quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu e você assim de perto dá Pra eu me perder de vez nas suas tintas
me dê uma noite um pouco damanhã só pra eu sacar se os olhos mudam de cor...

Instrumento.

Todos esses versos estavam presos e acumulados em algum lugar em mim, como os dias de sol que se acumulam num verão inteiro. Agora querem sair de mim, assim, involuntáriamente. Cada vez mais descubro que sou apenas instrumento dessas coisas que me invadem, que pairam pela minha cabeça como numa espécie de filtragem ou passagem e fluem para esses cabos de fibra óptica ou para os Fás e Sóis dessa canção que canto todos os dias. Sou instrumento ainda do meu próprio violão que tira de mim meu dedos, mãos, alma e coração. Seja me matando de dor num samba de tristeza, ou sorrindo de alegria numa marchinha singela de carnaval, daquelas que exaltam o meu belo Recife, com suas pontes e beleza sem igual. Daqui de fora, sinto saudades e muita preguiça.
Porém, minha voz nunca me deixa triste.


[continua...]

Tradução de hierogrifos antigos.

esses olhos de comer fotografias que me olham assim
lambe olhos, retorce minhas pernas
puxa meus cabelos.

esse foco de luz que sai dali enquanto dançamos esse balé esquisito
inunda cada parede deste quarto.
nosso cheiro imprimido nos lençóis, nossos olhos virando em arebóis

nascem dois sóis nesse horizonte.


morre uma lua na minha manhã.
"Venha sem chão, e me ensina a solidão de ser só dois."

A chave do mundo.

esse azul de todo dia que colore hoje as paredes dessa casa.
essa vida de artista, esse toque de sabor
cheiro de laranjeira
violão, madeira.

raíz que segura e rega todos esses laços construidos aqui.
esse quarto-ninho
que abriga nós-passarinhos.

alegria,choro,prazer,cama,sexo,estudo,luta.

sigo essa seta.
essa linha que percorre esse azul que me guia
não tenho medo de me ouvir.
não tenho medo de te fazer feliz.
não tenho tempo a perder.

então, menina celeste. Segura minha mão e me guie nesse teu azul que percorre minhas veias agora.


não me diga mais nada.
apenas chega com essa cor-paraíso,
dilua-se neste amarelo-sorriso que te pertençe.
ocupa o espaço que é teu

abre essa porta com a chave do mundo, que ela cabe nas nossas mãos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu e você assim de perto dá Pra eu me perder de vez nas suas tintas
me dê uma noite um pouco damanhã só pra eu sacar se os olhos mudam de cor...

Instrumento.

Todos esses versos estavam presos e acumulados em algum lugar em mim, como os dias de sol que se acumulam num verão inteiro. Agora querem sair de mim, assim, involuntáriamente. Cada vez mais descubro que sou apenas instrumento dessas coisas que me invadem, que pairam pela minha cabeça como numa espécie de filtragem ou passagem e fluem para esses cabos de fibra óptica ou para os Fás e Sóis dessa canção que canto todos os dias. Sou instrumento ainda do meu próprio violão que tira de mim meu dedos, mãos, alma e coração. Seja me matando de dor num samba de tristeza, ou sorrindo de alegria numa marchinha singela de carnaval, daquelas que exaltam o meu belo Recife, com suas pontes e beleza sem igual. Daqui de fora, sinto saudades e muita preguiça.
Porém, minha voz nunca me deixa triste.


[continua...]

Tradução de hierogrifos antigos.

esses olhos de comer fotografias que me olham assim
lambe olhos, retorce minhas pernas
puxa meus cabelos.

esse foco de luz que sai dali enquanto dançamos esse balé esquisito
inunda cada parede deste quarto.
nosso cheiro imprimido nos lençóis, nossos olhos virando em arebóis

nascem dois sóis nesse horizonte.


morre uma lua na minha manhã.
"Venha sem chão, e me ensina a solidão de ser só dois."

A chave do mundo.

esse azul de todo dia que colore hoje as paredes dessa casa.
essa vida de artista, esse toque de sabor
cheiro de laranjeira
violão, madeira.

raíz que segura e rega todos esses laços construidos aqui.
esse quarto-ninho
que abriga nós-passarinhos.

alegria,choro,prazer,cama,sexo,estudo,luta.

sigo essa seta.
essa linha que percorre esse azul que me guia
não tenho medo de me ouvir.
não tenho medo de te fazer feliz.
não tenho tempo a perder.

então, menina celeste. Segura minha mão e me guie nesse teu azul que percorre minhas veias agora.


não me diga mais nada.
apenas chega com essa cor-paraíso,
dilua-se neste amarelo-sorriso que te pertençe.
ocupa o espaço que é teu

abre essa porta com a chave do mundo, que ela cabe nas nossas mãos.

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