consiente, e levemente receosa. Mas não faz mal. Toda culpa é sempre do signo de câncer.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Para eles.

Hoje foi mais fácil de respirar. O ar está mais leve, e tudo aquilo ontem me fez bem. e não por nada de extraordinário saca? mas foi só o fato de eles estarem ali. parados, olhando pra mim... me esperando. Cheguei, pus a bolsa na sala ainda abalada, ainda derrubada. vencida pelo chumbo da perda. Mas eles me sorriram, me abraçaram, me chamaram pra fumar um cigarro. Fomos. Dividimos todos esses bichos que nos engolem diáriamente, essa mesma sensação rodeou angente aquela noite. Conversamos sobre coisas bobas, dividimos as coisas tristes e os três tentamos consertar as coisas que nos atordoavam. Dá pra consertar, eu sei que dá. e fomos lá. Pedro trouxe o pandeiro; Ivo trouxe a benção, e saudou comigo os orixás. Eu acho que eu nunca os disse, mas deus sabe o quando eu tenho apreço por suas compainhas. e caminhamos pelo mundo assim, os três. é engraçado essa coisa que nos protege e nos guarda, que se chama amigo. dedico a eles essas palavras desajeitadas. aqueles que descobrem comigo no dia-a-dia essa aventura que nem sempre flores, nem sempre trevas, que se chama viver.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sorte de hoje: Hoje pode ser um dia excelente e maravilhoso - só depende de você.

sabe quando vc se sente pesado?! pois é. os ombros pesam e o suor não escorre com facilidade?!
a rota está saindo do eixo. e eu não sei como faço pra voltar...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um certo dia de calor.

calor.
e minha pele exala hoje o cheiro teu.
mais do que nos outros dias
mais do que qualquer outra coisa...

tenho sede.
sede da tua boca que me chama
me convida pro balé infame
dos nosssos corpos nus e entrelaçados.

cada gota de suor evapora
te vejo dançar na fumaça do cigarro,
em meu copo;

sensual e ardilosa.
me maltrata
pra depois me escravizar
nesse jogo de sedução infinito.

faz calor,
e eu quero bem mais.
até o fim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Da dor alheia.

é como se eu fosse uma mãe, querendo se atirar na frente do filho pra que a bala não o atinja. e quero. essa dor tua, essa sensação de impotência minha... essa vontade louca de te por nos braços e te levar vagarosamente à cama; despir-te de tuas vestes de cansaço, deitar-te em meu colo, cuidar-te. Beijar tuas feridas até que a dor estanque, te por à dormir com histórias engraçadas dos homens, dos reis, e do mundo que vemos ruir... queria ser teu escudo, teu amuleto, teu dógma, teu vício. teu patuá, teu búzio, teu orixá; pra te guardar de todo mal que nesse mundo existe. mas infelizmente sou mortal....

(continua.)

terça-feira, 15 de setembro de 2009


[...]


Eu que me apeteço do teu passado,
eu que sinto na pele todas as tuas dores
eu lavo dentro de mim todas as tuas roupas sujas
eu que amo cada defeito teu, como uma qualidade
eu que perdôo todas as tuas loucuras de saíres e voltares...
posso dizer que isso vermelho, que se chama teu sangue
corre aqui, na minha veia.
carne da tua boca,
coração.

Ah, esse lemanto preso; essa saudade que me corrói as veias.. essa dor que insiste em me abrigar como parasita, que infesta meu ser dessa tristeza. Meses à fio, sem comer, sem dormir, sem te ter. As coisas pareçem não mais ter sentido, os meus passos, esses meus traços cansados no espelho do banheiro... mais uma noite, das que eu risco no calendário, e ainda restam dois meses de deserto, de frio, de dor.


Isso me faz tanta falta...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Em resposta à pergunta da namorada;

Entro em casa. é tarde da noite. as luzes acesas indicam que ainda há os que resistem ao sono. largo as coisas no sofá do quarto, e enquanto faço isso vejo nossas fotografias na parede, cheia daqueles momentos especiais e felizes, que faz da nossa trajetória memorável. Risos, Beijos, dias de paz, de conforto, de alegria, e de principalmente, dias de amor. 7 meses. e desses sete meses que se passam à pelo menos uns 3 meses estamos sem nos ver. O tempo é curto, a rotina difícil. As vezes nem nos falarmos por esses cabos de fibra óptica, é possivel. Os seus trabalhos, estudos, a minha mudança de vida, meus objetivos, o meu estudo... essa cadeia se somatiza a cada dia. A distância causada pela minha falta de emprego temporárea, machuca. Dói o peito ter que viver assim, longe. E são nesses dias de correria, de aportar meus navios tarde da noite nessa casa/cais, que eu me lembro de quanto me dá saudade dessa coisa tão grande, de nome tão pequena. "Nós"; 3 letrinhas humilde e modéstias, que nos abraçam desde o momento em que escolhemos por esse caminho seguir. Nós, e um mundo de possibilidades infindas de dar certo ou errado. Nós e nossos medos, nós e nossos anseios, nós e os nossos sonhos. Mas, apesar de tudo, contudo, aos meus olhos, o amor, o nosso amor é sempre mais firme. Mais forte que todos os males, mais precioso de que todos os metais, flores de cobre e ouro, resistentes a todas as ervas-daninhas do tempo, que vem assolar nosso jardim. As vezes tu te voltas pra mim, e com ares de dúvidas me perguntas : "será que valho tudo isso (os poemas, as cartas, os esforços, os presentes, etc.)?" Certa vez vida minha, uma senhora de cabelos brancos e pele escura, dessas que tivera braço forte e alma guerreira pra luta na juventude, me disse tais palavras: "Coração alheio é terra que ninguém anda." Concordo plenamente. De ti não posso esperar o mínimo abrigo minha flor. O que te dou é aquilo que sei, e aquilo que sei, é esse amor que carrego comigo. então em resposta te digo, completando o raciocínio da minha velha conselheira negra, com uma frase do célebre patriota do além-mar* : "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

João Carranca. - Por Lays vanessa.


*Título sugerido por Janaina Amarante.
"Pedra que lasca seu brilho, e que queima no lábio um quilate de mel,
e que deixa na boca adelante um gosto de céu..."


João Bosco - Jade

O segredo dos mortos.

Pedra limpa
que espelha em mim sus ais.
brilho de granito, cor de jade

cai sobre mim como veludo
seu corpor nu, macio, quente
deslisa como águas de corredeiras

afluente em nossas pernas
líguas que cortam
os céus escuros da boca,
o chão terno das carícias;

as ruas que percorro em teus olhos
mesmo que de longe recriam esse universo
que nos transporta a floresta dos nossos desejos

tão firmes quanto outrora.
tão vivo quanto o vento
que paira pelo ar.

Gosto.

um arrepio. não daria tempo se eu não quisesse suficientemente.
mas uma sensação gostosa de prazer me inclina a cozinhar minhas letras
e servi-las para que degustes aquilo que quiseres.

sou livre, és livre
e sirvo aqui minha alma leve para você;

gosto de ler, tocar violão, pintar, recitar poesias.
gosto que você me ouça
ou não.

gosto de respirar o ar doçe
gosto de sentir o som das cores
gosto.

domingo, 6 de setembro de 2009

Signo de cânçer.

As vezes é como um corte, um porre ou sei lá que porra. As vezes é dolorido, amargo e seco. Um blues e uma bigorna na cabeça de tanto pensar nos anseios, possibilidades, medo de dar errado. Medo de não acontecer como eu sonho, medo de ser o contrário. eu bem sei que nada que se planeja dá certo, mas eu paguei pra ver; quis tentar. Odeio coisas me consumindo. não gosto dos modos mais estranhos de ser. as vezes sou bem convencional, moça comum, que gosta de namorar e ir ao cinema ver coisas de hollywood. casa, filho, mulher, sempre quis tudo isso. Segundo a linguagem contemporânea de uma amiga, é tudo cupa do signo de cânçer isso. Ficar em casa ouvindo música, escrevendo e pensando sobre essas coisas que me assolam, passar noites em claro, viver e morrer por amor, ter medo, anseios, arriscar a vida e vender a alma a quem quer que seja pela intensidade do sentido no momento, e repitir tudo isso se caso aúltima tentativa seja fracassada, e inclusive esse medo do correr das águas agora. Não me mantenho grilada, não estou preocupada. Estou longe, consiente, e levemente receosa. Mas não faz mal. Toda culpa é sempre do signo de câncer.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Para eles.

Hoje foi mais fácil de respirar. O ar está mais leve, e tudo aquilo ontem me fez bem. e não por nada de extraordinário saca? mas foi só o fato de eles estarem ali. parados, olhando pra mim... me esperando. Cheguei, pus a bolsa na sala ainda abalada, ainda derrubada. vencida pelo chumbo da perda. Mas eles me sorriram, me abraçaram, me chamaram pra fumar um cigarro. Fomos. Dividimos todos esses bichos que nos engolem diáriamente, essa mesma sensação rodeou angente aquela noite. Conversamos sobre coisas bobas, dividimos as coisas tristes e os três tentamos consertar as coisas que nos atordoavam. Dá pra consertar, eu sei que dá. e fomos lá. Pedro trouxe o pandeiro; Ivo trouxe a benção, e saudou comigo os orixás. Eu acho que eu nunca os disse, mas deus sabe o quando eu tenho apreço por suas compainhas. e caminhamos pelo mundo assim, os três. é engraçado essa coisa que nos protege e nos guarda, que se chama amigo. dedico a eles essas palavras desajeitadas. aqueles que descobrem comigo no dia-a-dia essa aventura que nem sempre flores, nem sempre trevas, que se chama viver.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sorte de hoje: Hoje pode ser um dia excelente e maravilhoso - só depende de você.

sabe quando vc se sente pesado?! pois é. os ombros pesam e o suor não escorre com facilidade?!
a rota está saindo do eixo. e eu não sei como faço pra voltar...

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