segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aberta a Caça às Bruxas no estado de São Paulo.

É, meus caros amigos. Parece mais previsão, coisa feita. Há algum tempo, escrevi um texto aqui para expor o caso da sacerdotisa do candomblé, filha de Oxóssi que sofreu atentados de violência ao tentar realizar a feitura de um Ebó, em Ilhéus, na Bahia. E, tempo depois, em outro texto, tentei expor o emaranhado da rede que se formava nos cercando, e promovendo em pleno século XXI uma literal “caça às bruxas”, Pois bem, saibam, caros colegas do meu querido e amado povo-de-santo, que a caça às bruxas começou. E mais uma vez os “colonizadores cristãos”, vem disfarçados de defensores do interesse público, proibir o sacrifício de animais em ritos religiosos na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo. Se descumprida a lei, o Zelador ou quem quer que esteja realizando o corte terá de pagar uma multa em valor de 2.000 reais com direito a dobrar se ocorrer novamente a tentativa de sacrificio animal. Ou seja meus queridos amigos, os protestantes e conservadores dos partidos PT, PDT, PP, PPS, PTB,PR, PMDB, PRB, PSDB, juntamente com o vereador Laércio Trevisan, do Partido Republicano (partido que deu candidatura ao humorista “tiririca”), declararam, indiretamente, com tal lei, aberta a “caça às bruxas” no município de piracicaba, alegando a proteção aos animais. Dentro da própria cidade de piracicaba, correm boatos de que o referido PL. é parte de um MOVIMENTO chamado "ALIANÇA PARA A SUPREMACIA CRISTÃ", que tem por objetivo levar este projeto a outras cidades do Estado de São Paulo, depois, independente de quem seja eleito, encaminhar para a Câmara dos Deputados, através de deputados federais dos partidos envolvidos. Estes deputados, no momento, são mantidos no anonimato. Vejam bem o grito dos eurocentristas meus caros irmãos. Estão começando a caçada em torno de nós. Eles entraram na raiz de nossa fé, e estão planejando cortá-la pela rais, pois sem Ebó, não há culto ao orixá. Sem sacrifíco não há candomblé. E, bem articulados politicamente como são, É POSSIVEL SIM QUE ESSA LEI ENTRE EM SANSÃO! E nós meus queridos, que ainda nem temos um representante aberto nas câmaras legislativas? O que será de nós, povo-de-santo se essa bem dita lei for difundida e sancionada brasil à fora? É preciso estar preparados meus colegas, pois os tempos escuros chegaram. Bem vindos meus irmãos à essa denominada “Caça às Bruxas.”

Link da notícia:

http://www.geledes.org.br/afrobrasileiros-suas-lutas/lei-contra-o-candomble-e-aprovada-em-piracicaba-03/11/2010.html#ixzz15wCwS32O


domingo, 14 de novembro de 2010

E qual será o mistério dessas pessoas que andam a sós procurando?
Me perco em meu eu e seus labirintos. Essas ruas difusas, por onde querem me levar?
e quem saberá o que é se aventurar? Do amor, nada sei. Apenas sinto.
Aqui dentro, tudo é intenso. Ou toca ou não toca. E eu apenas vou com a música
deixo fluir, fluir...

E o que será esse vinho amargo que sai de meus poros?
o que se esconde por trás de todos os encontros casuais?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a solidão e sua jocosa dança.

Ah solidão, em que mares navegas? Vôo as sombras de teus passos arrastados, e não pela falta de amor em minha vida; mas por essa estranheza de ser o que sou em tudo, e ao mesmo tempo em nada. Esse rosto moço em que me carregas, acolhe rugas que só tu conheces.. ah solidão! Sai de teus portos soturnos e finda-te! Deixa que as correntezas marinhas te levem aqui e ali para que nos braços de qualquer mulher, possas desafogar a estranheza de ser quem tu és; tudo e nada... Pegadas destintas; grãos de areia em minha longa estrada. Ah solidão! Bebais vinho e comeis das melhores comidas... te farta solidão, pois hoje, só hoje é teu dia! Hoje é tu que faz festa. Banha-te com as aguas cheirosas, lava teu corpo estranho e talhado pelos cortes das almas que ceifastes. Veste-te com os melhores tecidos, cetim, seda, e algodão... pois até mortalha merece ser honrada. O que seria do branco no arco-íris se não fosse o negro céu em tempestade precedendo-lhes sua beleza? Calça teus pés de chumbo, empunha teu cajado, amiga minha; pois hoje, jantas com tua amada. E em lépido furor, irás te apaixonar. Vejas, tua noiva te espera! ao norte, chega em caravela. Jantas em meu convés. Pois na tua festa, empunho a pena do pesar, para escrever aqui a jocosa dança de amor das destintas senhoras, que a mesa, sentam hoje comigo. Te encorajas à saber o nome da noiva amada reservada pelo destino à solidão amiga? Pois deixo que ela lhe sussurrar ao ouvido quando quiser-se revelar. Mas te digo, que na velhice, ela se aproxima, te dando o beijo letal, ou chamando-te para o menáge que revelará teus cabelos brancos. Por enquanto, pelos sete mares navegam elas, a procura de alguém que possa ocupar a terceira cadeira ao meio de suas cabeçeiras.

sábado, 16 de outubro de 2010

"Tenho tanta fé
tanta devoção..
mas devo confessar
que todo devoto é mortal;
e as vezes, por segundos eternos
Eu sou mesmo.
devota do teu corpo, tuas estradas, nossos beijos...
madrugada."


sabe, eu queria apenas dizer que te amo.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Agri-doce

Essas borboletas que voam no meu estômago quando ainda de te vejo aqui, ausente ou ocupada demais para sentir pelo vento esse coração bobo que ainda bate mais forte. Procuro teu nome embaralhado nas letras do alfabeto sânscrito, e mesmo assim, ainda acho em claro e bom português. Você está em mim, assim como estou em você. Distante, ausente, ocupado, calado sorrindo... Agri-doce era o céu daqueles dias de frio na barriga enfrente ao computador, nesse mesmo céu de acrílico que cintilava emoções tão brilhantes e novas quanto as luzes da cidade se acendendo pouco a pouco após um purpuro crepúsculo. E você? você costumava passear por aqui as abertas, e flutuar em minhas letras. tenho certeza que ainda olhas. ainda que escondido, olhas este velho canteiro. Gostoso é lembrar quando não há mais dor entre nós. Agri-doce é o gosto da felicidade simples que construímos para nós longe um do outro. E mesmo aquele caderno amarelado, ainda anda flutuando pelos ares do meu peito. como um carinho. Agri-doce foi te esquecer sem te perder no tempo e no espaço de ser ou estar. Agri-doce é amar de novo com um sabor único. Sorvete de criança, algodão doce de se saborear... Talvez até melhor do que aquele alvo chumaço que nos pertencia. Porém a vida que se iguala à um parque de diversões à plenos pulmões, e, te traz de volta como um balão vermelho que flutua em um céu azul de manhã de domingo. Agri-doce é recomeçar do zero e me lançar ao sabor dos ventos levada por um novo e grande amor. Agri-doce é te amar não te amando; Agri-doce, é não precisar mais de ti como um antídoto ou cura para as minhas antigas doenças de outrora; Agri-doce é saber que estarás sempre lá, sem mesmo estar. Agri-doce é olhar todas as minhas cicatrizes curadas, e ser feliz, bem feliz.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cansando a vista de quem vem pra ver.

Cansando os olhos.
Já é tarde
e eu preciso dormir
amanhã é dia tenso
mas eu não entendo.
não consigo
dormir
grunir
como qualquer vida inerte na madrugada.
rock'n'roll e sobriedade
cansando a vista
e a visita
de quem vem
apenas para
ver.

domingo, 10 de outubro de 2010

?

Madrugada
Insõnia
Música
moska
tédio
café.
internet.
solidão
fome
de amor
do meu amor.

Brincando de sonhar com o futuro.

"E agora, imagino um domingo calmo, tranquilo e cheio de flores. Estou no jardim, sentada numa velha cadeira de balanço... as crianças correm. no som, "Painter song"* toca ligeiramente sussurrante na voz da Norah que entoa os meus cânticos de paz. Suja de terra, e com o joelhos ralados, e uma menininha dana-se a correr atrás de um cachorro. No outro canto o menino entrete-se com seus castelos de areia e bolinhas de gude. Ao meu lado, uma moça de meia idade: Cabelos esbranquiçados pelo tempo, mãos um tanto calejadas da lida diária, e olhos castanhos que me aquecem como dois sóis leitosos em brasa;

um violão no canto da casa, um cheiro gostoso vindo da cozinha. Anoitece, e o cobertor de lã da felicidade simples, nos protege do frio da solidão no mundo lá, fora de nós.
'

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

olhava para a câmera lentamente. um tanto nervosa, piscava e mordia os lábios.

"-Amor, ponha o fone de ouvidos."
"-porque amor?"
"apenas faz o que te peço, por favor?!"

aceitei sem hesitar.
exilou-se à sala da nossa casa, levou o computador.
e quando voltou, trouxe o mais belo filme de amor que já pude ver em minha vida.
ela despiu-se ali, pra mim.
despiu-se de muros e vestiu-se de palavras;
Ah, palavras...
aquelas eram as palavras mais doces que eu já pude ouvir.

preto-e-branco era o vídeo, coloridos de lágrimas e emoções eram seus olhos.
hoje, o filme roda em minha cabeça.
e me sinto abençoada
por ter matado minha sede em suas fontes de luz.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Do amor

bebo de teu sangue
fumo de teu cigarro
absorvo-te as gotículas de vitalidade que te restam;

sorvo para mim todos os teus sonhos mais lindos
Alimento uma a uma tuas esperanças
te faço infante, valente guerreiro
corajoso e garboso
faço-te pouco à pouco caminhar para o precipício.

e depois de glórias sem fim
o amanhecer de um sol leitoso e maduro;
quente e maternal como um dia de domingo...
ou não.

dou-te à outra façe:
dor, sofrimento, noites sem fim.
poemas, jazz and blues.


Ah, quem sou eu?


o amor meu caro, o amor.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Carta aos amigos.



Eis que posso dizer feliz: Meus amigos me matam de orgulho. Eles são o que nunca fui. Eu? Eu apenas brinquei. Brinquei feliz e arredia de ser menina, cantora, atriz, instrumentista e escritora (brinco agora, aqui). Cheia de mim, quando chego de viagem, vez ou outra sou convidada a platéia; Luzes, cores, sons, imagens...Através de seus olhos ávidos, sedentos, eles me levam ao mundo e suas estórias fantásticas. Ao final, um abraço gostoso.. um afago e sorrisos. Volto pra casa nostálgica, triste e saudosa dos tempos em que brinquei de estar do outro lado, no palco com eles. Hoje, os ventos me sopraram pra longe e daqui, de onde estou, vejo brilhar aquela estrela dourada nos olhos dos moços e moças com quem eu ria e cantava nos quentes Dezembro. Praça cheia, sol à pino. "..Estranhem o que não for estranho..."; pétalas de rosas, sonhos e aquele cheiro de juventude pairando pelo ar. Hoje a brincadeira ficou grave. Brinco de ser adulta o tempo todo, descobri aqui meus amados, que caçar o sol e apertá-lo com a mão é tão sério quanto as notas graves das canções que fizemos.Já não tenho tempo pra brincar de poeta e quase nunca empunho o violão. Porém a poesia daquele operário jamais se calou dentro de mim. Ela brilha numa explosão reluzente cada vez que vejo fotos de vocês, atuando em lugares diferentes. Feliz é ver que a brincadeira se tornou grave. bom é saber que sonhos nunca morrem. e eu os guardo aqui, todos vocês, como as coisas mais preciosas que já pude conquistar. um beijo na alma de cada um,

Lays .


Dedicado à Elilson, Dêdê e à todos os meus queridos amigos do Nucleo de pesquisa em teatro do SESC Santo amaro, Recife -Pernambuco.

domingo, 19 de setembro de 2010

Áquosa.

Água
Líquido fluídico que nos envolve
Sagrado ou profano?
Amor alado.

Noite escura
Percorro os caminhos de meu sangue
Em tuas veias.

Suspiros abafados e lentos.
O brilho das estrelas não ofusca
E sim convida.

O galope alado de nossas almas nos guia
Para onde iremos?
Aonde vamos chegar se a incansável busca nunca cessará?

sábado, 11 de setembro de 2010

O Senhor das Folhas

Era uma vez, um moço que vivia dentro da mata. Cuidava das plantas e das flolhas. Sabia de todas as funções homeopáticas e curava através das folhas. Seu nome foi perdido entre o espiral do tempo, e as gerações de hoje, só o conhecia em terreiros de candomblé. Um dia, uma moça foi passear pela floresta que perto de sua casa existia. Banhou-se nas aguas da cachoeira, mastigou folhas de hortelã, e se esqueçeu da tarde que caia por entre o horizonte vermelho. Já era noite, e ao voltar para casa, deparou-se com um homem de feição moça; peles de carneiro cobriam seu corpo e havia em sua cabeça um gorro verde ornado com folhas e palhas-da-costa.
-Qual é o seu nome? Perguntou a moça curiosa com os olhos pregados em suas vestes de caça.
-Diz-me com quem tu andas que te direi quem és. Disse o formoso negro a moça de pele alva e cabelos loiros.
-Mas eu não quero dizer quem eu sou, apenas perguntei o seu nome!
-Meu nome está encima das árvores, em cada folha meu nome está guardado; gravado em cada cura, em cada chá pra dor de barriga ou para dor de cabeça. Agora vai moça, que hoje, tunão saberás, porém no dia em que nasceres descobrirás quem eu sou.
E como veio, foi-se o homem misterioso coberto de peles de carneiro, pulando mistériosamente numa perna só. A moça seguiu seu caminho para casa entrigada com tanto mistério. Pensou consigo mesmo: “Será que estou ficando louca? Agora dei para ver saci no meio da mata!”
E o tempo veio dançar com a menina como o vento dança com as folhas. Os anos se passaram e de menina, a moça se tornou uma bonita jovem, cheia de vida e sorrisos. Um dia, Quando passava por um sítio misterioso, onde ninguém da vizinhança ousava passar, a menina sentiu uma tontura estranha... algo que nunca tinha sentido. Rufaram-se os atabaques; Tudo foi ficando escuro, e quando acordou, Estava no meio de um povo estranho... homens e mulheres de branco, chocalhos estranhos e atabaques batiam e soavam tão forte que sentia vibrar em sua alma. Um cheiro estranho, lhe tomava as narinas; Cheiro de mato, cheiro daquele homem mistérioso que havia visto a tantos anos atrás; Derrepente, suas forças foram foram esvaindo-se devagar, e algo pegava-lhes as carnes e as tremia como que para mostrar-lhe, como que para dizer-lhes: “Estou aqui!” E nem o mais ateu dos homens desconfiaria daquelas forças tão estranhas que lhe tomava o corpo daquela forma. Logo, um brado surgiu de sua boca. Um brado que cortava-lhe a garganta de tamanha força: “EWÊ, EWÊ; MINHAS FOLHAS!” E derrepente, tudo fazia sentido. Nada mais era noite escura. E no meio daquele salão, como num sopro de brisa, um nome foi soprado em seu ouvido. Todos a carregavam pelos braços. E de salto balbuciou: “VIVA MEU PAI OSSAIM, O SENHOR DAS FOLHAS”.
E desde então, surgiu uma moça, que encontrou no mundo em que tudo era perdido, o nome do senhor das folhas.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

de onde vem essa solidão enferma que se recai sobre esse coração.
uma mulher, um bálsamo de amor.
doçe, ó quão doce é seu amor.
porém sem amigos, um homem não sobrevive


por onde se alimenta essa dor infinita?
aqui há apenas amor.
e um coração sangrando ao som vibrante dos atabaques;

chacina!
mataram as 20:00Hs um coração.

domingo, 15 de agosto de 2010

As águas do rio que me leva não tem volta. E outra mulher desabrocha em mim. Aos olhos dos homens, a mesma que bebe e come entre eles. Aos olhos de deus, brancos panos e ervas de cheiro.
Ah, como a minha nova vida cheira! E o meu amor é mais forte, minha cabeça hoje amadurece. um velho de barbas bracas e encaracoladas me disse: "-hoje, minha filha, você será a menina dos olhos de oxalá.'

sábado, 22 de maio de 2010

esse nó que não se desfaz
essa coisa que não sai de mim
eu sou livre
porém cativa
tenho medo, tenho medo
tenho medo do que virá

e virá de bom?
virá de mau?

virá tal qual eu plantar
posto que tudo é colheita.
tudo é jeito
tudo é semente.

domingo, 9 de maio de 2010

quarenta dias no espaço... em algum planeta deserto; talvez de lá eu consiga voltar a ver o que eu não vejo de perto...

domingo, 25 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Madrugando.

ando zanzando por essas noites de insônia, ando de mal com meu travesseiro. Trabalho, vadio pelo mundo cibernético cedido pelo meu vizinho, e sempre me anda uma lacuna à preencher. qual inquietação seria essa que me invade toda a madrugada? talvez se você estivesse em minha cama, à essa hora, eu saberia. Jazz, R&B, Blues... toda essa música, toda essa coisa de sensualizar... o nosso amor à flor da pele a cada dia que cresce... Essa cama é grande demais para me caber sozinha. Presa entre as quatro paredes de meu quarto, agora chove. Uma chuva lacrimosa que vem matando dezenas de pessoas e desabrigando outras milhares. Eu, mais uma desabrigada pela lacrimosidade dessa tua ausência latente aqui, em plena 03:40 da madrugada.


Erykah Baduh diz:

"Damn y'all feel that"

e eu sinto. cada vez mais...
anseio, cada vez mais...
DESEJO CADA VEZ MAIS.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Minha mulher, cuidado meu. - Por, Lays V.

Só Pra Sacanear.



Só pra sacanear
aqueles que atravancam meu caminho, eu vou cantar. vou subir de dó à dó; vou cantar pra subir.
Só pra ME sacanear eu vou sofrer. vou sofrer pra caralho e vai doer. Mas só pra variar, vou pintar; 1, 2, 3, 4,5 divinos retratos da minha tristeza, da minha alegria, da minha fome, da minha lombra, da minha onda. E vai ser assim. Só pra sacanear vou produzir.. E é essa a palavra de ordem por aqui: C-A-T-Á-R-S-E. Vou produzir mais e mais quadros, canções, camisas, textos, e tudo que vier pela frente. É assim que sei respirar. E se um dia eu não tiver nada, nem mesmo a roupa que carrego em meu corpo, isso ninguém me tira. MINHA ARTE É MINHA. Meu sonho, é meu. os pés que sangram e as dívidas também são minhas. Então se é pra sacanear, que seja eu também a protagonista da tragicomédia.


*E cá pra nós: Nada melhor do que a voz forte da nega olléria, e a força dela pra sacanear né não?

Use to be stronger than me;

quarta-feira, 7 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

Body Art. - Por, Lays V. e Céu.

"Ao passo que tudo em mim é infinito, meu único regozijo é o céu azul, numa manhã ensolarada."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

No olho do Furacão

A necessidade de expandir meus limites me inquieta. Não sou da sala-de-jantar. Onde é? o que é? quero conhecer... quero saber. saber porque o mundo é redondo e a vida é torta. E por ser torta, a vida é linda! e quero assim transcender: Sergipe, Pernambuco, Nova York, chego já! Meu coração me disse que o mundo é meu, e cabe na palma da minha mão. Tá no meu bolso malandro! tá no meu bolso esse coração pulsante que respira as artes e suas variantes; Quero aprender a falar Inglês, bonito, aramaico, esperanto; Quero levar o meu canto aos quatro cantos do universo para fazer esses versos jogados ao vento, reverberar! A necessidade do novo, do inesperado, do desconhecido me avassala. E nada, nada pode me segurar. Que Deus, Buda e Basquiat me protejam, pois meus caros amigos, eu vou me jogar nesse buraco colorido, cheio de som e palavras dispersas onde existe uma placa esvoaçante com o meu nome. Ali é o meu lugar; No meio dos pincéis e tintas, das penas e palavras, No palco, no foco, No olho do furacão.

domingo, 28 de março de 2010

Sobre o Torto. - ou, Reflexões sobre o aborto de Fernanda

Ninguém me perguntou, mas como bom ser pensante que sou, decidir responder aos meus pensamentos póstumo a leitura de textos de um blog chamado movimento torto, nome que também intitula um movimento criado por estudantes e ex-estudantes sergipanos da universidade federal de Sergipe (UFS). A minha visão do torto, dando minha própria interpretação com base no Podcast do Sr. Roosevelt Leite, é a de um ângulo de desconstrução. Desconstrução da certeza, desconstrução das convenções tradicionalistas e limitadas da sociedade em que vivemos. O torto aborda, através dos textos de Reuel Machado, Roosevelt Leite, Vina Torto, Josué Maia e João Paulo dos santos, os assuntos e idéias marginalizada pela sociedade ora pelo preconceito, ora pela ignorância, ora pelo "não-saber", ora pela certeza estabelecida por convenções antes citadas. Ser torto, não é apenas um modo de pensar sobre determinadas coisas. Ser torto é estar aberto para o que a vida, com toda sua complexidade e grandiosidade pode nos oferecer. Quem inventou a certeza das coisas se nada é eterno? quem pode ter pensamentos exactos sobre a vida e sua complexidade se ela vai muito além do que os nossos sentidos podem chegar? Li hoje um texto do vasto e rico arquivo do torto. O Sr. Roosevelt Leite conta, numa linguagem doce, lúdica e belíssima a história da aparição de Pai Joaquim das Alagoas, uma entidade ancestral do tipo Babalaô para Fernanda, uma jovem que se via em um mar de dúvidas sobre abortar ou não um filho de um homem casado que carregava em seu ventre. Tocou-me muitíssimo o modo no qual, Sr Roosevelt tratou sobre um assunto tão marginalizado e distorcido quanto as religiões de matrizes africanas e suas respectivas entidades espirituais. Suas palavras, embebecidas de candura e ternura, embalaram um tema marginalizado e retorcido de controvérsias pela sociedade monoteísta e cristã em que vivemos. Me emocionou muito o olhar que foi dado ao Pai Joaquim; Uma ótica bastante semelhante aos “espíritos de luz” do Kardecistas. Banhado de uma leveza e de uma Inocência bastante peculiar; A inocência do “não-saber”. Pai Joaquim, com suas vestes de escravo, pele preta, e seu possível desconhecimento do “saber” do homem branco, se mostra um espírito sensível e evoluído nos degraus do conhecimento humano, com notas de pureza em sua forma de aconselhar a garota, de acordo com as leis da natureza.
Pai Joaquim ocupa um espaço de ser iluminado, mesmo não possuindo a carga de conhecimento exigida pelo homem branco para ser espírito de luz, dando assim uma outra aresta de visão para a entidade ancestrálica que permeia os terreiros das religiões de matrizes africanas. Achei extremamente necessária essa visão, quase oposta da maioria das pessoas. Pois para que as pessoas possam enxergar as coisas de uma forma diferente, é preciso ter uma aresta de visão diferenciada como opção, além daquela deturpada pelas convenções sociais europeizadas, citadas aqui, no caso do preconceito contra as religiões de matrizes africanas. É isso. Ao melhor estilo torto de ler as coisas, essa desconstrução doçe do conceito deturpado que a população sorveu sobre o universo das culturas de matrizes africanas, vem trazendo outra aresta, arrojando o nosso delimitado campo de visão.

sábado, 13 de março de 2010

"...-Hoje percebi a sorte que tivemos de nos conhecer aquela noite, isto é, apesar de tudo. Apesar de vivermos nesse lugar, apesar de nunca ter tido nada novo, apesar de nunca ter saído de férias, você não se queixou uma vez. nem se quer uma vez. Eu gostaria de ser melhor pra você. ..."

Trecho do filme "Minha vida sem mim"



As vezes vemos e ouvimos coisas que nos dizem exatamente o que sentimos e pensamos. Hoje, decidi por na capa do nosso caderno de culinárias esse trecho do filme "minha vida sem mim", porque realmente me senti no papel do personagem que dá essa fala numa cena crucial do filme. Hoje, tive a mesma cena na vida real. Mas não no mesmo contexo do filme. Foi só um pôr-do-sol. Mais um pôr-do-sol ao lado dela. e com o gosto doce de ser absorvida por seu amor, pude perceber mais uma vez o quão sortuda nós somos, apesar de tudo, é claro. Dos meus defeitos, dos pequenos egoísmos, das poças embriagantes onde as vezes me afogo, destruindo-me e a machucando... Ela não reclamou uma vez. uma vez sequer. Porém, ao contrário do personagem do filme, que tinha um desejo no passado, vou transpor ao presente. pra dar o melhor de mim à ela. nossos sonhos, nosso mundo, nossa vida, nosso amor. Como numa receita do tal caderno no qual eu anotei esses versos.

Te amo minha vida.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Palavras do pequeno monstro.

"...E o pequeno monstro abre os olhos na claridade infinda de uma manhã de sol. Existir dói..."


Nono. Décimo... Quinquagésemo. Já não mensuro quantos Rounds eu já fui à lona. Parece uma maldição lançada ao meu destino antes de nascer. "Perderás para a maldita, até que um por um exorcizes e enfrentes teus demônios com a espada da luz." Pois bem. Estamos aqui. Face à Face no ponto limite de um abismo sem fim para a maior das batalhas. E te digo, chegar aqui onde cheguei não foi fácil. Quantos tombos, quantas noites em claro, quantas ressacas, quantos amores perdidos, quantas mágoas cometidas, quanta lama... quanta vergonha. ´
Minhas lágrimas hoje formaram um rio, e já não tenho mais medo. Se quiseres que venhas! Pois não vou me entregar. Sei que chegou a hora do fim. Ou do meu ou do teu... Nefasto líquido que envenena minha razão. Dessa vez não me levas à lona,  não vou desistir. Vou seguir em frente e até que te distroçe em estilhaços o sonho luminoso da razão.

Foi-se o tempo em que pra mim o ébrio  era poético, por isso bates a porta e não te despedeas ao sair. Não quero mais ser  esse pequeno e asqueroso monstro desenhado por ti sobre minha face.

12 de Março.

Obrigado por existir até quando você não está aqui, mãe. te amo.

sábado, 6 de março de 2010

Um Jazz para minha insônia.

Um jazz para a minha insônia
catárse para a minha inquietude
trabalho para minha arte
Mulher, minha célula por toda parte

e nunca estarei de mãos vazias.

O colo dela para o meu pranto
para o meus limites
o céu a zul de verão

para os que não me aceitam
paciência
para os que me querem
vinho doçe e mel.


porque essa vida, é única
e por ela não passo em branco.
porém deixo marca leve
como esse jazz
na minha alma.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Poética da saudade.

Entre furacões e temporais vou vivendo aqui no outro hemisfério. Sem tua presença aqui, outro dia de chuva. a moça do tempo anuncia uma noite de calor, porém nada aqui me aqueçe. Longe do calor da nosa cama, longe do brilho dos teus olhos que são tão meus que me servem de faróis... nada ilumina. e aqui vou seguindo no breu minha vida, esperando ávida o dia de voltar e vestir-me com tua pele. Aqui, colombina e pierrôt brincaram juntos e apaixonados em plena folia de momo; e eu lá, ao meio da multidão apenas observava o céu enquanto uma lágrima caia. esse era nosso elo de ligação quando nosso amor ainda era o fruto de um sonho irreal e distante, você se lembra? Ficávamos noites e noites a fio, acordadas olhando o brilho das estrelas... nos embriagando de palavras doces como o vinho daquela noite que selou nosso compromisso ao calendário. Naquela noite fechou-se o primeiro ciclo. Um ano de amor ao teu lado e mais do que tudo, 365 dias valsando a doçe melodia da tua voz chamando meu nome. Hoje sinto tua falta, voei até o longo hemisfério sul. Porém hoje sei, tu és meu norte, meu braço forte, meu cais, meu lar. Por isso te acalmas. Espera, rente e lenta sob a lua cheia minha vida, pois em breve eu hei de chegar ao nosso lar. 

Mais do mesmo.

sabe, eu ando meio cansada disso tudo. é difícil voltar depois de tanto tempo e ver que nada mudou do lado de lá. os mesmos desrespeitos, as mesmas criancices, as mesmas atitudes medíocres de pobreza de espírito.

Até quando essa merda vai durar?
até quando o cansaço vai ser sempre a fórmula da vitória?

Sabe, eu ando meio cansada do mais do mesmo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010


talvez eu esteja precisando de um pouco mais de primitivismo na minha vida.
a sede de produção não cessa nunca...






ah, esse cara é um deus.

Sobre as palavras que não são pra ser ditas.

Existem coisas que não devem serditas por ninguém, em momento algum. Simplismente porque elas não conseguem ver a luz do "além-de-nós."
Dentro de mim, há um relicário ambulante. desses que se encontrarm aquelas fotos velhas e amareladas de um passado que foi, as vezes bom, as vezes não.
Eu as vezes reluto contra isso. é pesado demais carregar toda essa coisas de lembrar do que não é pra ser dito. e dentro de mim há milhares dessas palavras que não deveriam ser ditas encima da estante, detro das cristaleiras do meu coração. sufoca, e são frágeis. eu queriam que fossem embora depressa, pois ocupam espaço por demais. Porém, essa mobilia, e todo esse entulho de lembranças e cicatrizes são os tijolos de vidro que me formam. Ontem a noite cortou-me um desses cacos. contem a noite fui imune ao sangue que jorrava. ontem a noite expurguei de mim uma pequena pedra. até que enfim.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dá licença, agora eu vou viver!

E todos esses anos trancafiada na barra das tuas calças
enquanto você dorme, eu trabalho.
E se você passa na cara, deixe estar.
meu dia chega antes de você acordar.

humilhação, dor, perseguição?

ficaram pro teu mundo, pois tudo que você faz, um dia volta pra você.
enquanto você boicota um degrau para que eu caia,
eu subo 3 onde teus olhos não podem alcançar.

Esse mundo lá fora é todo meu, velho homem. e eu vou alçar vôo antes que vovê possa imaginar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

E sabe que às vezes eu preciso?

Preciso.

P-R-E-C-I-S-O.


Preciso do cheiro do mar e da sensação de maresia corroendo. Corroendo os móveis antigos e escassos da casa de praia, e corroendo as dores do coração também.
Preciso de um violão a tira-colo pra me acompanhar nessa solidão gostosa e inspiradora.
Preciso lembrar com saudades do sorriso da minha morena; Olhar o céu azul-marinho e estrelado, e ao invés das noites de insônia, enxergar apenas poesia imaginando que cada estrela reluz o brilho dos olhos dela, que de tão meus, me perco como nos corredores da minha própria casa.
Preciso de um reggae, que no meio da madrugada, nessa selva de concreto e pedra me leve a transcender energias positivas.
Preciso de renovação espiritual, através da natureza.
Preciso me encontrar, me achar, olhar o horizonte. E nesse horizonte, me encontrar com Deus e suas belezas, que cada vez mais passam despercebidas aos nossos olhos, devido a esse cotidiano louco e apressado em que vivemos.
Preciso do amor da minha mãe, da força e astúcia do meu pai. Preciso da doçura e da delicadeza da minha tia, e preciso da perseverança da minha irmã. Preciso do cuidado e dos conselhos de Alinny, preciso do amor e do colo de Céu. Preciso das besteiras de Grau, e do som e da magia de Reuel. Preciso sabe?! Preciso ouvir o som gostoso da voz de Fábio quando me chama carinhosamente de “neguinha”, Preciso ver os olhinhos lindos de Ailma brilhando pela minha chegada, e a risada gostosa de Rodrigo junto com a minha. Preciso da ternura de Wellthon, e preciso da May, orgulhosa de mim, me abraçando e me chamando de “baby”. Preciso também das tendências modernas da Lú, e do espírito mundano e estrangeiro de Brayner. Preciso beijar o chão do meu lugar, a mão dos meus avós. E cada uma dessas necessidades me formam. Fomentam cada vez mais essa minha sede de sempre querer mais. Mais o bem de quem está ao meu lado, e de quem não está também; querer orgulhar mais, crescer mais, amar mais, viver mais.


É. É bem disso que eu preciso.
Preciso.

P-R-E-C-I-S-O.

De mar, violão, paz interior e dos meus amigos. Que são parte de mim.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Bilhete à Martha Medeiros.

“Bom mesmo é o livro que, quando terminamos de ler, temos vontade de ficarmos amigo do autor, só para telefoná-lo, quando nos der vontade. Pena que isso acontece raramente.”



J.D Salinger.







Bom. Eu não sei muito sobre ele, ou sua obra prima. Apenas aquilo que noticiam no jornal após sua morte, nos tele-jornais. Nunca fui assim, uma “devoradora-de-livros-maníaca-compulsiva.” To aprendendo a pouco o hábito gostoso de recorrer a um bom livro quando a insônia aperta.

Porém, tenho que concordar. Nas últimas noites de insônia, tenho lido um livro de crônicas maravilhoso, chamado “Montanha Russa”, da Martha Medeiros.

Acho fantástico o jeito como ela descreve os nossos sentimentos cotidianos: Paixão, Medo, Ódio, Liberdade, TPM... tudo sem mitos, sem receios. Gosto dessa sensação que tenho quando a leio. A sensação de que para estar do outro lado, do lado de quem escreve, não precisa ser um “Ilustríssimo intelectual da academia brasileira de letras (não que eles não tenham seu valor, claro!), Nem deus, ou semi-deus; Precisa apenas ser humano e estar bem vivo. Aliás, mais do que estar vivo, é preciso estar vivendo. Vivendo todos os dias. Cuidando da casa, assistindo TV de meias, camiseta e com um pacote de Ruffles na mão, sendo gaúcha (no meu caso pernambucana, sim sinhô!) e viajando pra Nova York (no meu caso, indo louca para Aracaju atrás da mulher da minha vida).

Eu, você que me lê, a Martha Medeiros... Todos nós estamos vivos. Vivos! Vivinhos da silva e sujeitos a tudo que essa vida cheia de altos e baixos possa nos oferecer.





E quer mais montanha-russa do que isso?



É isso que me motiva a escrever mesmo que quase ninguém me leia. Eu estou viva, e sobretudo, estou vivendo. Passando no vestibular, saindo da casa dos meus pais em plenos meus 19 anos, me mudando para outro estado em busca de um amor... A minha montanha-russa é a minha própria vida. E é ela que me fez e me faz largar todas essas palavras aqui.

Não terminei o livro ainda. Estou saboreando-o como um vinho argentino de boa safra.



E quer saber?



Segundo a citação de J.D Salinger, eu bem que gostaria de bater um papinho com a Martha Medeiros; Nem que fosse por e-mails ou MSN.





segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O lado Escuro da Lua. - Ou, Lilith.

"Bárbara, bárbara.. onde estou, onde estás? meu amor, vem me buscar..."

Chico Buarque - Bárbara.



[...]

E então, entro nesse mundo novo e cheio de coisas que não conhecia. De lá de fora, nunca havia avistado tanta delicadeza. Teus olhos negros que me olhavam profundo e sereno me encantavam cada vez mais naquela noite em que decidiste ir ao meu encontro numa clareina, no meio da mata.
Sem bilhetes, sem convites, e premeditações. Apenas me olhaste, e, te disse em segredo que tinhas de ir, pois lá te esperava.
Teus cabelos negros refletiam a claridade em minha face, ao tocar tua pele morena acobreada pelo sol.




E quem dirá que é impossível?



(onde estou.. onde estas?)



Onde te encontrar nesse mundo novo e cheio de cores mornas e fortes, como um rio que deságua em te compor?
Os olhos dos amantes recaem sobre minha imensidão prateada navegando presa à esse céu negro, mas o meu maior segredo só tu, bela flor, é quem sabe.




Pois foi a ti, a quem dediquei o lado obscuro da lua. Lilith. Que os homens não conhecem, e não hão de conhecer.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Grains de Beaute. - Ou, Paradeiro.

Agente se acha.
em segredo, agente se acha.
pelos prédios e olhares de outras cidades...

agente se acha.
agente se acha nesses poemas para outros
E lemos claustrofóbicamente nossos nomes abafados e excluídos de nossas agendas, almas e cadernos.

ah, eu sei.
agente ainda se lê.



Você ainda me lê.


E anda a procurar como traça
os motivos do esquecimento súbito em que te joguei
(não joguei).
mantenho tanta distância que me lembro de vez em quando.

Na fumaça do cigarro, nas madrugadas chuvosas
Cicatriz que lateja louca no frio.
Me contorcendo e retorçendo nessa cama que nem conheçe teu cheiro


Só pra me lembrar
só pra deixar claro
só pra me gritar





Que perto desse muro que nos separa, existem mil correntes elétricas e doses severas de veneno para quem ousar a revirar as lembranças e voltar no presente para saborear o fruto proibido que pertençe ao passado.

Janeiros.

Aracaju, 08 de Janeiro de 2010. 01:21Hs.



A insônia me ataca mais uma vez. E esse apartamento vazio como uma concha, faz ecoar todas as notas ressonantes do meu ser. Olho as paredes, as pinturas, as gravuras do meu ser imprimidas nessas paredes. Fernando pessoa sorri em sua divertida caricatura em minha janela, enquanto Leminsky franzindo as sobrancelhas, faz-me lembrar que "amar é um elo entre o azul e o amarelo".
Hoje foi um dia bom. Fomos lá, eu e ela, recolher o fruto de seu trabalho. E foi lindo pra mim vê-la crescer mais um degrau embaixo dos olhos daquele homem que tanto duvida de seus potênciais.
Toda uma felicidade cotidiana das sextas feiras. Ela me deu um presente. Um presente que eu costumava dar, ao invés de receber. E ainda me pego olhando com um sorriso bobo no rosto para minha mão direita que agora é enfeitada por algo que simboliza o primeiro ano de uma longa jornada que se iniciou no janeiro que se passou junto com o ano de 2009. É outra vez janeiro e com muita garra e dedicação cheguei aqui. Deliciosamente engraçada essa sensação boa de tirar os sonhos do papel. Agora é real e estou aqui, nessa noite de insônia olhando para as paredes dessa casa. Meu quarto, portando lembraças e cheiros de momentos que foram e são só nossos, a sala que armazena de cada amigo uma risada, de cada visita um traço, um gesto de bondade e compaixão a nós. As taças, os vinhos, as velas... cada tom, cada jogo de cama, cada toalha de mesa... Finalmente estou aqui. E não me satisfaço com isso. Talvez meu maior defeito seja não parar de querer nunca. Então eu quero. Quero que ela faça as malas, quero que ela venha ocupar o outro lado da cama que ganhamos, Quero que venha dividir comigo essa mesa de café da manhã. Os cigarros, os beijos mornos, as TPM'S, as risadas, as lágrimas, as brigas, as contas, e toda essa vida de gente grande que decidi antecipar por nós. Todo esse regozijo de liberdade, toda essa responsabilidade que já assumimos. E depois que a tiver aqui, ainda não vou parar de querer. vou querer o mundo, com a mão dela na minha: França, Bogotá, São paulo, Recife, Aracaju... vou querer o Rio de janeiro e toda aquela copacabana nas cordas do meu violão. Pois vejo que cada vez que ela se achega em meus braços, o mundo cabe mais em meu bolso. E portátil se faz a felicidade, já que assim, me sinto completa.





Que esses ventos de janeiro nos leve para longe, estando cada vez mais perto.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aqui cabe um brado.

Para Ellen oléria.




Sabe aqueles dias em que você pensa em desistir?! SABE AQUELES DIAS EM QUE ARDE A TARDE QUE CAI CADA VEZ MAIS DEVAGAR?



e sabe quando nesses dias você ouve uma música que chega como um clarão na sua escuridão particular, onde você se arrepia e se contorçe de tanta verdade que te atinge por inteiro?! é isso que sinto quando ouço essa mulher. E a admiração cresce cada vez que ouço a a voz, e os brados de desespero por uma realidade melhor. somos assim: não queremos nada, além de algo melhor para os nossos filhos e netos. e não fazemos nada além de lutar por isso. E por isso me arrepio dos pelos da nuca até os ossos do cóxixs, quando ouço no meu som que "cabe um brado". E não porque a letra da música seja bonita, não mesmo. me arrepio toda poque nunca houve uma vedade tão forte que alcançasse tanto minha alma sedenta de brado. Do brado que só eu posso emitir.. como ela fez, quando compôs essa canção.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O romançe proibido da mulher e a lua.

Há por trás de um céu escuro, uma lua bólida e branca que se esconde. Nua... Branda.
Como tua lânguida façe que passeia por entre meus pensamentos agora.
Talvez desejasse muito um amor
[O brando, claro e límpido]

Mas nunca quis;
nunca olhei.
nunca vi a lua branca e cheia de beleza como vejo agora.


E quem diria que, entre as pedras nasceria uma flor?


Quem dirá a verdade sobre esse céu negro que esconde tu, lua branca que veio tocar meus lábios com teus raios prateados pela janela?



quem dirá?




Quem dirá o segredo que é só nosso?
Quem selará o destino desse encanto que não passa?




Quem contará aos mortos a lenda da mulher que morreu em sergredo, de amores pela lua?



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aberta a Caça às Bruxas no estado de São Paulo.

É, meus caros amigos. Parece mais previsão, coisa feita. Há algum tempo, escrevi um texto aqui para expor o caso da sacerdotisa do candomblé, filha de Oxóssi que sofreu atentados de violência ao tentar realizar a feitura de um Ebó, em Ilhéus, na Bahia. E, tempo depois, em outro texto, tentei expor o emaranhado da rede que se formava nos cercando, e promovendo em pleno século XXI uma literal “caça às bruxas”, Pois bem, saibam, caros colegas do meu querido e amado povo-de-santo, que a caça às bruxas começou. E mais uma vez os “colonizadores cristãos”, vem disfarçados de defensores do interesse público, proibir o sacrifício de animais em ritos religiosos na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo. Se descumprida a lei, o Zelador ou quem quer que esteja realizando o corte terá de pagar uma multa em valor de 2.000 reais com direito a dobrar se ocorrer novamente a tentativa de sacrificio animal. Ou seja meus queridos amigos, os protestantes e conservadores dos partidos PT, PDT, PP, PPS, PTB,PR, PMDB, PRB, PSDB, juntamente com o vereador Laércio Trevisan, do Partido Republicano (partido que deu candidatura ao humorista “tiririca”), declararam, indiretamente, com tal lei, aberta a “caça às bruxas” no município de piracicaba, alegando a proteção aos animais. Dentro da própria cidade de piracicaba, correm boatos de que o referido PL. é parte de um MOVIMENTO chamado "ALIANÇA PARA A SUPREMACIA CRISTÃ", que tem por objetivo levar este projeto a outras cidades do Estado de São Paulo, depois, independente de quem seja eleito, encaminhar para a Câmara dos Deputados, através de deputados federais dos partidos envolvidos. Estes deputados, no momento, são mantidos no anonimato. Vejam bem o grito dos eurocentristas meus caros irmãos. Estão começando a caçada em torno de nós. Eles entraram na raiz de nossa fé, e estão planejando cortá-la pela rais, pois sem Ebó, não há culto ao orixá. Sem sacrifíco não há candomblé. E, bem articulados politicamente como são, É POSSIVEL SIM QUE ESSA LEI ENTRE EM SANSÃO! E nós meus queridos, que ainda nem temos um representante aberto nas câmaras legislativas? O que será de nós, povo-de-santo se essa bem dita lei for difundida e sancionada brasil à fora? É preciso estar preparados meus colegas, pois os tempos escuros chegaram. Bem vindos meus irmãos à essa denominada “Caça às Bruxas.”

Link da notícia:

http://www.geledes.org.br/afrobrasileiros-suas-lutas/lei-contra-o-candomble-e-aprovada-em-piracicaba-03/11/2010.html#ixzz15wCwS32O


domingo, 14 de novembro de 2010

E qual será o mistério dessas pessoas que andam a sós procurando?
Me perco em meu eu e seus labirintos. Essas ruas difusas, por onde querem me levar?
e quem saberá o que é se aventurar? Do amor, nada sei. Apenas sinto.
Aqui dentro, tudo é intenso. Ou toca ou não toca. E eu apenas vou com a música
deixo fluir, fluir...

E o que será esse vinho amargo que sai de meus poros?
o que se esconde por trás de todos os encontros casuais?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a solidão e sua jocosa dança.

Ah solidão, em que mares navegas? Vôo as sombras de teus passos arrastados, e não pela falta de amor em minha vida; mas por essa estranheza de ser o que sou em tudo, e ao mesmo tempo em nada. Esse rosto moço em que me carregas, acolhe rugas que só tu conheces.. ah solidão! Sai de teus portos soturnos e finda-te! Deixa que as correntezas marinhas te levem aqui e ali para que nos braços de qualquer mulher, possas desafogar a estranheza de ser quem tu és; tudo e nada... Pegadas destintas; grãos de areia em minha longa estrada. Ah solidão! Bebais vinho e comeis das melhores comidas... te farta solidão, pois hoje, só hoje é teu dia! Hoje é tu que faz festa. Banha-te com as aguas cheirosas, lava teu corpo estranho e talhado pelos cortes das almas que ceifastes. Veste-te com os melhores tecidos, cetim, seda, e algodão... pois até mortalha merece ser honrada. O que seria do branco no arco-íris se não fosse o negro céu em tempestade precedendo-lhes sua beleza? Calça teus pés de chumbo, empunha teu cajado, amiga minha; pois hoje, jantas com tua amada. E em lépido furor, irás te apaixonar. Vejas, tua noiva te espera! ao norte, chega em caravela. Jantas em meu convés. Pois na tua festa, empunho a pena do pesar, para escrever aqui a jocosa dança de amor das destintas senhoras, que a mesa, sentam hoje comigo. Te encorajas à saber o nome da noiva amada reservada pelo destino à solidão amiga? Pois deixo que ela lhe sussurrar ao ouvido quando quiser-se revelar. Mas te digo, que na velhice, ela se aproxima, te dando o beijo letal, ou chamando-te para o menáge que revelará teus cabelos brancos. Por enquanto, pelos sete mares navegam elas, a procura de alguém que possa ocupar a terceira cadeira ao meio de suas cabeçeiras.

sábado, 16 de outubro de 2010

"Tenho tanta fé
tanta devoção..
mas devo confessar
que todo devoto é mortal;
e as vezes, por segundos eternos
Eu sou mesmo.
devota do teu corpo, tuas estradas, nossos beijos...
madrugada."


sabe, eu queria apenas dizer que te amo.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Agri-doce

Essas borboletas que voam no meu estômago quando ainda de te vejo aqui, ausente ou ocupada demais para sentir pelo vento esse coração bobo que ainda bate mais forte. Procuro teu nome embaralhado nas letras do alfabeto sânscrito, e mesmo assim, ainda acho em claro e bom português. Você está em mim, assim como estou em você. Distante, ausente, ocupado, calado sorrindo... Agri-doce era o céu daqueles dias de frio na barriga enfrente ao computador, nesse mesmo céu de acrílico que cintilava emoções tão brilhantes e novas quanto as luzes da cidade se acendendo pouco a pouco após um purpuro crepúsculo. E você? você costumava passear por aqui as abertas, e flutuar em minhas letras. tenho certeza que ainda olhas. ainda que escondido, olhas este velho canteiro. Gostoso é lembrar quando não há mais dor entre nós. Agri-doce é o gosto da felicidade simples que construímos para nós longe um do outro. E mesmo aquele caderno amarelado, ainda anda flutuando pelos ares do meu peito. como um carinho. Agri-doce foi te esquecer sem te perder no tempo e no espaço de ser ou estar. Agri-doce é amar de novo com um sabor único. Sorvete de criança, algodão doce de se saborear... Talvez até melhor do que aquele alvo chumaço que nos pertencia. Porém a vida que se iguala à um parque de diversões à plenos pulmões, e, te traz de volta como um balão vermelho que flutua em um céu azul de manhã de domingo. Agri-doce é recomeçar do zero e me lançar ao sabor dos ventos levada por um novo e grande amor. Agri-doce é te amar não te amando; Agri-doce, é não precisar mais de ti como um antídoto ou cura para as minhas antigas doenças de outrora; Agri-doce é saber que estarás sempre lá, sem mesmo estar. Agri-doce é olhar todas as minhas cicatrizes curadas, e ser feliz, bem feliz.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cansando a vista de quem vem pra ver.

Cansando os olhos.
Já é tarde
e eu preciso dormir
amanhã é dia tenso
mas eu não entendo.
não consigo
dormir
grunir
como qualquer vida inerte na madrugada.
rock'n'roll e sobriedade
cansando a vista
e a visita
de quem vem
apenas para
ver.

domingo, 10 de outubro de 2010

?

Madrugada
Insõnia
Música
moska
tédio
café.
internet.
solidão
fome
de amor
do meu amor.

Brincando de sonhar com o futuro.

"E agora, imagino um domingo calmo, tranquilo e cheio de flores. Estou no jardim, sentada numa velha cadeira de balanço... as crianças correm. no som, "Painter song"* toca ligeiramente sussurrante na voz da Norah que entoa os meus cânticos de paz. Suja de terra, e com o joelhos ralados, e uma menininha dana-se a correr atrás de um cachorro. No outro canto o menino entrete-se com seus castelos de areia e bolinhas de gude. Ao meu lado, uma moça de meia idade: Cabelos esbranquiçados pelo tempo, mãos um tanto calejadas da lida diária, e olhos castanhos que me aquecem como dois sóis leitosos em brasa;

um violão no canto da casa, um cheiro gostoso vindo da cozinha. Anoitece, e o cobertor de lã da felicidade simples, nos protege do frio da solidão no mundo lá, fora de nós.
'

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

olhava para a câmera lentamente. um tanto nervosa, piscava e mordia os lábios.

"-Amor, ponha o fone de ouvidos."
"-porque amor?"
"apenas faz o que te peço, por favor?!"

aceitei sem hesitar.
exilou-se à sala da nossa casa, levou o computador.
e quando voltou, trouxe o mais belo filme de amor que já pude ver em minha vida.
ela despiu-se ali, pra mim.
despiu-se de muros e vestiu-se de palavras;
Ah, palavras...
aquelas eram as palavras mais doces que eu já pude ouvir.

preto-e-branco era o vídeo, coloridos de lágrimas e emoções eram seus olhos.
hoje, o filme roda em minha cabeça.
e me sinto abençoada
por ter matado minha sede em suas fontes de luz.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Do amor

bebo de teu sangue
fumo de teu cigarro
absorvo-te as gotículas de vitalidade que te restam;

sorvo para mim todos os teus sonhos mais lindos
Alimento uma a uma tuas esperanças
te faço infante, valente guerreiro
corajoso e garboso
faço-te pouco à pouco caminhar para o precipício.

e depois de glórias sem fim
o amanhecer de um sol leitoso e maduro;
quente e maternal como um dia de domingo...
ou não.

dou-te à outra façe:
dor, sofrimento, noites sem fim.
poemas, jazz and blues.


Ah, quem sou eu?


o amor meu caro, o amor.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Carta aos amigos.



Eis que posso dizer feliz: Meus amigos me matam de orgulho. Eles são o que nunca fui. Eu? Eu apenas brinquei. Brinquei feliz e arredia de ser menina, cantora, atriz, instrumentista e escritora (brinco agora, aqui). Cheia de mim, quando chego de viagem, vez ou outra sou convidada a platéia; Luzes, cores, sons, imagens...Através de seus olhos ávidos, sedentos, eles me levam ao mundo e suas estórias fantásticas. Ao final, um abraço gostoso.. um afago e sorrisos. Volto pra casa nostálgica, triste e saudosa dos tempos em que brinquei de estar do outro lado, no palco com eles. Hoje, os ventos me sopraram pra longe e daqui, de onde estou, vejo brilhar aquela estrela dourada nos olhos dos moços e moças com quem eu ria e cantava nos quentes Dezembro. Praça cheia, sol à pino. "..Estranhem o que não for estranho..."; pétalas de rosas, sonhos e aquele cheiro de juventude pairando pelo ar. Hoje a brincadeira ficou grave. Brinco de ser adulta o tempo todo, descobri aqui meus amados, que caçar o sol e apertá-lo com a mão é tão sério quanto as notas graves das canções que fizemos.Já não tenho tempo pra brincar de poeta e quase nunca empunho o violão. Porém a poesia daquele operário jamais se calou dentro de mim. Ela brilha numa explosão reluzente cada vez que vejo fotos de vocês, atuando em lugares diferentes. Feliz é ver que a brincadeira se tornou grave. bom é saber que sonhos nunca morrem. e eu os guardo aqui, todos vocês, como as coisas mais preciosas que já pude conquistar. um beijo na alma de cada um,

Lays .


Dedicado à Elilson, Dêdê e à todos os meus queridos amigos do Nucleo de pesquisa em teatro do SESC Santo amaro, Recife -Pernambuco.

domingo, 19 de setembro de 2010

Áquosa.

Água
Líquido fluídico que nos envolve
Sagrado ou profano?
Amor alado.

Noite escura
Percorro os caminhos de meu sangue
Em tuas veias.

Suspiros abafados e lentos.
O brilho das estrelas não ofusca
E sim convida.

O galope alado de nossas almas nos guia
Para onde iremos?
Aonde vamos chegar se a incansável busca nunca cessará?

sábado, 11 de setembro de 2010

O Senhor das Folhas

Era uma vez, um moço que vivia dentro da mata. Cuidava das plantas e das flolhas. Sabia de todas as funções homeopáticas e curava através das folhas. Seu nome foi perdido entre o espiral do tempo, e as gerações de hoje, só o conhecia em terreiros de candomblé. Um dia, uma moça foi passear pela floresta que perto de sua casa existia. Banhou-se nas aguas da cachoeira, mastigou folhas de hortelã, e se esqueçeu da tarde que caia por entre o horizonte vermelho. Já era noite, e ao voltar para casa, deparou-se com um homem de feição moça; peles de carneiro cobriam seu corpo e havia em sua cabeça um gorro verde ornado com folhas e palhas-da-costa.
-Qual é o seu nome? Perguntou a moça curiosa com os olhos pregados em suas vestes de caça.
-Diz-me com quem tu andas que te direi quem és. Disse o formoso negro a moça de pele alva e cabelos loiros.
-Mas eu não quero dizer quem eu sou, apenas perguntei o seu nome!
-Meu nome está encima das árvores, em cada folha meu nome está guardado; gravado em cada cura, em cada chá pra dor de barriga ou para dor de cabeça. Agora vai moça, que hoje, tunão saberás, porém no dia em que nasceres descobrirás quem eu sou.
E como veio, foi-se o homem misterioso coberto de peles de carneiro, pulando mistériosamente numa perna só. A moça seguiu seu caminho para casa entrigada com tanto mistério. Pensou consigo mesmo: “Será que estou ficando louca? Agora dei para ver saci no meio da mata!”
E o tempo veio dançar com a menina como o vento dança com as folhas. Os anos se passaram e de menina, a moça se tornou uma bonita jovem, cheia de vida e sorrisos. Um dia, Quando passava por um sítio misterioso, onde ninguém da vizinhança ousava passar, a menina sentiu uma tontura estranha... algo que nunca tinha sentido. Rufaram-se os atabaques; Tudo foi ficando escuro, e quando acordou, Estava no meio de um povo estranho... homens e mulheres de branco, chocalhos estranhos e atabaques batiam e soavam tão forte que sentia vibrar em sua alma. Um cheiro estranho, lhe tomava as narinas; Cheiro de mato, cheiro daquele homem mistérioso que havia visto a tantos anos atrás; Derrepente, suas forças foram foram esvaindo-se devagar, e algo pegava-lhes as carnes e as tremia como que para mostrar-lhe, como que para dizer-lhes: “Estou aqui!” E nem o mais ateu dos homens desconfiaria daquelas forças tão estranhas que lhe tomava o corpo daquela forma. Logo, um brado surgiu de sua boca. Um brado que cortava-lhe a garganta de tamanha força: “EWÊ, EWÊ; MINHAS FOLHAS!” E derrepente, tudo fazia sentido. Nada mais era noite escura. E no meio daquele salão, como num sopro de brisa, um nome foi soprado em seu ouvido. Todos a carregavam pelos braços. E de salto balbuciou: “VIVA MEU PAI OSSAIM, O SENHOR DAS FOLHAS”.
E desde então, surgiu uma moça, que encontrou no mundo em que tudo era perdido, o nome do senhor das folhas.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

de onde vem essa solidão enferma que se recai sobre esse coração.
uma mulher, um bálsamo de amor.
doçe, ó quão doce é seu amor.
porém sem amigos, um homem não sobrevive


por onde se alimenta essa dor infinita?
aqui há apenas amor.
e um coração sangrando ao som vibrante dos atabaques;

chacina!
mataram as 20:00Hs um coração.

domingo, 15 de agosto de 2010

As águas do rio que me leva não tem volta. E outra mulher desabrocha em mim. Aos olhos dos homens, a mesma que bebe e come entre eles. Aos olhos de deus, brancos panos e ervas de cheiro.
Ah, como a minha nova vida cheira! E o meu amor é mais forte, minha cabeça hoje amadurece. um velho de barbas bracas e encaracoladas me disse: "-hoje, minha filha, você será a menina dos olhos de oxalá.'

sábado, 22 de maio de 2010

esse nó que não se desfaz
essa coisa que não sai de mim
eu sou livre
porém cativa
tenho medo, tenho medo
tenho medo do que virá

e virá de bom?
virá de mau?

virá tal qual eu plantar
posto que tudo é colheita.
tudo é jeito
tudo é semente.

domingo, 9 de maio de 2010

quarenta dias no espaço... em algum planeta deserto; talvez de lá eu consiga voltar a ver o que eu não vejo de perto...

domingo, 25 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Madrugando.

ando zanzando por essas noites de insônia, ando de mal com meu travesseiro. Trabalho, vadio pelo mundo cibernético cedido pelo meu vizinho, e sempre me anda uma lacuna à preencher. qual inquietação seria essa que me invade toda a madrugada? talvez se você estivesse em minha cama, à essa hora, eu saberia. Jazz, R&B, Blues... toda essa música, toda essa coisa de sensualizar... o nosso amor à flor da pele a cada dia que cresce... Essa cama é grande demais para me caber sozinha. Presa entre as quatro paredes de meu quarto, agora chove. Uma chuva lacrimosa que vem matando dezenas de pessoas e desabrigando outras milhares. Eu, mais uma desabrigada pela lacrimosidade dessa tua ausência latente aqui, em plena 03:40 da madrugada.


Erykah Baduh diz:

"Damn y'all feel that"

e eu sinto. cada vez mais...
anseio, cada vez mais...
DESEJO CADA VEZ MAIS.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Minha mulher, cuidado meu. - Por, Lays V.

Só Pra Sacanear.



Só pra sacanear
aqueles que atravancam meu caminho, eu vou cantar. vou subir de dó à dó; vou cantar pra subir.
Só pra ME sacanear eu vou sofrer. vou sofrer pra caralho e vai doer. Mas só pra variar, vou pintar; 1, 2, 3, 4,5 divinos retratos da minha tristeza, da minha alegria, da minha fome, da minha lombra, da minha onda. E vai ser assim. Só pra sacanear vou produzir.. E é essa a palavra de ordem por aqui: C-A-T-Á-R-S-E. Vou produzir mais e mais quadros, canções, camisas, textos, e tudo que vier pela frente. É assim que sei respirar. E se um dia eu não tiver nada, nem mesmo a roupa que carrego em meu corpo, isso ninguém me tira. MINHA ARTE É MINHA. Meu sonho, é meu. os pés que sangram e as dívidas também são minhas. Então se é pra sacanear, que seja eu também a protagonista da tragicomédia.


*E cá pra nós: Nada melhor do que a voz forte da nega olléria, e a força dela pra sacanear né não?

Use to be stronger than me;

quarta-feira, 7 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

Body Art. - Por, Lays V. e Céu.

"Ao passo que tudo em mim é infinito, meu único regozijo é o céu azul, numa manhã ensolarada."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

No olho do Furacão

A necessidade de expandir meus limites me inquieta. Não sou da sala-de-jantar. Onde é? o que é? quero conhecer... quero saber. saber porque o mundo é redondo e a vida é torta. E por ser torta, a vida é linda! e quero assim transcender: Sergipe, Pernambuco, Nova York, chego já! Meu coração me disse que o mundo é meu, e cabe na palma da minha mão. Tá no meu bolso malandro! tá no meu bolso esse coração pulsante que respira as artes e suas variantes; Quero aprender a falar Inglês, bonito, aramaico, esperanto; Quero levar o meu canto aos quatro cantos do universo para fazer esses versos jogados ao vento, reverberar! A necessidade do novo, do inesperado, do desconhecido me avassala. E nada, nada pode me segurar. Que Deus, Buda e Basquiat me protejam, pois meus caros amigos, eu vou me jogar nesse buraco colorido, cheio de som e palavras dispersas onde existe uma placa esvoaçante com o meu nome. Ali é o meu lugar; No meio dos pincéis e tintas, das penas e palavras, No palco, no foco, No olho do furacão.

domingo, 28 de março de 2010

Sobre o Torto. - ou, Reflexões sobre o aborto de Fernanda

Ninguém me perguntou, mas como bom ser pensante que sou, decidir responder aos meus pensamentos póstumo a leitura de textos de um blog chamado movimento torto, nome que também intitula um movimento criado por estudantes e ex-estudantes sergipanos da universidade federal de Sergipe (UFS). A minha visão do torto, dando minha própria interpretação com base no Podcast do Sr. Roosevelt Leite, é a de um ângulo de desconstrução. Desconstrução da certeza, desconstrução das convenções tradicionalistas e limitadas da sociedade em que vivemos. O torto aborda, através dos textos de Reuel Machado, Roosevelt Leite, Vina Torto, Josué Maia e João Paulo dos santos, os assuntos e idéias marginalizada pela sociedade ora pelo preconceito, ora pela ignorância, ora pelo "não-saber", ora pela certeza estabelecida por convenções antes citadas. Ser torto, não é apenas um modo de pensar sobre determinadas coisas. Ser torto é estar aberto para o que a vida, com toda sua complexidade e grandiosidade pode nos oferecer. Quem inventou a certeza das coisas se nada é eterno? quem pode ter pensamentos exactos sobre a vida e sua complexidade se ela vai muito além do que os nossos sentidos podem chegar? Li hoje um texto do vasto e rico arquivo do torto. O Sr. Roosevelt Leite conta, numa linguagem doce, lúdica e belíssima a história da aparição de Pai Joaquim das Alagoas, uma entidade ancestral do tipo Babalaô para Fernanda, uma jovem que se via em um mar de dúvidas sobre abortar ou não um filho de um homem casado que carregava em seu ventre. Tocou-me muitíssimo o modo no qual, Sr Roosevelt tratou sobre um assunto tão marginalizado e distorcido quanto as religiões de matrizes africanas e suas respectivas entidades espirituais. Suas palavras, embebecidas de candura e ternura, embalaram um tema marginalizado e retorcido de controvérsias pela sociedade monoteísta e cristã em que vivemos. Me emocionou muito o olhar que foi dado ao Pai Joaquim; Uma ótica bastante semelhante aos “espíritos de luz” do Kardecistas. Banhado de uma leveza e de uma Inocência bastante peculiar; A inocência do “não-saber”. Pai Joaquim, com suas vestes de escravo, pele preta, e seu possível desconhecimento do “saber” do homem branco, se mostra um espírito sensível e evoluído nos degraus do conhecimento humano, com notas de pureza em sua forma de aconselhar a garota, de acordo com as leis da natureza.
Pai Joaquim ocupa um espaço de ser iluminado, mesmo não possuindo a carga de conhecimento exigida pelo homem branco para ser espírito de luz, dando assim uma outra aresta de visão para a entidade ancestrálica que permeia os terreiros das religiões de matrizes africanas. Achei extremamente necessária essa visão, quase oposta da maioria das pessoas. Pois para que as pessoas possam enxergar as coisas de uma forma diferente, é preciso ter uma aresta de visão diferenciada como opção, além daquela deturpada pelas convenções sociais europeizadas, citadas aqui, no caso do preconceito contra as religiões de matrizes africanas. É isso. Ao melhor estilo torto de ler as coisas, essa desconstrução doçe do conceito deturpado que a população sorveu sobre o universo das culturas de matrizes africanas, vem trazendo outra aresta, arrojando o nosso delimitado campo de visão.

sábado, 13 de março de 2010

"...-Hoje percebi a sorte que tivemos de nos conhecer aquela noite, isto é, apesar de tudo. Apesar de vivermos nesse lugar, apesar de nunca ter tido nada novo, apesar de nunca ter saído de férias, você não se queixou uma vez. nem se quer uma vez. Eu gostaria de ser melhor pra você. ..."

Trecho do filme "Minha vida sem mim"



As vezes vemos e ouvimos coisas que nos dizem exatamente o que sentimos e pensamos. Hoje, decidi por na capa do nosso caderno de culinárias esse trecho do filme "minha vida sem mim", porque realmente me senti no papel do personagem que dá essa fala numa cena crucial do filme. Hoje, tive a mesma cena na vida real. Mas não no mesmo contexo do filme. Foi só um pôr-do-sol. Mais um pôr-do-sol ao lado dela. e com o gosto doce de ser absorvida por seu amor, pude perceber mais uma vez o quão sortuda nós somos, apesar de tudo, é claro. Dos meus defeitos, dos pequenos egoísmos, das poças embriagantes onde as vezes me afogo, destruindo-me e a machucando... Ela não reclamou uma vez. uma vez sequer. Porém, ao contrário do personagem do filme, que tinha um desejo no passado, vou transpor ao presente. pra dar o melhor de mim à ela. nossos sonhos, nosso mundo, nossa vida, nosso amor. Como numa receita do tal caderno no qual eu anotei esses versos.

Te amo minha vida.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Palavras do pequeno monstro.

"...E o pequeno monstro abre os olhos na claridade infinda de uma manhã de sol. Existir dói..."


Nono. Décimo... Quinquagésemo. Já não mensuro quantos Rounds eu já fui à lona. Parece uma maldição lançada ao meu destino antes de nascer. "Perderás para a maldita, até que um por um exorcizes e enfrentes teus demônios com a espada da luz." Pois bem. Estamos aqui. Face à Face no ponto limite de um abismo sem fim para a maior das batalhas. E te digo, chegar aqui onde cheguei não foi fácil. Quantos tombos, quantas noites em claro, quantas ressacas, quantos amores perdidos, quantas mágoas cometidas, quanta lama... quanta vergonha. ´
Minhas lágrimas hoje formaram um rio, e já não tenho mais medo. Se quiseres que venhas! Pois não vou me entregar. Sei que chegou a hora do fim. Ou do meu ou do teu... Nefasto líquido que envenena minha razão. Dessa vez não me levas à lona,  não vou desistir. Vou seguir em frente e até que te distroçe em estilhaços o sonho luminoso da razão.

Foi-se o tempo em que pra mim o ébrio  era poético, por isso bates a porta e não te despedeas ao sair. Não quero mais ser  esse pequeno e asqueroso monstro desenhado por ti sobre minha face.

12 de Março.

Obrigado por existir até quando você não está aqui, mãe. te amo.

sábado, 6 de março de 2010

Um Jazz para minha insônia.

Um jazz para a minha insônia
catárse para a minha inquietude
trabalho para minha arte
Mulher, minha célula por toda parte

e nunca estarei de mãos vazias.

O colo dela para o meu pranto
para o meus limites
o céu a zul de verão

para os que não me aceitam
paciência
para os que me querem
vinho doçe e mel.


porque essa vida, é única
e por ela não passo em branco.
porém deixo marca leve
como esse jazz
na minha alma.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Poética da saudade.

Entre furacões e temporais vou vivendo aqui no outro hemisfério. Sem tua presença aqui, outro dia de chuva. a moça do tempo anuncia uma noite de calor, porém nada aqui me aqueçe. Longe do calor da nosa cama, longe do brilho dos teus olhos que são tão meus que me servem de faróis... nada ilumina. e aqui vou seguindo no breu minha vida, esperando ávida o dia de voltar e vestir-me com tua pele. Aqui, colombina e pierrôt brincaram juntos e apaixonados em plena folia de momo; e eu lá, ao meio da multidão apenas observava o céu enquanto uma lágrima caia. esse era nosso elo de ligação quando nosso amor ainda era o fruto de um sonho irreal e distante, você se lembra? Ficávamos noites e noites a fio, acordadas olhando o brilho das estrelas... nos embriagando de palavras doces como o vinho daquela noite que selou nosso compromisso ao calendário. Naquela noite fechou-se o primeiro ciclo. Um ano de amor ao teu lado e mais do que tudo, 365 dias valsando a doçe melodia da tua voz chamando meu nome. Hoje sinto tua falta, voei até o longo hemisfério sul. Porém hoje sei, tu és meu norte, meu braço forte, meu cais, meu lar. Por isso te acalmas. Espera, rente e lenta sob a lua cheia minha vida, pois em breve eu hei de chegar ao nosso lar. 

Mais do mesmo.

sabe, eu ando meio cansada disso tudo. é difícil voltar depois de tanto tempo e ver que nada mudou do lado de lá. os mesmos desrespeitos, as mesmas criancices, as mesmas atitudes medíocres de pobreza de espírito.

Até quando essa merda vai durar?
até quando o cansaço vai ser sempre a fórmula da vitória?

Sabe, eu ando meio cansada do mais do mesmo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010


talvez eu esteja precisando de um pouco mais de primitivismo na minha vida.
a sede de produção não cessa nunca...






ah, esse cara é um deus.

Sobre as palavras que não são pra ser ditas.

Existem coisas que não devem serditas por ninguém, em momento algum. Simplismente porque elas não conseguem ver a luz do "além-de-nós."
Dentro de mim, há um relicário ambulante. desses que se encontrarm aquelas fotos velhas e amareladas de um passado que foi, as vezes bom, as vezes não.
Eu as vezes reluto contra isso. é pesado demais carregar toda essa coisas de lembrar do que não é pra ser dito. e dentro de mim há milhares dessas palavras que não deveriam ser ditas encima da estante, detro das cristaleiras do meu coração. sufoca, e são frágeis. eu queriam que fossem embora depressa, pois ocupam espaço por demais. Porém, essa mobilia, e todo esse entulho de lembranças e cicatrizes são os tijolos de vidro que me formam. Ontem a noite cortou-me um desses cacos. contem a noite fui imune ao sangue que jorrava. ontem a noite expurguei de mim uma pequena pedra. até que enfim.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dá licença, agora eu vou viver!

E todos esses anos trancafiada na barra das tuas calças
enquanto você dorme, eu trabalho.
E se você passa na cara, deixe estar.
meu dia chega antes de você acordar.

humilhação, dor, perseguição?

ficaram pro teu mundo, pois tudo que você faz, um dia volta pra você.
enquanto você boicota um degrau para que eu caia,
eu subo 3 onde teus olhos não podem alcançar.

Esse mundo lá fora é todo meu, velho homem. e eu vou alçar vôo antes que vovê possa imaginar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

E sabe que às vezes eu preciso?

Preciso.

P-R-E-C-I-S-O.


Preciso do cheiro do mar e da sensação de maresia corroendo. Corroendo os móveis antigos e escassos da casa de praia, e corroendo as dores do coração também.
Preciso de um violão a tira-colo pra me acompanhar nessa solidão gostosa e inspiradora.
Preciso lembrar com saudades do sorriso da minha morena; Olhar o céu azul-marinho e estrelado, e ao invés das noites de insônia, enxergar apenas poesia imaginando que cada estrela reluz o brilho dos olhos dela, que de tão meus, me perco como nos corredores da minha própria casa.
Preciso de um reggae, que no meio da madrugada, nessa selva de concreto e pedra me leve a transcender energias positivas.
Preciso de renovação espiritual, através da natureza.
Preciso me encontrar, me achar, olhar o horizonte. E nesse horizonte, me encontrar com Deus e suas belezas, que cada vez mais passam despercebidas aos nossos olhos, devido a esse cotidiano louco e apressado em que vivemos.
Preciso do amor da minha mãe, da força e astúcia do meu pai. Preciso da doçura e da delicadeza da minha tia, e preciso da perseverança da minha irmã. Preciso do cuidado e dos conselhos de Alinny, preciso do amor e do colo de Céu. Preciso das besteiras de Grau, e do som e da magia de Reuel. Preciso sabe?! Preciso ouvir o som gostoso da voz de Fábio quando me chama carinhosamente de “neguinha”, Preciso ver os olhinhos lindos de Ailma brilhando pela minha chegada, e a risada gostosa de Rodrigo junto com a minha. Preciso da ternura de Wellthon, e preciso da May, orgulhosa de mim, me abraçando e me chamando de “baby”. Preciso também das tendências modernas da Lú, e do espírito mundano e estrangeiro de Brayner. Preciso beijar o chão do meu lugar, a mão dos meus avós. E cada uma dessas necessidades me formam. Fomentam cada vez mais essa minha sede de sempre querer mais. Mais o bem de quem está ao meu lado, e de quem não está também; querer orgulhar mais, crescer mais, amar mais, viver mais.


É. É bem disso que eu preciso.
Preciso.

P-R-E-C-I-S-O.

De mar, violão, paz interior e dos meus amigos. Que são parte de mim.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Bilhete à Martha Medeiros.

“Bom mesmo é o livro que, quando terminamos de ler, temos vontade de ficarmos amigo do autor, só para telefoná-lo, quando nos der vontade. Pena que isso acontece raramente.”



J.D Salinger.







Bom. Eu não sei muito sobre ele, ou sua obra prima. Apenas aquilo que noticiam no jornal após sua morte, nos tele-jornais. Nunca fui assim, uma “devoradora-de-livros-maníaca-compulsiva.” To aprendendo a pouco o hábito gostoso de recorrer a um bom livro quando a insônia aperta.

Porém, tenho que concordar. Nas últimas noites de insônia, tenho lido um livro de crônicas maravilhoso, chamado “Montanha Russa”, da Martha Medeiros.

Acho fantástico o jeito como ela descreve os nossos sentimentos cotidianos: Paixão, Medo, Ódio, Liberdade, TPM... tudo sem mitos, sem receios. Gosto dessa sensação que tenho quando a leio. A sensação de que para estar do outro lado, do lado de quem escreve, não precisa ser um “Ilustríssimo intelectual da academia brasileira de letras (não que eles não tenham seu valor, claro!), Nem deus, ou semi-deus; Precisa apenas ser humano e estar bem vivo. Aliás, mais do que estar vivo, é preciso estar vivendo. Vivendo todos os dias. Cuidando da casa, assistindo TV de meias, camiseta e com um pacote de Ruffles na mão, sendo gaúcha (no meu caso pernambucana, sim sinhô!) e viajando pra Nova York (no meu caso, indo louca para Aracaju atrás da mulher da minha vida).

Eu, você que me lê, a Martha Medeiros... Todos nós estamos vivos. Vivos! Vivinhos da silva e sujeitos a tudo que essa vida cheia de altos e baixos possa nos oferecer.





E quer mais montanha-russa do que isso?



É isso que me motiva a escrever mesmo que quase ninguém me leia. Eu estou viva, e sobretudo, estou vivendo. Passando no vestibular, saindo da casa dos meus pais em plenos meus 19 anos, me mudando para outro estado em busca de um amor... A minha montanha-russa é a minha própria vida. E é ela que me fez e me faz largar todas essas palavras aqui.

Não terminei o livro ainda. Estou saboreando-o como um vinho argentino de boa safra.



E quer saber?



Segundo a citação de J.D Salinger, eu bem que gostaria de bater um papinho com a Martha Medeiros; Nem que fosse por e-mails ou MSN.





segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O lado Escuro da Lua. - Ou, Lilith.

"Bárbara, bárbara.. onde estou, onde estás? meu amor, vem me buscar..."

Chico Buarque - Bárbara.



[...]

E então, entro nesse mundo novo e cheio de coisas que não conhecia. De lá de fora, nunca havia avistado tanta delicadeza. Teus olhos negros que me olhavam profundo e sereno me encantavam cada vez mais naquela noite em que decidiste ir ao meu encontro numa clareina, no meio da mata.
Sem bilhetes, sem convites, e premeditações. Apenas me olhaste, e, te disse em segredo que tinhas de ir, pois lá te esperava.
Teus cabelos negros refletiam a claridade em minha face, ao tocar tua pele morena acobreada pelo sol.




E quem dirá que é impossível?



(onde estou.. onde estas?)



Onde te encontrar nesse mundo novo e cheio de cores mornas e fortes, como um rio que deságua em te compor?
Os olhos dos amantes recaem sobre minha imensidão prateada navegando presa à esse céu negro, mas o meu maior segredo só tu, bela flor, é quem sabe.




Pois foi a ti, a quem dediquei o lado obscuro da lua. Lilith. Que os homens não conhecem, e não hão de conhecer.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Grains de Beaute. - Ou, Paradeiro.

Agente se acha.
em segredo, agente se acha.
pelos prédios e olhares de outras cidades...

agente se acha.
agente se acha nesses poemas para outros
E lemos claustrofóbicamente nossos nomes abafados e excluídos de nossas agendas, almas e cadernos.

ah, eu sei.
agente ainda se lê.



Você ainda me lê.


E anda a procurar como traça
os motivos do esquecimento súbito em que te joguei
(não joguei).
mantenho tanta distância que me lembro de vez em quando.

Na fumaça do cigarro, nas madrugadas chuvosas
Cicatriz que lateja louca no frio.
Me contorcendo e retorçendo nessa cama que nem conheçe teu cheiro


Só pra me lembrar
só pra deixar claro
só pra me gritar





Que perto desse muro que nos separa, existem mil correntes elétricas e doses severas de veneno para quem ousar a revirar as lembranças e voltar no presente para saborear o fruto proibido que pertençe ao passado.

Janeiros.

Aracaju, 08 de Janeiro de 2010. 01:21Hs.



A insônia me ataca mais uma vez. E esse apartamento vazio como uma concha, faz ecoar todas as notas ressonantes do meu ser. Olho as paredes, as pinturas, as gravuras do meu ser imprimidas nessas paredes. Fernando pessoa sorri em sua divertida caricatura em minha janela, enquanto Leminsky franzindo as sobrancelhas, faz-me lembrar que "amar é um elo entre o azul e o amarelo".
Hoje foi um dia bom. Fomos lá, eu e ela, recolher o fruto de seu trabalho. E foi lindo pra mim vê-la crescer mais um degrau embaixo dos olhos daquele homem que tanto duvida de seus potênciais.
Toda uma felicidade cotidiana das sextas feiras. Ela me deu um presente. Um presente que eu costumava dar, ao invés de receber. E ainda me pego olhando com um sorriso bobo no rosto para minha mão direita que agora é enfeitada por algo que simboliza o primeiro ano de uma longa jornada que se iniciou no janeiro que se passou junto com o ano de 2009. É outra vez janeiro e com muita garra e dedicação cheguei aqui. Deliciosamente engraçada essa sensação boa de tirar os sonhos do papel. Agora é real e estou aqui, nessa noite de insônia olhando para as paredes dessa casa. Meu quarto, portando lembraças e cheiros de momentos que foram e são só nossos, a sala que armazena de cada amigo uma risada, de cada visita um traço, um gesto de bondade e compaixão a nós. As taças, os vinhos, as velas... cada tom, cada jogo de cama, cada toalha de mesa... Finalmente estou aqui. E não me satisfaço com isso. Talvez meu maior defeito seja não parar de querer nunca. Então eu quero. Quero que ela faça as malas, quero que ela venha ocupar o outro lado da cama que ganhamos, Quero que venha dividir comigo essa mesa de café da manhã. Os cigarros, os beijos mornos, as TPM'S, as risadas, as lágrimas, as brigas, as contas, e toda essa vida de gente grande que decidi antecipar por nós. Todo esse regozijo de liberdade, toda essa responsabilidade que já assumimos. E depois que a tiver aqui, ainda não vou parar de querer. vou querer o mundo, com a mão dela na minha: França, Bogotá, São paulo, Recife, Aracaju... vou querer o Rio de janeiro e toda aquela copacabana nas cordas do meu violão. Pois vejo que cada vez que ela se achega em meus braços, o mundo cabe mais em meu bolso. E portátil se faz a felicidade, já que assim, me sinto completa.





Que esses ventos de janeiro nos leve para longe, estando cada vez mais perto.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aqui cabe um brado.

Para Ellen oléria.




Sabe aqueles dias em que você pensa em desistir?! SABE AQUELES DIAS EM QUE ARDE A TARDE QUE CAI CADA VEZ MAIS DEVAGAR?



e sabe quando nesses dias você ouve uma música que chega como um clarão na sua escuridão particular, onde você se arrepia e se contorçe de tanta verdade que te atinge por inteiro?! é isso que sinto quando ouço essa mulher. E a admiração cresce cada vez que ouço a a voz, e os brados de desespero por uma realidade melhor. somos assim: não queremos nada, além de algo melhor para os nossos filhos e netos. e não fazemos nada além de lutar por isso. E por isso me arrepio dos pelos da nuca até os ossos do cóxixs, quando ouço no meu som que "cabe um brado". E não porque a letra da música seja bonita, não mesmo. me arrepio toda poque nunca houve uma vedade tão forte que alcançasse tanto minha alma sedenta de brado. Do brado que só eu posso emitir.. como ela fez, quando compôs essa canção.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O romançe proibido da mulher e a lua.

Há por trás de um céu escuro, uma lua bólida e branca que se esconde. Nua... Branda.
Como tua lânguida façe que passeia por entre meus pensamentos agora.
Talvez desejasse muito um amor
[O brando, claro e límpido]

Mas nunca quis;
nunca olhei.
nunca vi a lua branca e cheia de beleza como vejo agora.


E quem diria que, entre as pedras nasceria uma flor?


Quem dirá a verdade sobre esse céu negro que esconde tu, lua branca que veio tocar meus lábios com teus raios prateados pela janela?



quem dirá?




Quem dirá o segredo que é só nosso?
Quem selará o destino desse encanto que não passa?




Quem contará aos mortos a lenda da mulher que morreu em sergredo, de amores pela lua?



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