quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009.

Aprendi que o mundo cabe nas minhas mãos; basta querer, acreditar e lutar por aquilo que se deseja.
Aprendi que pouco tempo é muito, se a saudade machuca, lateja e arde.
Aprendi que não se deve ter medo da vida, pois ela é pra ser vivida.
Aprendi que as vezes é preciso jogar tudo pro alto e começar denovo:
Nova vida, novo amor, novos sonhos, novas conquistas, um novo lugar.




Aprendi que muros, barreiras e distâncias, são pequenas quando se há um amor tão grande.

Aprendi a dar mais valor aos de casa; pois o seio da família é tão precioso, que , como a maioria das coisas preciosas, só damos o devido valor que mereçem quando as predemos.

Aprendi a ter prazer no ar que respiro, aprendi que ser gente grande não é fácil, e que morar sozinho é mais do que ser dono do seu próprio nariz: É estar sozinho com suas dores, amores, alegrias; E mais do que estar sozinha, Aprendi que um amigo é como os vasos de violeta e cáctus que enfeitam as janelas dos meus vizinhos... Eles enfeitam e enchem o lar que é meu de alegrias, e cada vez que me sinto só, é neles que eu vou buscar a força que preciso ter pra batalhar pelos meus sonhos.






Aprendi que o passado é importante, mas olhar para o futuro é mais importante ainda.





Ah, aprendi a ser amada. e hoje sei o quanto é bom isso.







deixa eu ver... acho que não falta mais nada.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu e você assim de perto dá Pra eu me perder de vez nas suas tintas
me dê uma noite um pouco damanhã só pra eu sacar se os olhos mudam de cor...

Instrumento.

Todos esses versos estavam presos e acumulados em algum lugar em mim, como os dias de sol que se acumulam num verão inteiro. Agora querem sair de mim, assim, involuntáriamente. Cada vez mais descubro que sou apenas instrumento dessas coisas que me invadem, que pairam pela minha cabeça como numa espécie de filtragem ou passagem e fluem para esses cabos de fibra óptica ou para os Fás e Sóis dessa canção que canto todos os dias. Sou instrumento ainda do meu próprio violão que tira de mim meu dedos, mãos, alma e coração. Seja me matando de dor num samba de tristeza, ou sorrindo de alegria numa marchinha singela de carnaval, daquelas que exaltam o meu belo Recife, com suas pontes e beleza sem igual. Daqui de fora, sinto saudades e muita preguiça.
Porém, minha voz nunca me deixa triste.


[continua...]

Tradução de hierogrifos antigos.

esses olhos de comer fotografias que me olham assim
lambe olhos, retorce minhas pernas
puxa meus cabelos.

esse foco de luz que sai dali enquanto dançamos esse balé esquisito
inunda cada parede deste quarto.
nosso cheiro imprimido nos lençóis, nossos olhos virando em arebóis

nascem dois sóis nesse horizonte.


morre uma lua na minha manhã.
"Venha sem chão, e me ensina a solidão de ser só dois."

A chave do mundo.

esse azul de todo dia que colore hoje as paredes dessa casa.
essa vida de artista, esse toque de sabor
cheiro de laranjeira
violão, madeira.

raíz que segura e rega todos esses laços construidos aqui.
esse quarto-ninho
que abriga nós-passarinhos.

alegria,choro,prazer,cama,sexo,estudo,luta.

sigo essa seta.
essa linha que percorre esse azul que me guia
não tenho medo de me ouvir.
não tenho medo de te fazer feliz.
não tenho tempo a perder.

então, menina celeste. Segura minha mão e me guie nesse teu azul que percorre minhas veias agora.


não me diga mais nada.
apenas chega com essa cor-paraíso,
dilua-se neste amarelo-sorriso que te pertençe.
ocupa o espaço que é teu

abre essa porta com a chave do mundo, que ela cabe nas nossas mãos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mudança.

Ela está diferente.
A doçura, agora rente firmeza.
A leveza densa do chumbo a comporta.
Palavras duras como concreto,
Sentimentos firmes como rochas seculares
e é de uma maturidade oleosa
que escoa em sua façe como o bálsamo
que transforma as feridas doloridas em cicatrizes.
A mão leve de menina, se transforma em raio de sol
olhar de mulher.
mas ainda sim, eu sei
lá no fundo
ainda existe e é,
a minha menina.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da necessidade de ser mulher
entendo muito bem.
do ritual de vaidade;

me despir dos pés a cabeça
banhar-me.
maquiar, vestir, provocar,
iludir.

do ritual de ser mulher
entendo muito bem.
sendo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

essas coisas que me afligem de vez enquando, enquanto fazemos aqui o café da manhã.





























































Passam quando o seu sorriso chega.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

felicidade.
adjetivo que andava distante
agora ja nao mais.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um certo dia de calor.

calor.
e minha pele exala hoje o cheiro teu.
mais do que nos outros dias
mais do que qualquer outra coisa...

tenho sede.
sede da tua boca que me chama
me convida pro balé infame
dos nosssos corpos nus e entrelaçados.

cada gota de suor evapora
te vejo dançar na fumaça do cigarro,
em meu copo;

sensual e ardilosa.
me maltrata
pra depois me escravizar
nesse jogo de sedução infinito.

faz calor,
e eu quero bem mais.
até o fim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Da dor alheia.

é como se eu fosse uma mãe, querendo se atirar na frente do filho pra que a bala não o atinja. e quero. essa dor tua, essa sensação de impotência minha... essa vontade louca de te por nos braços e te levar vagarosamente à cama; despir-te de tuas vestes de cansaço, deitar-te em meu colo, cuidar-te. Beijar tuas feridas até que a dor estanque, te por à dormir com histórias engraçadas dos homens, dos reis, e do mundo que vemos ruir... queria ser teu escudo, teu amuleto, teu dógma, teu vício. teu patuá, teu búzio, teu orixá; pra te guardar de todo mal que nesse mundo existe. mas infelizmente sou mortal....

(continua.)

terça-feira, 15 de setembro de 2009


[...]


Eu que me apeteço do teu passado,
eu que sinto na pele todas as tuas dores
eu lavo dentro de mim todas as tuas roupas sujas
eu que amo cada defeito teu, como uma qualidade
eu que perdôo todas as tuas loucuras de saíres e voltares...
posso dizer que isso vermelho, que se chama teu sangue
corre aqui, na minha veia.
carne da tua boca,
coração.

Ah, esse lemanto preso; essa saudade que me corrói as veias.. essa dor que insiste em me abrigar como parasita, que infesta meu ser dessa tristeza. Meses à fio, sem comer, sem dormir, sem te ter. As coisas pareçem não mais ter sentido, os meus passos, esses meus traços cansados no espelho do banheiro... mais uma noite, das que eu risco no calendário, e ainda restam dois meses de deserto, de frio, de dor.


Isso me faz tanta falta...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Em resposta à pergunta da namorada;

Entro em casa. é tarde da noite. as luzes acesas indicam que ainda há os que resistem ao sono. largo as coisas no sofá do quarto, e enquanto faço isso vejo nossas fotografias na parede, cheia daqueles momentos especiais e felizes, que faz da nossa trajetória memorável. Risos, Beijos, dias de paz, de conforto, de alegria, e de principalmente, dias de amor. 7 meses. e desses sete meses que se passam à pelo menos uns 3 meses estamos sem nos ver. O tempo é curto, a rotina difícil. As vezes nem nos falarmos por esses cabos de fibra óptica, é possivel. Os seus trabalhos, estudos, a minha mudança de vida, meus objetivos, o meu estudo... essa cadeia se somatiza a cada dia. A distância causada pela minha falta de emprego temporárea, machuca. Dói o peito ter que viver assim, longe. E são nesses dias de correria, de aportar meus navios tarde da noite nessa casa/cais, que eu me lembro de quanto me dá saudade dessa coisa tão grande, de nome tão pequena. "Nós"; 3 letrinhas humilde e modéstias, que nos abraçam desde o momento em que escolhemos por esse caminho seguir. Nós, e um mundo de possibilidades infindas de dar certo ou errado. Nós e nossos medos, nós e nossos anseios, nós e os nossos sonhos. Mas, apesar de tudo, contudo, aos meus olhos, o amor, o nosso amor é sempre mais firme. Mais forte que todos os males, mais precioso de que todos os metais, flores de cobre e ouro, resistentes a todas as ervas-daninhas do tempo, que vem assolar nosso jardim. As vezes tu te voltas pra mim, e com ares de dúvidas me perguntas : "será que valho tudo isso (os poemas, as cartas, os esforços, os presentes, etc.)?" Certa vez vida minha, uma senhora de cabelos brancos e pele escura, dessas que tivera braço forte e alma guerreira pra luta na juventude, me disse tais palavras: "Coração alheio é terra que ninguém anda." Concordo plenamente. De ti não posso esperar o mínimo abrigo minha flor. O que te dou é aquilo que sei, e aquilo que sei, é esse amor que carrego comigo. então em resposta te digo, completando o raciocínio da minha velha conselheira negra, com uma frase do célebre patriota do além-mar* : "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

João Carranca. - Por Lays vanessa.


*Título sugerido por Janaina Amarante.
"Pedra que lasca seu brilho, e que queima no lábio um quilate de mel,
e que deixa na boca adelante um gosto de céu..."


João Bosco - Jade

O segredo dos mortos.

Pedra limpa
que espelha em mim sus ais.
brilho de granito, cor de jade

cai sobre mim como veludo
seu corpor nu, macio, quente
deslisa como águas de corredeiras

afluente em nossas pernas
líguas que cortam
os céus escuros da boca,
o chão terno das carícias;

as ruas que percorro em teus olhos
mesmo que de longe recriam esse universo
que nos transporta a floresta dos nossos desejos

tão firmes quanto outrora.
tão vivo quanto o vento
que paira pelo ar.

Gosto.

um arrepio. não daria tempo se eu não quisesse suficientemente.
mas uma sensação gostosa de prazer me inclina a cozinhar minhas letras
e servi-las para que degustes aquilo que quiseres.

sou livre, és livre
e sirvo aqui minha alma leve para você;

gosto de ler, tocar violão, pintar, recitar poesias.
gosto que você me ouça
ou não.

gosto de respirar o ar doçe
gosto de sentir o som das cores
gosto.

domingo, 6 de setembro de 2009

Signo de cânçer.

As vezes é como um corte, um porre ou sei lá que porra. As vezes é dolorido, amargo e seco. Um blues e uma bigorna na cabeça de tanto pensar nos anseios, possibilidades, medo de dar errado. Medo de não acontecer como eu sonho, medo de ser o contrário. eu bem sei que nada que se planeja dá certo, mas eu paguei pra ver; quis tentar. Odeio coisas me consumindo. não gosto dos modos mais estranhos de ser. as vezes sou bem convencional, moça comum, que gosta de namorar e ir ao cinema ver coisas de hollywood. casa, filho, mulher, sempre quis tudo isso. Segundo a linguagem contemporânea de uma amiga, é tudo cupa do signo de cânçer isso. Ficar em casa ouvindo música, escrevendo e pensando sobre essas coisas que me assolam, passar noites em claro, viver e morrer por amor, ter medo, anseios, arriscar a vida e vender a alma a quem quer que seja pela intensidade do sentido no momento, e repitir tudo isso se caso aúltima tentativa seja fracassada, e inclusive esse medo do correr das águas agora. Não me mantenho grilada, não estou preocupada. Estou longe, consiente, e levemente receosa. Mas não faz mal. Toda culpa é sempre do signo de câncer.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Para eles.

Hoje foi mais fácil de respirar. O ar está mais leve, e tudo aquilo ontem me fez bem. e não por nada de extraordinário saca? mas foi só o fato de eles estarem ali. parados, olhando pra mim... me esperando. Cheguei, pus a bolsa na sala ainda abalada, ainda derrubada. vencida pelo chumbo da perda. Mas eles me sorriram, me abraçaram, me chamaram pra fumar um cigarro. Fomos. Dividimos todos esses bichos que nos engolem diáriamente, essa mesma sensação rodeou angente aquela noite. Conversamos sobre coisas bobas, dividimos as coisas tristes e os três tentamos consertar as coisas que nos atordoavam. Dá pra consertar, eu sei que dá. e fomos lá. Pedro trouxe o pandeiro; Ivo trouxe a benção, e saudou comigo os orixás. Eu acho que eu nunca os disse, mas deus sabe o quando eu tenho apreço por suas compainhas. e caminhamos pelo mundo assim, os três. é engraçado essa coisa que nos protege e nos guarda, que se chama amigo. dedico a eles essas palavras desajeitadas. aqueles que descobrem comigo no dia-a-dia essa aventura que nem sempre flores, nem sempre trevas, que se chama viver.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sorte de hoje: Hoje pode ser um dia excelente e maravilhoso - só depende de você.

sabe quando vc se sente pesado?! pois é. os ombros pesam e o suor não escorre com facilidade?!
a rota está saindo do eixo. e eu não sei como faço pra voltar...

domingo, 30 de agosto de 2009

A globo é realmente assim, uma piada.

sábado, 29 de agosto de 2009

sobre o tempo.

Tédio
ébrio
ócio
cacos
caos
cio
cego
muro
que
nos
matém
sós.

Braseiro.

Do you fell the same?
Noite mal dormida.
o sono não vinha.
um corpo estranho ao meu lado.
uma certeza
que cada vez mais crescia.
ele não se encaixava em mim
era grande demais.
nos olhávamos no escuro.
eu sempre soube que por dentro, ele queria;
mas preferi arriscar numa boa amizade.
procurava meu cheiro como um bicho no cio,
enquanto eu me guardava pra ela.
amanheceu.
lavou o rosto e foi embora.
sem despedidas, sem o que ele quis buscar.
mas o peso e o calor do seu corpo ainda estão aqui.
esperando a chançe
que não quero dar.

Divagando sobre os devaneios e os líquens de cristal.

As vezes uma disfunção do sentido paira sobre a minha cabeça branca.

A incerteza, dúvida, vapores juntamente com a fumaça do cigarro

Formam uma reação química desconhecida.

E eu paraliso para o mundo lá fora. É nessa hora que eu passo para a minha dimensão particular. Se eu tentasse explicar fracassaria.

Mas é algo como sentir o cheiro das ruas, o beijo dos casais apaixonados sobre a luz da lua; A urbanidade que banha os carros e o asfalto desse lugar...

Dói o excesso de liberdade.

Leio em ótica tridimensional as chacinas sanguinárias da periferia oposta a minha

E você, lá do céu me olha... Eu sei que olha. Mas o que vê aqui no chão?

Os pratos sujos na pia, sob o descaso das moscas que passeiam descompromissadamente pelas xícaras sujas de café?

Enquanto isso, aguando as plantas do meu jardim, tiro minhas duvidas telepáticas se você realmente vai topar envelhecer bordando as toalhas de mesa da nossa sala de jantar;

Eu poderia viver assim para sempre: Eu aguando as plantas, enquanto você borda deixando a chaleira apitar nos avisando que o café já está pronto. Dividir aquela velha cama que já viu tantas noites ébrias do nosso amor, do nosso sexo, do nosso cheiro, do nosso gozo... Apenas para esquentar nossos pés num tenebroso inverno; Eu lavaria e dobraria todas as suas roupas e jamais me arrependeria de migrar do meu estado sólido para o teu líquido, fluido; líquen de cristal que tanto e sempre me encatara. Sim, minha querida, eu sonho acordada. Mas não revelo à luz os meus devaneios. Seria capaz de realizar cada um deles só pra ver teu sorriso largo em brasa, tão aceso quanto o próprio sol, mas preciso primeiro daquela resposta;

A pergunta que sempre te fiz em sonhos e nas minhas sessões intimistas de telepatia: Você desejaria me acompanhar?!

Atravesso a rua correndo, desvio dos carros. Brinco de bem-me-quer com as pétalas de uma flor. E o teu retrato no bolso da minha carteira. Espero que dure, espero que cure toda dor que um dia aflorou aqui.

domingo, 23 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

[Poema para Lenin].

O moço bonito da fotografia fez parte de mim um dia.
ainda o faz, e por isso está aqui.
nos encontramos sorrateiramente
num domingo chuvoso e tristonho.
nós não temos mais 14 anos de idade
e nossas vidas já não são mais as mesmas.
mas com o sorriso acolhedor de sempre
ele fez brilhar luz onde não havia.
não temos mais aquela idade, aquele tempo.
mas pra ele sobrou a energia.
os bons fluídos e o sorriso encantador de outrora.
taí, uma pessoa que levo dentro de mim.
terno e calmo.
doce e pleno.
e apesar de carregar nome de guerra,
tem a leveza de uma flor.
O planto no meu canteiro.
para que nunca mais se perca.


*O moço que aqui me refiro, sai do mar em calção vermelho. Pelo sorriso dá pra reconhecer.

[Diálogo interno para uma pessoa externa].

é preciso se livrar das roupas e inibiçõesas
inibições são boas porque podemos superá-las
eu farei tudo o que você mandar
com a condição de que você não me machuque
porque não gosto de ser machucada
a única maneira de ser feliz é a gente se libertar
fazer tudo o que a gente podeo resto não importa
eu sei que vai ser muito bom
pois eu tenho a imaginação fértil
gosto de agradar .


Melissa.


sabe? eu curti muito isso. adorei a sacada do texto, e além de tudo, é uma ótima cantada. Boa sorte mel.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Duzentos Centavos. - Por, Thiago Trapo.


Santa Lúmpen. - Por, Thiago Trapo.


NAVALHAS FRACIONAIS DO RIDÍCULO CIÚME.

essa merda de sensação que me inquieta
quarentena.
me sufoca,
me entristesse.
mas não consigo vendar os olhos.
ser surda aos gritos.
ler nos jornais presságios de dor nunca foi minha praia.
crimes passionais, longe disso.
mas me entristço mudo
definho calado.
não tenho pudor, e sim razão.

domingo, 2 de agosto de 2009

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

[Divagando]

sobre o amor?!
o amor é uma grante faca de dois lados
que cicatrizes deixam em quem a empunha.
café, cigarro, cachaças, poemas, beijos, sexos, enchentes;
e eu sempre transbordo de um não sei o quê que dá setido a esse mundo.
caio em caixas de fotografias empoeiradas
leio as antigas cartas, declarações...
as novas, me brilham os olhos. esses olhinhos infantis que de tanto te olharem se tornaram teus.
e agora, derrepente uma solitude invade esses cabos de fibras ópticas.
onde estará o meu amor?! já é tarde, e não consigo dormir.
mais uma noite de insônia.
as lembranças ardem, queima, e me inquietam;
é como uma espécie de droga; me alucina, toma meu sangue
e a sede por mais me sufoca.
mas as vezes frágil, meu coração fraco chora a ausência tua
chora, a dor de acordar e não ter esse amor que tanto o marca.
caem palácios, ruíam impérios...
e meu pensamento só mora aonde tu estás.

Antologia.

"porque se chamava homem, também se chamava sonhos e sonhos não envelheçem..."


Hoje decidi profundamente sentir as coisas como elas se mostra pra mim. No desenrolar desse dia, onde houve o eclipse oculto e majestoso da moça de riso franco, e da mulher de façe cálida e pensamentos intimistas. Hoje, foi claramente um dia de sentir saudades, pois descobri com um desenho animado, que como a cebola, nós , seres humanos temos várias camadas; e eu ainda digo mais. me dispo dessas camadas aqui escrevendo. escrevendo sobre o futuro, sobre o passado, sobre o que um dia fui, sobre o que eu quis ser, e ainda sobre o que eu poderia ter sido. hoje foi bucólica a chuva que caía lá fora; meus olhos no horizontes, minha cabeça num velho/novo álbum de recordações preciosas que formam tudo aquilo que eu sou. mas o que sou? sou apenas aquilo que tenho. e aquilo que tenho, é apenas o que eu posso carregar sempre comigo. o que posso carregar comigo, são meus sonhos e como diria o grandissísimo Flávio Venturini em sua doce voz, os sonhos não envelheçem.

isto é o que sou, o que carrego.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Febre.

eu tenho febre.
e ninguém pode curar essa dor
só teu amor inquieto e agudo
quando entra em mim.
ferro e chumbo
que me faz flor em teu jardim;

6 meses.



- E aí?! quais são seus planos?!

-Eu quero ir aonde você estiver.

-Eu vou pegar aquela estrada, ali na frente. quer me acompanhar?

-Quero.



[...]



-Tenho medo.

-Eu também.

-Não vai embora agora não?

-Não vou.

-Me dá a mão?


(segura com força e olha nos olhos).


-Agora não tenho mais medo.


[...]


-Hoje está frio.

-É verdade. mas já não sinto esse frio.

-É?

-Sabe porque?

- [...]

- Porque tenho o teu abraço. E a 5 meses e 29 dias, você segurou minha mão quando tive medo, e não foi embora quando te pedi pra ficar.



- Sabe porque eu não fui?!


- [...]


- Porque eu te amo.






domingo, 26 de julho de 2009

eu desejo aqui, publicamente, um brinde.
as almas que se encontram
aos sorrisos que se completam
aos afetos que nunca morrem
aos amores que chegam na primavera pra florir os campos escusos da solidão!

eu brindo a mim, a ti, e a nós!
nós três que fazemos parte dessa caminhada
que aprendemos, amamos e crescemos,
juntos.
lado a lado.



*para Reuel e Celly.

sábado, 25 de julho de 2009


"...O meu destino é caminhar assim
desesperada e nua
sabendo que no fim da noite serei tua
deixa eu te proteger do mal, dos medos e da chuva;
[...]
Vamos ceder enfim à tentação
das nossas boas cruas
e mergulhar no poço ecuro de nós duas
vamos viver agonizando uma paixão vadia
maravilhosa e transbordante, como uma hemorragia
[...]
onde estou, onde estás?
meu amor, vem me buscar!
Chico Buarque e Ruy Guerra - Bárbara (da peça "Calabar").
*Me trouxe ao mundo perigoso e belo em que vivemos, meu amor. Onde estou, onde estás?! meu amor vem me buscar...

quinta-feira, 23 de julho de 2009


"Ai meu Deus. quanta saudade embala meu peito. Só tu e eu sabemos o quanto anseio retornar à isso daí, que tem aconchego de abrigo, cheiro de flor e sorriso de não-sei-o quê que me apavora de ser tão grande e brilhante como o sol... Ah, o sol! ela e essa mania inquietante de ser sol em mim; de fazer nascer, renovar todos os dias esse amor com cheiros de lençóis brancos, bons dias, e dessas coisas que fazem agente rir de tanto encanto. Ais. são o que me restam enquanto me perco por entre a saudade na lembrança de nossos beijos. infinitos e ternos; como mostra a fotografia. É meu Deus. só tu e eu saberemos..."

terça-feira, 21 de julho de 2009

"E o meu coração selvagem, tem essa pressa de viver. "



sobre o mundo?!


ele está naquela estrada ali em frente.

[respira e segue, tenta, cai, levanta, sofre, chora, porém anda. anda...]

domingo, 19 de julho de 2009

"Até pareçe que foi ontem minha mocidade, com o diploma de sofrer de outra universidade, minha fala nordestina, quero esqueçer o francês; E vou viver as coisas novas que também são boas: O amor rondando as praças cheias de pessoas; agora eu quero tudo, tudo outra vez."
*Do nobre Sr. Belchior. talvez o artista do qual tenho conhecimento, que mais tenha bichos parecidos com os meus. E como diria o próprio:
"Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão. Faca de ponta, o meu punhal de corte, o fantasma escondido no porão... eu tenho medo e já aconteçeu. eu tenho medo e ainda está por vir. morre o meu medo e isto não é segredo, eu mando buscar outro lá no piauí. Medo meu boi morreu, o que será de mim? manda buscar outro á no piauí..."

Sobre os objetivos.

medo.
que se instaura por entre os meus livros e discos.
sinto cada vez mais perto
e tão longe...
cavalgo um cavalo alado chamado "sorte"
e o meu medo de desejar e conseguir
conquistar;

chegar onde quis, talvez seja mais simples do que ver o outro lado da montanha.

tenho medo e não me intimido em dizê-lo.
como num cara ou coroa, vou jogar.
que os deuses me protejam
do resultado das minhas renúncias.

sábado, 18 de julho de 2009

sábado, 11 de julho de 2009

Incêndio.

As luzes piscavam. Muita gente naquela noite. Mas pra mim ali, só eu e você. Te olhava dançar enquanto desfrutava de situações inoportunas pra te provocar. Mexia meu corpo de forma diferente dos dias normais, para que você me notasse, até os nossos olhos se tocaram. Néon, uma dose gelada de vodka na mão, e ouvia sem parar uma tal “ninfetinha” cantar : “everything you touch me there, you make me feel so hot”. Hot; era exatamente o que era aquela sintonia. E enquanto eu me movia, te sentia perto... cada vez mais me cercando, como um caçador cerca sua presa. A vodka não matava mais minha sede, e o suor do meu corpo quente desejava se juntar a tua saliva.. e cada passo teu me seduzia, o modo do teu caminhar, e teus olhos que sintonizavam-se com os meus... teu corpo?! Uma usina nuclear em plena atividade. Você era o fogo que ardia em mim, e eu sabia: Aquela noite haveria um incêndio.

[Esse sorriso aí.]


Sorriu delicada e frouxamente. como nuncahavia o feito antes.
sorriu. e se fez linda por não esconder ou declarar;
apenas sorriu, e o mundo inteiro se abriu.
os sinos ressoaram a nunciando a chegada da boa nova
nos olhos dela, que exalavam beleza.
rosas?! que rosas?!
todas se ocultaram. tudo perdeu o brilho, a cor...
o meu violão perdeu o som
emudeçeu.
janelas e portas cerradas agora se abriram
primavera florida e repentina
que se abriu numa sorte, ou melhor, surpresa
que fez-se enigma em mim
quando parei para adimirar
o sorriso dela.

Sobre a noite passada.

horas jogadas,
noites à fio.
mudanças;
lembranças,
bom tom
sexo,
felicidade.
transição
transcendência.
amadurecimento
aprendizado
amor, muito amor.
sonhos,
planos,
solidez,
raíz.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Talvez eu quisesse ser menis ciumenta. eu realmente não gosto desse sentimento. como faz pra tirar ele daqui?!

tsc. e nem tem motivos, assim. é só esse calo me atormentando...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

então.
nova idade
da pedra, será?!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Meus 30 pecados de febre.

Eu gosto das coisas fortes, quentes, sinceras. gosto das coisas como doses duplas de cachaça, vodka ou qualquer coisa que o valha. gosto das coisas que eu possa tomar de uma vez só. ela é assim: peito nu, braço forte, e a delicadeza?! eu gosto é das suas mordidas mais vorazes. gosto. gosto mesmo desse joguinho de sedução barato. eu sei sempre onde termina, mas fico pelo prazer de jogar. sempre me exita. sempre me instiga a descobrir tudo aquilo que penso que sei de cór. me divirto horas com insinuações ao telefone e cruzadas de pernas maliciosas. gosto daquele sinal estratégico no canto da boca, que igual o dela, só o da Marilyn*.
seios fartos, me atraem, mas o que me fascina é o que ela sabe fazer com eles. não poderia ser qualquer uma, de qualquer forma, de qualquer jeito. pra me ganhar, é preciso saber fazer a coisa aconteçer. acho que o tato enxerga mais do que os olhos. mas mesmo assim mantenho-os atentos. gosto de ver o rosto dela, na hora que o bicho pega. gosto de sacar o movimento, dentro... horas, sem parar. gosto de agradar e ser agradada.
um sexo, dois sexos, três sexos. a noite inteira sem sair do lugar. corpo nu, cabelo solto, e não chega o cansaço. ela tem o que mais se precisa: s-i-n-t-ô-n-i-a; disposição, amor que é bom e que nunca falte... e uma boa dose de lascividade.
agente é assim: fogo e gasolina. uma mistura exploiva, e assim. bem lasciva.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

...Enquanto isso no msn...


Reuel diz:
*cara tô sentindo muito a sua falta vey, tô com muuita saudade de vc nega ;



Não. não existe coisa mais linda que reuel e um violão.

que se perpetue a dica.

O 1º encontro.

Cheguei. Troquei de roupa umas 3 vezes. quase abri buracos no chão da casa da amiga que me hospedava. tentei tocar violão, mas não saía nada; tentei desenhar, escrever ouvir música... mas a porra da concentração não chegava. fumei um cigarro, joguei conversa fora, conheci pessoas bacanas. as pessoas iam chegando pouco a pouco, e o meu estômago era dissolvido pela mistura-bomba de: cachaça, cigarro, ansiedade e uma pitadinha de leve de nervosismo. era cômico! há muito tempo eu não me via daquele jeito. há pelo menos uns dois anos.. mas, va lá. tomei um banho lá pelas 11:40 da manhã. troquei de camiseta pela última vez. Tirei a camisa do joão gilberto, e pus a camisa amarela (a camisa amarela alem de ser a criação muito querida, me tem fundamentos de sorte!); já existia uma galera bacana na casa e finalmente a minha tensão aliviava um pouco. sentei dentre eles e entre cigarros e muita música, trocamos muitas "boas-vindas", bebidas e sorrisos. 13:00hs. Alguém chamou no portão. todos olharam pra fora e só eu não havia escutado. A menina sentada do meu lado me disse, tão ansiosa quanto eu: "-É ela!" e só então começei a me dar conta de que a hora tinha chegado. já meio tonta (meio bêbada, no brilho! hahaha) e sem pensar muito, me levantei calmamente. enquanto eu calçava o chinelo a menina (a mesma que falou, inclusive) abria o cadeado da porta. A olhei por entre as grades. as pernas trêmulas (as minhas e as dela); na mão esquerda, um cigarro. ela veio vestida de azul, jeans e chinelos (de couro. dos quais eu adoro.). E foi absurdamente devastadora a sensação de ver, pela primeira vez, o ser que a meses eu só conhecia por fotos, e dentro do "mundo real", eu só tinha ouvido a voz. a voz que passavam madrugadas à fio no skype, horas à dentro de msn, blog, e conversas diversas. Devagar, fui realizando tudo isso na minha cabeça (com o corpo estático, detalhe. porque enquanto todas as pessoas da casa olharam ao mesmo tempo para o portão, para vistoriar o acontecimento, eu só conseguia ficar estática diante a grade. muita informação na cabeça, o sistema travou! hahahaha.), enquanto ela entrou afobadinha, grade à dentro. olhou pra mim, sorriu e falou: "-Vem aqui, me dê um abraço!"
e lá fui eu. abraço apertado, forte e bem nervoso.. mas dado. quando nos largamos, ela olhou dinovo pra mim, e me beijou tão rápido que eu nem conseguir realizar. Nesse dia, segui ela quase que como uma sombra. demorei uma cara pra realizar que ela era real. Mais tarde, nos reconheçemos. perdi minha timidez, ficamos juntas, nos beijamos e dali por diante, eu senti que valeram a pena (e valem) todas as noites de insônia on skype, os muitos dinheiros gastos em lan house's, em passagem pra atravessar uma légua, ter saído do conforto da minha cidade sem conhecer ninguém no outro estado além dela (que eu só conhecia pela internet, RÁ. eu fui corajosa, eu sei.), e voltar, quantas vezes for necessário para encontrá-la e estar ao seu lado.

esse foi o primeiro encontro com a namorada, que foi conhecida por aqui. pela internet. fazem uns 5 meses e parece que foi ontem...
é o meu inferno astral. só pode...











ou eu tô percebendo que algo tá dando errado aqui?!



*relógio, faça o mês, ligeiro.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Saindo do armário.

um desconforto latente, que sopra lento no meu ouvido. aqui faz frio, e talvez eu nem seja tão sexual como se deve parecer por aqui. lascividade é gostoso mas nunca foi o meu forte. aqui faz friu e tô bem encolhidinha dentro de mim, precisando de um gigante cobertor. é, essa carência canceriana me enfraqueçe tanto quanto uma doença terminal. fragilidade, vulnerabilidade, dependência; eu não sei mais que porra é isso que eu sinto por ser tão segregária assim, mas vou parar de lutar conta mim mesma. preciso reconhecer que:

Meu quarto é branco mas eu queria que ele fosse azul. meu violão anda meio mudo, e nem todas as coisas que eu acreditava são reais ou estão onde elas deveriam estar.

eu sou assim, canceriana com ascendente em escorpião. uma dúzia de amigos pós-contemporâneos, me dizem que esse ascendete me salva, mas eu tenho que gritantemente assumir o que essa carênciazinha ridícula berra pra mim todos os dias:

Não. ascendente em escorpião não me salva. eu sou uma canceriana bem nata e daquelas que quer casar e ter dez filhos pela casa correndo e quebrando tudo só pra ter o prazer de ouvir aqueles jungles clichês do dias das mães da minha ninhada.

sou assim. sentimentalista, melô-dramática, saida diretamente de uma novela mexicana, e choro 15 litros por dia se você ela não diz que me ama. irremediávelmente romântica, sensível até demais, e carente. E não pense que é carente de amor não. eu sou carente de toda e qualquer coisa que envolva pessoa. eu sou carente de amigo, de irmão de mãe, de pai, de abraço, sou carente de sol, de mar, de natureza, sou carente de vida e de morte.


e quer saber do que mais?! você que acha ruim meu bom amigo, paciência. porque eu não tenho culpa de ter nascido com o sol na casa mais melô-dramática do zodíaco. sou canceriana mesmo e gosto de sê-lo. Passei um tempão tentando esconder isso de mim mesma, mas de quê adianta?!


Ah, e que fique bem claro: Escorpião não me salva. e a maioria das pessoas que sofre por amor, e que já tiveram desilusões amorosas ficariam mais felizes se existissem mais cancerianos dando sopa no mundo.

E tenho dito!

As cartas que eu escrevo pra ninguém;

3 segundos antes do beijo
dez minutos depois da partida
15 dias de solidão
2 semanas pra chegada.
será destino ou mera coincidência?!
e eis me aqui outra vez.
5 de muitos
7 de poucos...
dois anos, e muita coisa mudou.
cheiro de fumaça e cimento
construção.
estrada
voa,voa, moça do laço de fita azul
um sol amarelo te encontrará no infinito
nem que esse sejam meus olhos...






(continua...)
"Eu gosto dos que tem fome,
dos que morrem de vontade
dos que secam de desejo,
dos que ardem.
"

F-O-M-E.

olha de lado, sorrateira e como de costume, bastante fulgás.
ela ri pra mim como o quê eu não sei. mas se senta.
acende um cigarro, pede um café, expresso e com leite. até a borda.
muitas vezes lê apenas as colunas de arte no jornal, se faz de tonta.
joguetes, e unhas roídas de vermelho.
dizem que é uma dona infeliz. que não tem ninguém;
talvez se ela fosse um pouco menos pedante, eu daria o que ela quer.
vem aqui todo dia só pra olhar, "não sei o quê".
senta à mesa, pede o mesmo café. eu já a conheço.
desses e de mais outros carnavais, prefiro nem comentar.
renega, rejeita, cospe dentre meus aventais enquanto lhe sirvo, condena os iguais...
mas me olha. Rente e firme. Olha sim, eu vejo;
eu sinto o queimor que sobe por suas pernas quando lhe vem à boca o café com leite.
até a borda...
até derramar encima de mim por susto ou tremor. ela quer tanto que não consegue...
não disfarça. mas se essa dona fosse menos, menos... menos "assim", eu a levaria
pra aquele motel de quinta, ali na esquina
e a mostraria, que um café expresso com leite nunca foi suficiente
pra alimentar seus devaneios de impudor; e muito menos serviria para matar
sua fome.

5 meses.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

tudo é uma questão de manter: a mente quieta, a espinha ereta, e o coração tranquilo.

O sonho.

um sonho.
de que se alimentam os que dançam em meu coração?
seio-coração.
lado esquerdo do peito.
escrevo as paixões
moldo estrada de dois;
morro a cada noite
nasço a cada manhã
e me dobro tantas vezes
me faço flor..
amor novo
sorriso franco.
pés numa caminhada moça
sou camadas.
nas quais me dispo uma a uma
pra ti, ó flor que planta com tuas raízes
esses sonhos em mim.
põe-me à dormir
com uma canção de ninar.
não quero acordar,
não quero que finde no despertar...
da realidade.

Longíquo.

daquilo que sei,
tudo se transforma.
ser intimista,
longínquo...
pensamentos de paz.
avida questão que inquieta o ser.
me parindo todos os dias
essa manh]a de saudade e sal que me consomem.
pareçe que quanto mais regozijo
mais dor, mais cresço
olho-te tão de perto
que meu olho se espelha
em tua retina.
ah, dias escuros e bolorentos sem teu calor em mim.
mas que posso fazer se destino não se escolhe?!
por isso vivo assim.
felicidade e recato
sorriso de lado,
pensamento longínquo...
ontem teve um sabor diferente. tudo mais bonito e tantos sorrisos..

Daquilo que não sei.

aquilo que eu quero e desejo
não se esconde nos livros
não mora nas estantes,
chega através do vento
que traz esse cheiro inconfudível.
o corpo,
o beijo,
a beleza sem fim.
tudo me arrasta e me atrai.
e eucaio.
caio na rede sedutora daquilo que não conheço
daquilo que vem até mim.
o que eu sei?!
nada sei.
mas olho o horizonte.
o vento sopra meus cabelos
caminho em direção aquilo tudo
que desconheço
que nada é
e por ser nada, é sempre
tudo.

sábado, 27 de junho de 2009

W.C

sentou na mesa da frente, como quem não queria nada.
passava os olhos obre as revistas, magazines e notícias.
mas sem mais olhou pra mim.
olhou pra frente.
O vinho era bordô, o batom era vermelho.
cabelos pretos... íris rente como faca.
ela sabia o que queria, mas gostava de jogar.
vestido leve, se o vento passa, já sabe.
divida seus olhos entre as manchetes e as minhas pernas.
sorria de lado,
era ousada como uma revolucionária.
fez sinal, olhou a placa.
"WC."
foi na frente, e esperou.
na última cabine, os sapatos vermelhos aparecia.
entrei atrás.
peguei por trás.
sorte fulgás.

depois saiu.
pediu o telefone,
nunca mais esteve na mesma mesa
por entre as magazines
mas fazia calor;
me chamou pruma piscina...


aí, já sabe né?!

Jogo.

faz que não olha e volta
volta porque é poema
de leminsky;
poema de linhas aleatórias
que voem aqui, e voem lá.

finge que não me vê e desdenha;
desdenha porque está chegando
desdenha porque quer comprar.

se abraça no braço da outra
olha pelas costas e ri
ri pra mim como quem derruba um lenço

e debruça... debruça...

terça-feira, 23 de junho de 2009

"eu tenho medo de abrir a porta e dar pro sertão da minha solidão."

Belchior.

Felicidade intimista e bem canceriana.

É. eu acho que posso dizer que hoje foi um dia tipicamente feliz. cotidianamente, fui puxando minhas memórias uma a uma, sorrndo com as fotografias, sentindo o cheiro morfado do meu passado, e relendo as minhas camadas, que como escamas, foram mudando ao sabor do tempo... hoje, não há mais a sede de beber o mundo num gole só; mas a pressa de buscar aquilo que tem gosto doçe, sabor de leite condensado numa tarde chuvosa... beleza de flor e sorriso de criança que ganha do papai noel o primeiro brinquedo. minha felicidade é assim. simplória e feliz. Com a luz do sol, que entra no meu quintal.
sonhamos tanto com a casa nova... ela quer cores nos talheres e tapete na sala de estar; eu gosto de pendurar quadros e pintar paredes. criançinhas correndo pela casa, desorganizando os nossos pincéis e tintas, desafinando meu violão... quebrando coisas, perguntando os "por quês" da vida ser do jeito que está.
E hoje, dentre nostalgias de são joão, fiz a fogueira sozinha. minha primeira fogueira. posto que nos próximos anos eu a farei novamente pros meus filhos, pros meus netos. hoje, senti ar de lar nessa casa, e isso me trouxe uma felicidade íntima, uma paz inabalável que me serve de couraça. posto que aqui, nada de mal pode entrar. é proibido tristezas e memórias ruins. do passado ao futuro, a minha felicidade sempre será assim: cheiro de casa limpa a tarde, debruçada sobre a rede. livros, discos, e um beijo doçe junto com a inefável sensação de dever cumprido.

domingo, 21 de junho de 2009

RE-abrindo, RE-habilitando, RE-cordando..

"it's not a secret anymore..."

As ondas batem nos meus cabelos.
cheiro de mar.
as estrelas caem empleno dia
como lembranças remotas que saem de uma antiga e empoeirada caixa de fotografias.
é como um encanto que nunca cessa.
aquela chuva...

uma manhã.

Presságios de julho.

Frios de julho, que presságios vos trazem?
sopros de ventos,
garoa fina
saudade, saudade

inverno.

alento?
coberta, ou cobertor?!
pele, pêlo?!
corpo ou moletom?!


o que me vem de presente dos deuses nessa primavera?
paz, amor, ardor, suor?
frio, ilusões, sonhos?


ontem as cartas disseram
que eu tenho sorte
e a estrela anuncia
a chegada de um novo tempo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

"STF derrota diploma para jornalistas."

Hoje pela manhã, como de custume, fui ao trabalho e abri um dos jornais de grande veiculação que chegam aqui (posto que trabalho numa biblioteca) no Recife. Não é espantoso ler barbaridades nesse jornal, posto que se trata de um jornal que banaliza o fato de recife ser a capital mais violenta do brasil, com o maior número de homicídios registrados em todas as espécies: contra homens, mulheres, negros, homossexuais, de um modo geral, colocando, nas suas matérias de capas, fotos fotos de corpos com bucacos de balas e facadas com fins de maior vendagem sensasionalizando a dor dessas mulheres que perdem todos os dias seus filhos, maridos, netos, etc. Desse jornal, só costumo tirar o caderno de cultura, porém hoje, algumas notícias específicas me chamamaram atenção: "STF DERROTA DIPLOMA PARA JORNALISTAS; ESTUDANTES DE JORNALISMO PROTESTAM - STF julga inconstitucional a obrigatóriedade do diploma para exerçer profissão".
É muito triste preceber a banalização da comunicação no nosso país. É ABSURDA A DECISÃO DO STF de julgar inconstitucional a obrigatóriedade do porte do diploma para exercer a profissão de jornalista no Brasil. Pois, mesmo enquanto se era obrigatório o porte do diploma para exercer tal profissão, já havim profissionais anti-éticos, sensasionalistas, e sespreparados no mercado (esses que são responsáveis por esse jornal que citei à pouco, no texto acima por exemplo.), descompromissados com o dever de levar os fatos verídicos e não-destorcidos (sejam eles bons ou ruins) para à sociedade; Profissionais, jornais, revistas, veículos televisivos e escritos, que publicam a notícia de forma mais conveniente à quem paga mais; - se com a obrigatóriedade do porte do diploma, já encontrávamos esse tipo de jornalismo descompromissado e corrupto no país, imaginem, meus caros amigos, o que veremos pela frente, com a incostitucionalização da obrigatóriedade do diploma para exercer a profissão em questão?
É, realmente eu não sei o que esperar. Temo profundamente pelo rumo do jornalismo brasileiro. Terei real medo de abrir um jornal daqui para frente, pois não estarei segura quanto ao compromisso com a veracidade daquela notícia ou até mesmo o compromisso profissional com a verdade de quem publicou e escreveu aquela notícia. Eu REALMENTE ESTOU PREOCUPADA. E se o padeiro decidir ser jornalista?! não que esses profissionais, seres humanos não possam ser capazes de atingir ou desenvolver tal profissão. mas um padeiro, antes de se tornar padeiro, estuda (aprendizado geralmente prático) para entrar e manusear o forno de uma padaria para fazer o pão. ele APRENDE a fazer o pão. ele SE PREPARA para ser padeiro. Mas segundo o presidente do STF, Sr. Gilmar Mendes, "Quando uma notícia não é verídica, ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A PROFISSÃO DE JORNALISMO NÃO OFEREÇE PERIGO DE DANO À COLETIVIDADE tais como a mediçina, engenharia e advocaçia, e nesse sentido, por não implicar tais riscos, não poderia extinguir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão."
Com a queda da obrigatóriedade do diploma, que prova que o estudante estudou e se capacitou em determinada área para exercer tal profissão, tendo cursado qualquer curso superior QUALQUER PESSOA PODE SER UM JORNALISTA. Simples assim. Eu, que já não confiava muito na procedência das notícias que chegam até a mim por meio dos grandes veículos de comunicação e mídia nacional, agora estou piamente desconfiada. Inda mais com o âncora, do jornal televisionado com mais audiência no país afirmando que a emissora a qual ele e seu jornal pertencem já executavam essa prática entre os seus redatores. E você caro leitor? O QUE VOCÊ ESPERA DO FUTURO DO JORNALISMO NO BRASIL?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

¬¬¹²³

"o que vocês esperam de crianças que adolescem entre bombas? pombas?"

quando eu era mais nova tinha uma daquelas agendas tribus, e aíaprendi essa frase numa delas. foi na década de 90, bem antes de euentender que era sapatão. lembrei dela hoje, enquanto via na internetnotícias sobre a parada lgbt de são paulo, no domingo passado (14 dejunho). li dois jornais da grande mídia corporativa, pra ficar passadacom o trato dado ao ATENTADO HOMOFÓBICO que aconteceu já na noite dodomingo 14. um dos jornais chamou a BRUTAL TENTATIVA DE ASSASSINATOque uma pessoa anônima, moradora da avenida vieira de carvalho, de"irritação com o barulho". transcrevo: "No episódio mais grave, por volta das 22h, o morador de um edifíciona avenida Vieira de Carvalho (centro) se irritou com o barulho depessoas que dispersaram da festa e jogou uma bomba caseira no grupo.Segundo a Polícia Militar, 30 pessoas ficaram levemente feridas peloartefato. O morador não foi identificado." (folha de sp, 15/06) sei que no brasil existe esse costume, legado de uma ditadura militarrecente que durou mais de 20 anos, de acionar demais a polícia praresolver assuntos comunitários. tipo, festa barulhenta na vizinhançaaté altas horas no meio da semana? chama a polícia. passamos por issoaqui em casa várias vezes, mas nada me convence de que a vizinha"irritada com o barulho" em questão, uma senhora advogada que me viucrescer à sua relevia y pra seu espanto, não fica irritada é com aescolha que fizemos por não termos uma vida secreta, por ficarmosconversando na porta de casa enquanto nos beijamos, abraçamos,rimos... mas oficialmente ela reclama do barulho e diz que vai chamara polícia.a esse tipo de conduta reacionária estou, infelizmente, já acostumada,mas, felizmente, segura o bastante pra agir com firmeza e dizer "ok,pode chamar". o que me angustia, agora, pós-atentado de 14 de junho, épensar na possibilidade de receber uma bomba no meio do pagode dedomingo. do terrorismo de estado, com sua polícia racista assassina,eu infelizmente já estou mais amortecida também. mas terrorismo devizinhança eu não dou conta. isso tira meu chão, me rouba de um dosafetos mais preciosos a que me apego: a idéia de comunidade comoespaço de convivência também de conflitos, que podem ser resolvidoscom uma conversa, um convite pra próxima festa, uma gentileza.pode ser que a vizinha, lendo o jornal do dia 15, decida aprender afazer uma bomba (como qualquer pessoa pode aprender procurando umtutorial na internet) ao invés de ficar me ameaçando, dizendo que vaichamar a polícia quando estamos fazendo barulho. porque o jornal, aotratar o atentado como uma "irritação", legitima o uso de violênciasextremadas pra resolver conflitos comunitários e ainda mascara agravidade do fato ao citar o evento como se fosse de uma naturalidadecorriqueira, perfeitamente justificável em casos de "irritação combarulho".no dia da maior parada nacional de orgulho LGBT uma bomba não élançada da janela por "irritação com o barulho". uma bomba é jogadaporque vivemos numa sociedade heterossexista que persegue, condena epune qualquer possibilidade de expressão de afeto e prazer (sexual ounão, silenciosa ou barulhenta, explícita ou velada) entre pessoas demesmo sexo/gênero, e estende essa punição às tentativas de exercíciolivre de expressões ou orientações de sexo/gênero que contrariem aforçadamente fingida "naturalidade" do heterossexualismo, com suaatribuição asfixiante, fixa e fictícia de papéis determinados amulheres e homens.o enorme pudor moralista (cristão!) que ronda a aprovação do plc 122,que criminaliza a homofobia, é só mais uma dessas ferramentas demascarar as coisas. o principal argumento da bancada evangélica contraa criminalização é que isso cercearia a "liberdade de expressão", essemaravilhoso bem garantido constitucionalmente. LIBERDADE DE EXPRESSÃO,NO BRASIL, JÁ É CERCEADA! evidência disso é o acesso à produção demídia no brasil, completamente elitista, misógino e branco. de quemsão os grandes jornais brasileiros? estão a serviço de que interesses?o dono do jornal de maior circulação em brasília é o vice-governador!é por isso que ninguém vai ler, no tal jornal, que a campanha que ogoverno arruda fez pra expulsar travestis de seu local tradicional detrabalho em brasília, o setor comercial sul, é uma política de governocompletamente transfóbica, que prega assepsia social e higienizaçãourbana fundamentada pelo moralismo heterossexista, cristão, racista ecapitalista que governa os interesses do estado. não é possívelexistir liberdade de expressão ampla, irrestrita, democrática ecomunitária num país em que o acesso a bens culturais é elitizado,embranquecido, heterocentrado. não são as travestis que escrevem osjornais que as tratam como lixo social!criminalização de condutas é outra daquelas heranças ditatoriais.negritude é caso de polícia. movimento social é caso de polícia.reforma agrária é caso de polícia. trabalho autônomo, pratrabalhadoras do sexo, é caso de polícia. sexualidade livre, sedivergente de um padrão tido como correto, é caso de polícia, écriminalizada. então me espanta o horror que a bancada evangélica temao plc 122. e me espanta essa política de criminalização em massa decondutas. como ativista negra, lesbiana, feminista, fico triste de verque essa é uma de nossas principais bandeiras hoje: pedir que maiscondutas sejam consideradas crimes. porque isso significa, no fim dascontas, mais sistemas de vigilância e punição, e mais gente nascadeias (que só confinam gente preta, gente pobre - majoritariamentepreta num país que cresceu a partir da escravização negra, genteputa...)óbvio que são medidas drásticas, imediatistas, que precisam sertomadas frente a conflitos urgentes. a criação da lei maria da penha éconsiderada, então, uma vitória das mulheres. mas teve gente quepensou que com ela os homens não iam mais espancar mulheres... o quenão aconteceu. agora os homens são presos, ficam fervendo de ódio dasmulheres que os denunciaram, e saem da cadeia (que já é bem conhecidacomo uma escola de crime, mas não de recuperação nem de reinserção,até porque é bem contraditório tentar reinserir alguém na sociedade apartir da restrição de sua liberdade) prontos pra continuar sendohomens.no caso de estupradores, é tão dramático quanto. um estuprador temduas chances na cadeia: ou se enforca ou "vira mulher". ATENÇÃO! se apunição a um macho que violentou uma mulher é ser tratado, por outrosmachos, como ele tratou a mulher que violentou, que círculo viciosoestá sendo alimentado com isso? o de um imaginário misógico quecontinua punindo as mulheres por serem mulheres, com penetraçãonão-consensual e violenta, enquanto dá aos homens: 1) o benefício doestupro como ferramenta de punição das mulheres (por serem mulheres,i.e., inferiores), 2) um instrumento de reafirmação de seu poder deser homem (i.e., poder de penetrar) e 3) a garantia de que essaviolação não é passível de pena a partir da masculinidade (ou seja, amasculinidade é uma estrutura impune, já que pra punir estupradores,eles são tratados como mulheres).eu entendo a importância política da luta pela criminalização dahomofobia. mas ela só faz sentido se pensada dentro desse tipo demundo em que o exercício da expressão afetiva ou sexual livre vaicontinuar sendo penalizada, não-aceita, meramente tolerada a partir demecanismos que coíbem sim a violência contra quem ousa dizer seu afetodivergente de uma norma estabelecida, mas não vai dar conta dedinamitar as estruturas de pensamento e ação que pregam o desafeto aoque é entendido como diferente (daquele "normal"). a criminalização dahomofobia não vai acabar com a lesbofobia, com a transfobia, com ahomofobia, com a bifobia.vai funcionar pra deixar pessoas homofóbicas cientes de que há um novoacordo social, relativo ao código penal, que pune determinadasviolências, mas vai fazer alguém pensar em heterossexualidade como umaorientação sexual forçada, repetida maciçamente até a exaustão; seráque vai fazer alguém pensar, como nunca admitiu pensar antes, em seenvolver de outras maneiras com as pessoas? vai fazer as pessoasabandonarem o conforto do heterossexualismo ou pelo menosquestioná-lo, vê-lo como uma opção e não uma determinação natural edivina? vai fazer as pessoas pararem de querer jogar bombas na gente,ou só vai impedi-las de jogar pelo medo de ir pra cadeia?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

pergunte pro seu orixá, amor só é bom se doer.


e acredite, dói.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

"Deus escreve certo, por linhas tortas." - ou, "Para o meu querido pai."

Ele buzinou no portão. e era uma sensação estranha, um frio comendo meu estômago com o um leão comeraia um pedaço de carne fresca. era o meu pai. apesar do longo tempo que se passou entre esta e a última vez que eu o vi, não houveram sorrisos. surge dele um tórrido: "boa noite minha filha" enquanto eu, de costas, respondi fria, e exata com uma flecha num alvo: "boa noite". foram muitas palavras e sorrisos com a outra filha, e eu de dentro do meu casco, como todo bom carangueijo canceriano, apenas observava calada o avançar da sinfonia. Notas, boemóis, sorrisos falsos para o outro lado, e de dentro de mim achava estranho. Como chamar um homem que, apareçe quando quer, e não lembra nem se quer do meu aniversário? pensei enquanto ele falava altivo, e rufante sobre a pseudo-vida mediocre de cidadão mediano que ele conseguiu lucrar através da esperteza. olhei seu rosto. engraçado reconhecer meus traços num homem que me passa menos segurança do que a minha mulher, que a pouco era uma estranha na minha vida. foi-se desenvolvendo uma agústia aguda, um sentimento crescente e ponte-agudo que se cobria do meu silêncio. porque então, seus assuntos principais eram negócios. ele não se deu conta de que, na verdade, não era bem aquilo que eu queria escutar. continuou a fala sobre o seu escritório, suas outras filhas e sua mulher. Um contador foi hoje a minha casa. mas nem pra cobrar nem pra pedir. Pra dar 3 tapinhas na minhas costas, e sumir mais uma vez, sem data de volta. em sua pasta, me contabilizou dez mízeros reais. Para absorvente, e creme de cabelo. Pedidos por mim, com muita timidez. por ter salários atrasados, e não ter costumes de falar desses assuntos pessoais com homens estranhos. talvez, esse seja o preço de sua filha mais velha. a primeira vinda de suas inconsequências em seus dezoito anos de idade. E por ironia do destino ou talvez para cumprir o dito popular "Deus escreve certo por linhas tortas", cá estou eu. sem amigos para conversar, e escrevendo. talvez daqui saia um bom texto. afinal de contas, a desgraça alheia sempre cai muito bem aos olhos dos outros. que seja. mas o que mais me espanta, e me apavora, é que eu. canceriana matriarca que sou, descobri onde estava a insensibilidade para com ele que, durante todos esses anos, ele cultivou e regou dentro de mim.

domingo, 14 de junho de 2009

ainda sinto no ar
aquele cheiro empoeirado
os prédios da cidade mudam de lugar
enquanto eu, nessa caminhada sem rumo sigo minha intuição.
espera.
longa e sem fim
e hoje ainda me perguntaram, se eu gostaria de ter super-poderes;
se eu pudesse, eu gostaria de controlar
o tempo.

ou o fim da falta dele.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sobre o egoismo.

A necessidade do ser humano em ser maior do que todas as coisas relamente me apavora.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dos bichos que moram dentro de mim.

das coisas que eu não sei
das coisas que eu vivo
há um laço com o ifinito
gosto de mel, com pota de fel
nó na garganta de não sei o quê.
e os bichos vão se instalando.
a cabeça fora do lugar..
.preciso mudar
preciso voltar ao normal.
eu quero luz de sol
jardim de sonho
paz pro meu coração, paz paz.
pra que tudo que for ruim pereça
pra que o que é bom permaneça
e esse sorriso volte a sorrir largo
se abrir como flor
cor de carmim.
protege meu deus, alumia.
tira as coisas que não são minhas
e deixa tudoq ue for meu, e que for bom.


menina do anel de lua e estrela.


Instante de dois. sem mais nem pra depois.
"catei colo, e o mar parou."

doçe.
sensivel, e lento
esse teu sopro leve sob minha nuca
toda a tua pessoa
e essa coisa que envolve
eu não sei explicar;
mas é único e forte
um instante nosso
de dois.
e é aí em ti que quero permanecer.
desculpa meus medinhos de bicho papão.
é que eu sou assim mesmo.
mas é em ti minha casa predileta de morar.
esse amor, mola do meu mundo.
essa luz, farol da minha estrada.
teu corpo, cama pra deitar
dormir.
estar, ser e viver:
em ti.

domingo, 7 de junho de 2009

Gris.

Nó na garganta
dissabor amargo
dor latente
e algo que se cravou aqui
pelas mãos da desilução de sonho feliz de lar.
estou casanda.
e não peço muita coisa não.
hoje eu só queria encontrar um amigo
tomar uma cerveja
soltar todos esses bichos que me mordem em meu peito
deitar no colo da menina,
eidormir.
pra esquecer que o mundo é cinza.


"disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão visi, há tantas violetas velhas, sem um colibri.."

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um outro jeito de olhar o mundo.

sou assim.
gosto de temperos fortes, comida posta à mesa.
gosto de feijão, arroz e pele.
procuro no vento os pensamentos que esqueci
e sinto o cheiro trazido por ele quando essa nostalgia de chuva e passos apressados me envolvem numa dança de memórias.
o cheiro dela... aparece quando o sol bate na terra que achuva molhou;
as flores me contemplam,e sorriem quando vêem meu olhar moço e cheio de ternura num desabrochar de vida que é tão eterno e tão novo..
novo sim, porque tudo se renova.
tudo se transforma;
e pele?! pele é chão. pele é chão de mão - casa do cheiro - desbrave de boca e toca de língua.
e tudo aquilo corre tão lípido e claro! não sei o dia de amanhã.
meus irrisórios bens materiais estão no ar.
e eu sigo assm: sem lenço, documento;
me alimento, de poesia, canção e pele. tua pele. branca como leite - macia como a flor dos cabelos de oxum; deusa da beleza - ébano eterno, berro contra todo esse dissabor que me diz que a vida não tem solução. Não! A vida é bela, e o julgo amargo fica doce como o gosto de tua boca. Doçe e forte - porque se iludir não vale. Mas basta olhar as coisas, de um jeito diferente. Eu quero amor nos olhos, ao invés de óculos escuros; eu quero sol dentro de mim como estive em ti, na noite passada. e quanto ao mistério de existir?! nunca saberemos, nunca entenderemos...

segunda-feira, 1 de junho de 2009



Te amo.



feliz aniversário meu amor.

Primavera.

tenho procurado nas cores teu brilho
vejo em meu lar teus lugares
de se esconder, e encontrar debaixo dos meus lençóis.
por entre as fotografias mergulho
e com esse sorriso bobo que te pertence viajo.
me abrigo dentro de ti nos dias chuvosos
e conto com a ajuda das inefáveis memórias do que ainda não aconteceu
dos dias de sol que virão enfeitar nossas vidas
e nos presentear com o calor para as nossas mãos.
eu te amo vida minha e és fatídica em minha poesia.
és meu verso, meu silêncio e minha música.
minha sereninade, meu acalento, meu... meu.
e mais do que meu amor, és mulher forte
peito largo, coração aberto; te admiro pelo que és, e pelo que aprendi contigo
vivendo em ti, comendo em ti, sonhando em ti.
mas do que te ter sou tua, como a lua pertence ao céu
e te contemplo como o sol ao mar.
amanhã, chegarei cedo. no brever do porvir de mais uma primaveira.
21º. e soprarei teus cabelos como a primeira brisa matutina;
entrarei em ti como o primeiro raio de sol da manhã daquele dia em que chegastes ao meu mundo, colorindo-o e enfeitando-o de flores e amores em cada canto que tocaste.
essa será só mais uma, a vigésima primeira de tantas outras primaveras que virão; e quando chegarem as próximas 30, e os teus cabelos mostrarem ao mundo os sinais de uma nova fase, ainda quero estar aqui, soprando teus cabelos como a primeira brisa matutina, e tão dentro de ti como a certeza da existência do sol num dia cinza e chuvoso, pois o que era uma flor antes desses 4, agora cria raízes, e junto com elas chega a calma e a paz no meu coração, pra me dar a certeza daquilo que eu mais quero: silênciar a boca, abrir os meus poros, falar pra ti com meus olhos e simplesmente ficar... permaneçer em ti, contigo... ficar, no meu lugar.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Golden Touch.

como achar
o real sentido do ser
de "ser"?!
ir ao fundo
achar diamantes
nas almas mais negras
sorrisos brandos, brancos
eu estou a procura
do toque dourado
onde acaba o árco-íris?!
eu quero o sol na mão.
e acho que não é pedir demais
e me perco nos meus sonhos
reservo o melhor
uma cama, colchão, escovas de dentes
pra dividir
careçe de egoísmo aqui.
não quero obrigar ninguem a permanecer.
sem adagas e punhais.
venho em paz, e se quiser me seguir?!
pegue na minha mão. e quando não mais quiser, eu vou olhar pra trás.
aceno de adeus e novamente caminhar.
a procura.
aquele velho anseio
de achar
o "golden touch".

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Construção.

E derrepente
o mundo se condensa numa fotografria.
fluidos fabricam os fios
que tecem dia a dia
a lã.
não do primeiro amor,
mas a do mais profundo.
mãos unidas tecem com cuidado
o colchão, a cama e o cobertor
o sono se torna sagrado
a paz?
inabalável.
pois o bom encotro de dois
fez com que fossemos
uma só.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Gris.

Não é bonito nem poético
mas certas coisas precisam ser ditas.
as vezes eu sinto um negócio aqui, que me inquieta
me dá nos nervos
e eu não sei o que isso é.
mas darei um cor-de-nome aqui.
ou melhor, darei uma cor, gris.
não há melhor cor pra esse ser que respira hoje as chaminés de seu sonho.
Gris.
e as vezes me dá uma inquietude essa tua beleza
sim, porque Gris, ainda que tons de cinza é cor.
e belo como o azul do meu céu.
mas eu rolo o botão do mouse
e não consigo enchergar nada mais além dela, dessa beleza plástica de cor cinza
e sabe que eu até pensei que fosse rancor?!
aqui quase não chove, é verão todo tempo, Recife faz calor.
mas numa dessas madrugadas choveu.
Gris. e mais uma vez você me apareceu.
de muito longe "voltou"- Revirou minhas gavetas, bagunçou a minha alma, manchou o meu tapete.
ainda voltou-se a mim na hora de "partir", me afirmando frivolamente: "-eu mudei um bocado, mas parece que você continua a mesma."
caiu sobre mim esse teu argoro amargo. quem "cê" pensa que é pra me procurar no meio da madrugada, depois de anos pra me dizer que eu continuo a mesma?! que direito você tem se nunca ao menos permaneceu?! se tudo aquilo era pseudo cheiro de flor vermelha.
hoje eu vejo. Gris. cigarro e plástico. E não que eu não goste de cigarros. mas me fazem mal, prefiro a distância. Acho penso assim sobre você. não que não tenha sido lindo e forte da minha parte; mas foi exagero fazer de vocÊ princesa. paguei meu preço, e descobri hoje o que é felicidade. mas como no mundo das cores, hoje eu de amarelo que sou tenho um elo inquebrável com o azul. e não me leve a mal, pois nos dias em que o sol aparece, o gris se esconde. e quando o gris de tuas chaminés de sorrisos e olhares aparecem nesses dias cinzas de inverno é para eu não estar. na verdade nunca foi para estar, nunca será...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sobre as manchas. - ou, Fotografias.

basta um olhar
e o meu dia muda.
mesmo as manchas
não destruiram a beleza do momento que registrou aquela fotografia
porque o brilho dos nossos sorrisos são maiores.
e mensmo não te tendo aqui
corro pra essas fotografias manchadas
quando a dor insiste em voltar.
me sinto leve,
hoje eu sei:
você me ensinou a voar
e mesmo estanto aqui
a minha alma está
do seu lado.
na cama e no colchão
de amar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Felicidade instantânea e crepuscular.

sabe aquele instante ontem o universo parece parar de girar e bate uma tontura leve que embrulha o estômago e falta o ar?! naquela tarde foi assim. ela dormiu. e enquanto eu ouvia uma canção de belchior, eu não sabia se ria ou se chorava diante de tanta grandeza. Me bateu derrepente um desespero instantâneo. aquela visão era um clarão pra mim que caminhei tanto tempo as cegas. então, eu não sabia onde por as mãos. havia um copo de algo embriagante no chão. sem pensar, tomei à boca e senti o amargo sabor da cachaça. mas nem ele silenciava aquela agonia, aquele medo que dava dentro de mim. não consegui chegar perto dela. fiquei ao longe, sentada, sem saber o que fazer. apenas olhava para aquela gigante mulher que dormia ali em seu sono mais pleno na queda dos crepúsculos da tarde. não sabia se sorria ou chorava, mas aos poucos o fui sentindo cheiro de felicidade harmoniosa... aquele mesmo cheiro que sinto no meu violão, quando acabo por compor uma nova canção. foi invadindo a sala junto com o solzinho de fim de tarde. ela dormia, e eu apenas olhava. olhava...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A sua.

sabe aquela vontade de te cuidar?! eu tenho. e todos os sentimentos do mundo são pequenos, perto desse amor que faz pulsar aqui esse sangue-coração. erguer-te a cabeça, lavar teus és cansados, tirar teus sapatos. deitar teu corpo cansado em minha cama, por-te pra dormir em meus braços. fazer o mundo parar para valsar a tua música, e se fugir é o que queres meu amor, que seja. de mãos dadas ao teu lado, segura me sinto para enfrentar todo o mundo. e que venham eles! o nosso escudo não é de ouro, nem prata. não temos casarões nem salões de festa; temos um casebrinho construidos do amor que tem sido o nosso pão, o nosso chão, o nosso teto; e um escudo de carne e osso, feito dos nossas noites de amor, na cama fria que nos açoitava enquanto estávamos longe. isso não os agrada. mas que seja, posto que te amo. hei de lutar por ti, contigo, em ti até o dia em que o tempo roube meus últimos suspiros.

sábado, 18 de abril de 2009

Muito.

muito.
muito de grande
de infinito
de absurdo
de forte

muito de luz
muito de paz
muito de mais

e nunca finda
nunca se dissipa
nunca nunca...
nunca termina
o nosso amor.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Juicebox.

Contar histórias em teus ouvidos
violar teu vestido.
minhas pernas entre as tuas pernas.
eu sinto algo no ar...
sua respiração acelera.
as minhas pernas tremem.
e praquê taça, se o vinho pode ser bebido em teu ventre?
rápido.
golpear,
1, 2, 3.

movimentos certos, precisos.
morder tua boca,
teus seios me chamam.
água, sal, mamilo, saliva e um pouco de vinho.
que desce como o mel que escorre; jorra sem parar.
novamente golpear,

1, 2, 3.

indecentes e indolentes
as palavras escorrem da minha boca.
entram pela tua,
e olho em teus olhos.
sinto o ardor do suor escorrendo nos arranhões de tuas unhas cravadas em minha pele.
no som, uma canção que diz: "waiting for some action, waiting for some action, so why won't you come over here?"

mais rápido! 4, 5, 6.

e agora enquanto reviras os olhos
eu procuro a fonte de onde se jorra esse furôr.
e uma vez procurada, se abre pra mim como uma flor.
o vinho perdeu o sabor, e agora é salgado e amargo
como uma boa e velha tequila.
teu gosto, teu cheiro, teu corpo.
e tudo isso que nos cerca.

e derrepente, o rock and roll vira valsa.
teu ventre treme abaixo do meu.
1, 2, 3 pancadas.
badala os sinos de nossa noite.
falececemos cansadas.
em algum prédio dessa cidade
nessa noite nua, crua e intensa.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

E quer saber do que mais?

eu vejo tuas fotos.
leio tuas cartas de amor.
e quer saber? acho que você não precisa da minha preocupação.
mas sim do sorriso amarelo que eu guardo aqui
pra te fazer feliz;
existe um turbilão de idéias e pensamentos
mas só um propósito.
a tua felicidade.
e se doi hoje meu amor,
quando você chegar, vou tirar seus sapatos.
massagear teus pés cansados.
preparar-te o banho e servir-te teu prato predileto.
falarei bobagens, contarei histórias de final feliz.
depois, deitar-te-ei na nossa cama.
e em meus braços vou te por pra dormir.
e talvez amanhã, tua vida seja mais doce,
teu fardo se torne mais leve
e o teu sorriso voltará abrilhar no teu rosto.
lugar de origem única e própria.
do qual ele é proibido por mim de desabitar.

meditação.

as horas se passam
a minha preocupação se arrasta no horizonte.
olhos distantes buscam você em todos os lugares
em cada rosa desse jardim.
faço preces, converso com amigos.
ah, como me dói te ver sofrer.
a vontade era cair no teu lugar
era servir de amortecedor na tua queda
livrar-te desse desespero que consome agora os confins de tua alma.
mesmo sabendo que essas dores te ensinarão a viver
eu sangro a cada golpe que ela, sorrateira e precisa, estoca em teu peito, meu amor.
aqui, assito de longe.
de terço nas mãos
espero.
rezo.
choro.
e confio, acima de tudo na tua capacidade de erguer-se.
e sei bem, que irás se superar.
aqui, do teu lado eu torço
e seguro tua mão.
pra tua dor
amenizar.

Prece.

em forma de palavras
eu teço aqui uma prece.
para que a menina dos meus olhos, nessa hora, seja forte.
meu bom deus, profere cada palavra que sai da boca dela
faça com que ela cumpra a missão que a ela foi dada nesse exato momento.
que através dos olhos de amor
ela possa abrandar um coraão em perigo.
que ela possa levar luz aonde há trevas.
que com o encanto que destes a ela, e essa capacidade de amar sem ver a quem,
ela possa por as tuas mãos leves sobre as feridas de quem se precisa.
aqui, eu diluo minha força.
e com vibrações positivas faço essa preçe
para que tudo dê certo;
para que a luz dissipe a escuridão mais uma vez
e para que a menina dos meus olhos,
possa se superar
mais uma vez.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ode ao meu amor.

e por sua chegada ela teçe como uma artesã, habilidosa e sutil aquele sorriso florido em meu rosto.
meu Deus, como pode crescert anto amor na alma de um ser humano assim?!
eu amo. e isso se espande a tudo que me cerca
ela caminha até mim. linda e branca, misturada de tons pastéis dominicais.
é força, beleza, entre seios e pertas
e me encanta quando roda sua saia, e quando dança, comanda os ventos.
e eu aqui! só a admirar.
completamente entregue; devota de sua beleza que tanto ilumina essa estrada minha.
eu?! sou só mais um ao seu redor.
e essas palavras saem no rítimo do samba que ouço agora.
"já passaram dias inteiros, janeiros...'
e que venham esses tais janeiros! e que venhas as águas de março, os ventos de maio.
pois eu rasgo em verso e prosa o verbo firme do tempo que tudo destrói.
a aparição dela na minha vida não vai passar.
pois a beleza que abriga seus olhos marca quem ela olha.
e eu não pude escapar, não pude.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

E de tanto amor..

E de tanto amor
se achega as vezes um medo,
de algo tão grande
é um medo que passa
quando você me abraça
e fala, dentro da minha boca
todas aquelas coisas que saem de vocÊ
e entram em mim.
eu gosto quando você tira os óculos que te fazem enxergar longe
pra poder me olhar mais de perto.
e cresce dinovo aquele medo
porque se apresenta o meu coração.
trequinho frágil, bomba-relógio
que quase explode quando olho dentro dos seus olhos claros e castanhos.
e eu fico ali, atônita. e penso as infinitas possibilidades que o mundo pode absorver pra tirar ssa paz de mim, porque é tão grande, tão lindo e tão verdadeiro qe eu não quero, não quero nunca perder.
e aí eu fico assim.
encantada. espantada. com medo e vontade de chorar.
porque eu sei que eu vou me jogar. eu vejo o abismo, logo ali em frente.
e nunca, na minha vida inteira isso aconteçeu. eu vejo tudo que um dia eu sonhe na minha frente. e eu não vou deixar escapar, não vou.

Pop Art. - By Paco.

sábado, 4 de abril de 2009

Quando Ana chorou.

A melancolia entrava como um desfecho naquela tarde nublada. Ana acendeu um cigarro enquanto encontrava no rádio um blues meio assim; meio jazz, meio solidão.
Sentada no sofá, com seu hobbie florido que seu namorado havia lhe dado de presente de aniversário, sentia-se tão clichê quanto a sua mãe, sua avó, suas tias. Logo ela, tão Cult, cheia de ideologias pós-moderninhas – com seus comportamentos contemporâneos, e sua pose de “oh, não sofro, não choro por amor (sim, porque eles acabam sempre)”, “gosto da minha individualidade. Fique no seu quadrado, por favor...” e todos aqueles blá blá blás de mulher moderna independente do século XXI. Logo ela, chorava naquela tarde cinza, com seus cigarros, seu esmalte vermelho suas pitangas. Foi para mim uma descoberta inacreditável saber que Ana, a mulher pós-contemporânea, também chora pitangas. E por amor, diga-se de passagem! Nessa tarde mesmo Ana se pegou chorando por usar o hobbie florido que aquele namorado, o Marcel, tinha lhe dado de presente no seu aniversário. Era um hobbie lindíssimo e florido, que o próprio trouxe de bali na sua última viagem. Mas já faziam meses que ele havia dado. Cinco meses na verdade. E no dia do aniversário de Ana, quando ela abriu o hobbie, não gostou muito do que viu. O xingou; disse que ele não a conhecia; que só um homem do século passado mesmo para dar de presente a sua namorada algo tão brega e tão kitsch quanto um hobbie florido. Ah, ele nunca soube agradá-la. Nunca soube do que ela realmente gostava. Pois na frente das amigas moderninhas, Ana ouvia Artic Monkeys, e Amy winehouse; mas quando elas não estavam, ela pegava emprestado o hobbie florido da mãe e as pantufas cor-de-rosa, e com uma grande caneca de café e 2 carteiras de cigarro danava-se a ouvir Roberto Carlos. E ele a achava tão linda e confortável no hobbie florido da mãe, ela levitava em seu estado de graça. Vivia falando pela casa que o adorava. Então, em bali quando viajou para fazer pesquisas universitárias, a saudade de Ana quase matou o pobre rapaz. Ficavam na memória os momentos em que sentavam os dois, ela de hobbie florido e ele de camiseta e bermuda, ao lado da vitrola, para ouvir as canções do Roberto Carlos. E eram tantas! A saudade quase o matou nesses meses que passou longe de Ana. Mas caminhando pelas ruas daquele lugar, algo fizeram seus olhos brilharem: o hobbie florido! Igual a mãe de Ana! Perfeito presente para matar a saudade daqueles momentos a qual ele tinha tanto apreço. Comprou. E quando chegou ao Brasil portando o hobbie florido, decidiu lhe fazer uma surpresa, pois o aniversário de Ana se aproximava. Chegou em sua festinha radiante. Marcel, de sorriso tão florido quanto o hobbie, deu-lhe um beijo na nuca, deixou com que Ana conversasse com suas amigas, enquanto tirava de seu velho fusca azul turquesa, que havia sido de seu pai, o lindo presente para sua estimada namorada. Ana viu o pacote, não haviam escrito em português. Seus olhos brilhavam, como os de uma menina que ganha a primeira boneca. Rasgou sem dó o embrulho. E ele aguardava ansioso a reação dela ao seu presente, que lhe havia custado os últimos dólares que restavam para vários dias de viagem ainda. Mas para o transtorno do pobre rapaz, Ana mudou de feição. Disse que não gostara desse ridículo presente, e que só mesmo “um homem do século passado, que andara de fusca azul turquesa iria querer uma namorada de hobbie florido.” As amigas dela riram. Junto a elas, Ana dançou um tango argentino sobre o coração de Marcel. Pobre Marcel, que agora, saia sem despedir-se de Ana. Deixou o estimado hobbie florido caído ao chão, dessa vez sem sorrisos, sem saudades, e com uma velha canção do Roberto Carlos tocando no rádio do fusca turquesa. Naquele momento Ana soube, pelo olhar ferido de Marcel que ele nunca mais voltaria. Doeu nela, mas o show continuou (sempre continua, oras!) . E ela e suas amigas passaram a noite rindo do hobbie florido, tomando bordos e cabernet, falando de Fellini, Woody Allen, e Brigitte Bardot. Mas a festa acabou (sempre acaba.), e no meio da limpeza, Ana recolheu do chão o maldito hobbie florido que ela tanto tinha zombado. Jogou em um canto qualquer. Passaram-se 5 meses após aquele dia. E todos os dias, Ana chorava na calada da noite a falta que fazia o ronco barulhento do fusca de Marcel, quando ele chegara a porta de sua casa. Ah, quanta falta fazia a compainha dele ao som das canções do Roberto Carlos (que para ela, secretamente, era o rei, Roberto Carlos)! Ela chorou todas as noites sem que ninguém percebesse ou visse. Aos que perguntavam sobre a ausência de Marcel, ela apenas dizia que ele resolveu partir. Ela disfarçava absolutamente bem os efeitos colaterais dessas perguntas inesperadas. Pedia educadamente para usar o toillet, e segurava o choro até chegar lá. 10 minutos depois inventava uma desculpa, ia para casa. Suas amigas reclamavam de que ela não mais saia, não mais falava do Woody Allen e nem da Brigitte Bardot. Evitava sair ou ficar em casa vendo os “happy endings” do Clarck Gable. Cinco meses, e o telefone não tocava. Pobre Ana. A ela só a solidão agora servia de herança. E de tanto fugir de si mesma, naquela tarde cinzenta de julho ela não resistiu. Tirou do armário o velho hobbie florido. Ligou o rádio. E mesmo evitando o rei Roberto, uma bandinha Cult dessas que surgem 24 horas no século XXI tocava a versão da música predileta do Marcel, aquele rapaz do fusca azul turquesa no qual ela insistia em fingir não lembrar. “as canções que você fez pra mim”. Sentou-se ao sofá, imaginando-se invisível naquele momento. E de hobbie florido, e unhas vermelho metálico pós-moderno, ela tirou do maço um cigarro. O acendeu. “...quantas vezes você disse que me amava tanto, quantas vezes enxuguei o seu pranto; agora eu choro só sem ter você aqui...” e foi essa a primeira vez que eu vi Ana chorar. E não foi o fato de vê-la chorando que me levou a escrever esse conto; mas é que pela primeira vez, Ana perdeu o medo de ser brega ou clichê, e foi ser quem ela realmente é.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009.

Aprendi que o mundo cabe nas minhas mãos; basta querer, acreditar e lutar por aquilo que se deseja.
Aprendi que pouco tempo é muito, se a saudade machuca, lateja e arde.
Aprendi que não se deve ter medo da vida, pois ela é pra ser vivida.
Aprendi que as vezes é preciso jogar tudo pro alto e começar denovo:
Nova vida, novo amor, novos sonhos, novas conquistas, um novo lugar.




Aprendi que muros, barreiras e distâncias, são pequenas quando se há um amor tão grande.

Aprendi a dar mais valor aos de casa; pois o seio da família é tão precioso, que , como a maioria das coisas preciosas, só damos o devido valor que mereçem quando as predemos.

Aprendi a ter prazer no ar que respiro, aprendi que ser gente grande não é fácil, e que morar sozinho é mais do que ser dono do seu próprio nariz: É estar sozinho com suas dores, amores, alegrias; E mais do que estar sozinha, Aprendi que um amigo é como os vasos de violeta e cáctus que enfeitam as janelas dos meus vizinhos... Eles enfeitam e enchem o lar que é meu de alegrias, e cada vez que me sinto só, é neles que eu vou buscar a força que preciso ter pra batalhar pelos meus sonhos.






Aprendi que o passado é importante, mas olhar para o futuro é mais importante ainda.





Ah, aprendi a ser amada. e hoje sei o quanto é bom isso.







deixa eu ver... acho que não falta mais nada.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu e você assim de perto dá Pra eu me perder de vez nas suas tintas
me dê uma noite um pouco damanhã só pra eu sacar se os olhos mudam de cor...

Instrumento.

Todos esses versos estavam presos e acumulados em algum lugar em mim, como os dias de sol que se acumulam num verão inteiro. Agora querem sair de mim, assim, involuntáriamente. Cada vez mais descubro que sou apenas instrumento dessas coisas que me invadem, que pairam pela minha cabeça como numa espécie de filtragem ou passagem e fluem para esses cabos de fibra óptica ou para os Fás e Sóis dessa canção que canto todos os dias. Sou instrumento ainda do meu próprio violão que tira de mim meu dedos, mãos, alma e coração. Seja me matando de dor num samba de tristeza, ou sorrindo de alegria numa marchinha singela de carnaval, daquelas que exaltam o meu belo Recife, com suas pontes e beleza sem igual. Daqui de fora, sinto saudades e muita preguiça.
Porém, minha voz nunca me deixa triste.


[continua...]

Tradução de hierogrifos antigos.

esses olhos de comer fotografias que me olham assim
lambe olhos, retorce minhas pernas
puxa meus cabelos.

esse foco de luz que sai dali enquanto dançamos esse balé esquisito
inunda cada parede deste quarto.
nosso cheiro imprimido nos lençóis, nossos olhos virando em arebóis

nascem dois sóis nesse horizonte.


morre uma lua na minha manhã.
"Venha sem chão, e me ensina a solidão de ser só dois."

A chave do mundo.

esse azul de todo dia que colore hoje as paredes dessa casa.
essa vida de artista, esse toque de sabor
cheiro de laranjeira
violão, madeira.

raíz que segura e rega todos esses laços construidos aqui.
esse quarto-ninho
que abriga nós-passarinhos.

alegria,choro,prazer,cama,sexo,estudo,luta.

sigo essa seta.
essa linha que percorre esse azul que me guia
não tenho medo de me ouvir.
não tenho medo de te fazer feliz.
não tenho tempo a perder.

então, menina celeste. Segura minha mão e me guie nesse teu azul que percorre minhas veias agora.


não me diga mais nada.
apenas chega com essa cor-paraíso,
dilua-se neste amarelo-sorriso que te pertençe.
ocupa o espaço que é teu

abre essa porta com a chave do mundo, que ela cabe nas nossas mãos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mudança.

Ela está diferente.
A doçura, agora rente firmeza.
A leveza densa do chumbo a comporta.
Palavras duras como concreto,
Sentimentos firmes como rochas seculares
e é de uma maturidade oleosa
que escoa em sua façe como o bálsamo
que transforma as feridas doloridas em cicatrizes.
A mão leve de menina, se transforma em raio de sol
olhar de mulher.
mas ainda sim, eu sei
lá no fundo
ainda existe e é,
a minha menina.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da necessidade de ser mulher
entendo muito bem.
do ritual de vaidade;

me despir dos pés a cabeça
banhar-me.
maquiar, vestir, provocar,
iludir.

do ritual de ser mulher
entendo muito bem.
sendo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

essas coisas que me afligem de vez enquando, enquanto fazemos aqui o café da manhã.





























































Passam quando o seu sorriso chega.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

felicidade.
adjetivo que andava distante
agora ja nao mais.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um certo dia de calor.

calor.
e minha pele exala hoje o cheiro teu.
mais do que nos outros dias
mais do que qualquer outra coisa...

tenho sede.
sede da tua boca que me chama
me convida pro balé infame
dos nosssos corpos nus e entrelaçados.

cada gota de suor evapora
te vejo dançar na fumaça do cigarro,
em meu copo;

sensual e ardilosa.
me maltrata
pra depois me escravizar
nesse jogo de sedução infinito.

faz calor,
e eu quero bem mais.
até o fim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Da dor alheia.

é como se eu fosse uma mãe, querendo se atirar na frente do filho pra que a bala não o atinja. e quero. essa dor tua, essa sensação de impotência minha... essa vontade louca de te por nos braços e te levar vagarosamente à cama; despir-te de tuas vestes de cansaço, deitar-te em meu colo, cuidar-te. Beijar tuas feridas até que a dor estanque, te por à dormir com histórias engraçadas dos homens, dos reis, e do mundo que vemos ruir... queria ser teu escudo, teu amuleto, teu dógma, teu vício. teu patuá, teu búzio, teu orixá; pra te guardar de todo mal que nesse mundo existe. mas infelizmente sou mortal....

(continua.)

terça-feira, 15 de setembro de 2009


[...]


Eu que me apeteço do teu passado,
eu que sinto na pele todas as tuas dores
eu lavo dentro de mim todas as tuas roupas sujas
eu que amo cada defeito teu, como uma qualidade
eu que perdôo todas as tuas loucuras de saíres e voltares...
posso dizer que isso vermelho, que se chama teu sangue
corre aqui, na minha veia.
carne da tua boca,
coração.

Ah, esse lemanto preso; essa saudade que me corrói as veias.. essa dor que insiste em me abrigar como parasita, que infesta meu ser dessa tristeza. Meses à fio, sem comer, sem dormir, sem te ter. As coisas pareçem não mais ter sentido, os meus passos, esses meus traços cansados no espelho do banheiro... mais uma noite, das que eu risco no calendário, e ainda restam dois meses de deserto, de frio, de dor.


Isso me faz tanta falta...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Em resposta à pergunta da namorada;

Entro em casa. é tarde da noite. as luzes acesas indicam que ainda há os que resistem ao sono. largo as coisas no sofá do quarto, e enquanto faço isso vejo nossas fotografias na parede, cheia daqueles momentos especiais e felizes, que faz da nossa trajetória memorável. Risos, Beijos, dias de paz, de conforto, de alegria, e de principalmente, dias de amor. 7 meses. e desses sete meses que se passam à pelo menos uns 3 meses estamos sem nos ver. O tempo é curto, a rotina difícil. As vezes nem nos falarmos por esses cabos de fibra óptica, é possivel. Os seus trabalhos, estudos, a minha mudança de vida, meus objetivos, o meu estudo... essa cadeia se somatiza a cada dia. A distância causada pela minha falta de emprego temporárea, machuca. Dói o peito ter que viver assim, longe. E são nesses dias de correria, de aportar meus navios tarde da noite nessa casa/cais, que eu me lembro de quanto me dá saudade dessa coisa tão grande, de nome tão pequena. "Nós"; 3 letrinhas humilde e modéstias, que nos abraçam desde o momento em que escolhemos por esse caminho seguir. Nós, e um mundo de possibilidades infindas de dar certo ou errado. Nós e nossos medos, nós e nossos anseios, nós e os nossos sonhos. Mas, apesar de tudo, contudo, aos meus olhos, o amor, o nosso amor é sempre mais firme. Mais forte que todos os males, mais precioso de que todos os metais, flores de cobre e ouro, resistentes a todas as ervas-daninhas do tempo, que vem assolar nosso jardim. As vezes tu te voltas pra mim, e com ares de dúvidas me perguntas : "será que valho tudo isso (os poemas, as cartas, os esforços, os presentes, etc.)?" Certa vez vida minha, uma senhora de cabelos brancos e pele escura, dessas que tivera braço forte e alma guerreira pra luta na juventude, me disse tais palavras: "Coração alheio é terra que ninguém anda." Concordo plenamente. De ti não posso esperar o mínimo abrigo minha flor. O que te dou é aquilo que sei, e aquilo que sei, é esse amor que carrego comigo. então em resposta te digo, completando o raciocínio da minha velha conselheira negra, com uma frase do célebre patriota do além-mar* : "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

João Carranca. - Por Lays vanessa.


*Título sugerido por Janaina Amarante.
"Pedra que lasca seu brilho, e que queima no lábio um quilate de mel,
e que deixa na boca adelante um gosto de céu..."


João Bosco - Jade

O segredo dos mortos.

Pedra limpa
que espelha em mim sus ais.
brilho de granito, cor de jade

cai sobre mim como veludo
seu corpor nu, macio, quente
deslisa como águas de corredeiras

afluente em nossas pernas
líguas que cortam
os céus escuros da boca,
o chão terno das carícias;

as ruas que percorro em teus olhos
mesmo que de longe recriam esse universo
que nos transporta a floresta dos nossos desejos

tão firmes quanto outrora.
tão vivo quanto o vento
que paira pelo ar.

Gosto.

um arrepio. não daria tempo se eu não quisesse suficientemente.
mas uma sensação gostosa de prazer me inclina a cozinhar minhas letras
e servi-las para que degustes aquilo que quiseres.

sou livre, és livre
e sirvo aqui minha alma leve para você;

gosto de ler, tocar violão, pintar, recitar poesias.
gosto que você me ouça
ou não.

gosto de respirar o ar doçe
gosto de sentir o som das cores
gosto.

domingo, 6 de setembro de 2009

Signo de cânçer.

As vezes é como um corte, um porre ou sei lá que porra. As vezes é dolorido, amargo e seco. Um blues e uma bigorna na cabeça de tanto pensar nos anseios, possibilidades, medo de dar errado. Medo de não acontecer como eu sonho, medo de ser o contrário. eu bem sei que nada que se planeja dá certo, mas eu paguei pra ver; quis tentar. Odeio coisas me consumindo. não gosto dos modos mais estranhos de ser. as vezes sou bem convencional, moça comum, que gosta de namorar e ir ao cinema ver coisas de hollywood. casa, filho, mulher, sempre quis tudo isso. Segundo a linguagem contemporânea de uma amiga, é tudo cupa do signo de cânçer isso. Ficar em casa ouvindo música, escrevendo e pensando sobre essas coisas que me assolam, passar noites em claro, viver e morrer por amor, ter medo, anseios, arriscar a vida e vender a alma a quem quer que seja pela intensidade do sentido no momento, e repitir tudo isso se caso aúltima tentativa seja fracassada, e inclusive esse medo do correr das águas agora. Não me mantenho grilada, não estou preocupada. Estou longe, consiente, e levemente receosa. Mas não faz mal. Toda culpa é sempre do signo de câncer.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Para eles.

Hoje foi mais fácil de respirar. O ar está mais leve, e tudo aquilo ontem me fez bem. e não por nada de extraordinário saca? mas foi só o fato de eles estarem ali. parados, olhando pra mim... me esperando. Cheguei, pus a bolsa na sala ainda abalada, ainda derrubada. vencida pelo chumbo da perda. Mas eles me sorriram, me abraçaram, me chamaram pra fumar um cigarro. Fomos. Dividimos todos esses bichos que nos engolem diáriamente, essa mesma sensação rodeou angente aquela noite. Conversamos sobre coisas bobas, dividimos as coisas tristes e os três tentamos consertar as coisas que nos atordoavam. Dá pra consertar, eu sei que dá. e fomos lá. Pedro trouxe o pandeiro; Ivo trouxe a benção, e saudou comigo os orixás. Eu acho que eu nunca os disse, mas deus sabe o quando eu tenho apreço por suas compainhas. e caminhamos pelo mundo assim, os três. é engraçado essa coisa que nos protege e nos guarda, que se chama amigo. dedico a eles essas palavras desajeitadas. aqueles que descobrem comigo no dia-a-dia essa aventura que nem sempre flores, nem sempre trevas, que se chama viver.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sorte de hoje: Hoje pode ser um dia excelente e maravilhoso - só depende de você.

sabe quando vc se sente pesado?! pois é. os ombros pesam e o suor não escorre com facilidade?!
a rota está saindo do eixo. e eu não sei como faço pra voltar...

domingo, 30 de agosto de 2009

A globo é realmente assim, uma piada.

sábado, 29 de agosto de 2009

sobre o tempo.

Tédio
ébrio
ócio
cacos
caos
cio
cego
muro
que
nos
matém
sós.

Braseiro.

Do you fell the same?
Noite mal dormida.
o sono não vinha.
um corpo estranho ao meu lado.
uma certeza
que cada vez mais crescia.
ele não se encaixava em mim
era grande demais.
nos olhávamos no escuro.
eu sempre soube que por dentro, ele queria;
mas preferi arriscar numa boa amizade.
procurava meu cheiro como um bicho no cio,
enquanto eu me guardava pra ela.
amanheceu.
lavou o rosto e foi embora.
sem despedidas, sem o que ele quis buscar.
mas o peso e o calor do seu corpo ainda estão aqui.
esperando a chançe
que não quero dar.

Divagando sobre os devaneios e os líquens de cristal.

As vezes uma disfunção do sentido paira sobre a minha cabeça branca.

A incerteza, dúvida, vapores juntamente com a fumaça do cigarro

Formam uma reação química desconhecida.

E eu paraliso para o mundo lá fora. É nessa hora que eu passo para a minha dimensão particular. Se eu tentasse explicar fracassaria.

Mas é algo como sentir o cheiro das ruas, o beijo dos casais apaixonados sobre a luz da lua; A urbanidade que banha os carros e o asfalto desse lugar...

Dói o excesso de liberdade.

Leio em ótica tridimensional as chacinas sanguinárias da periferia oposta a minha

E você, lá do céu me olha... Eu sei que olha. Mas o que vê aqui no chão?

Os pratos sujos na pia, sob o descaso das moscas que passeiam descompromissadamente pelas xícaras sujas de café?

Enquanto isso, aguando as plantas do meu jardim, tiro minhas duvidas telepáticas se você realmente vai topar envelhecer bordando as toalhas de mesa da nossa sala de jantar;

Eu poderia viver assim para sempre: Eu aguando as plantas, enquanto você borda deixando a chaleira apitar nos avisando que o café já está pronto. Dividir aquela velha cama que já viu tantas noites ébrias do nosso amor, do nosso sexo, do nosso cheiro, do nosso gozo... Apenas para esquentar nossos pés num tenebroso inverno; Eu lavaria e dobraria todas as suas roupas e jamais me arrependeria de migrar do meu estado sólido para o teu líquido, fluido; líquen de cristal que tanto e sempre me encatara. Sim, minha querida, eu sonho acordada. Mas não revelo à luz os meus devaneios. Seria capaz de realizar cada um deles só pra ver teu sorriso largo em brasa, tão aceso quanto o próprio sol, mas preciso primeiro daquela resposta;

A pergunta que sempre te fiz em sonhos e nas minhas sessões intimistas de telepatia: Você desejaria me acompanhar?!

Atravesso a rua correndo, desvio dos carros. Brinco de bem-me-quer com as pétalas de uma flor. E o teu retrato no bolso da minha carteira. Espero que dure, espero que cure toda dor que um dia aflorou aqui.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

[Poema para Lenin].

O moço bonito da fotografia fez parte de mim um dia.
ainda o faz, e por isso está aqui.
nos encontramos sorrateiramente
num domingo chuvoso e tristonho.
nós não temos mais 14 anos de idade
e nossas vidas já não são mais as mesmas.
mas com o sorriso acolhedor de sempre
ele fez brilhar luz onde não havia.
não temos mais aquela idade, aquele tempo.
mas pra ele sobrou a energia.
os bons fluídos e o sorriso encantador de outrora.
taí, uma pessoa que levo dentro de mim.
terno e calmo.
doce e pleno.
e apesar de carregar nome de guerra,
tem a leveza de uma flor.
O planto no meu canteiro.
para que nunca mais se perca.


*O moço que aqui me refiro, sai do mar em calção vermelho. Pelo sorriso dá pra reconhecer.

[Diálogo interno para uma pessoa externa].

é preciso se livrar das roupas e inibiçõesas
inibições são boas porque podemos superá-las
eu farei tudo o que você mandar
com a condição de que você não me machuque
porque não gosto de ser machucada
a única maneira de ser feliz é a gente se libertar
fazer tudo o que a gente podeo resto não importa
eu sei que vai ser muito bom
pois eu tenho a imaginação fértil
gosto de agradar .


Melissa.


sabe? eu curti muito isso. adorei a sacada do texto, e além de tudo, é uma ótima cantada. Boa sorte mel.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Duzentos Centavos. - Por, Thiago Trapo.


Santa Lúmpen. - Por, Thiago Trapo.


NAVALHAS FRACIONAIS DO RIDÍCULO CIÚME.

essa merda de sensação que me inquieta
quarentena.
me sufoca,
me entristesse.
mas não consigo vendar os olhos.
ser surda aos gritos.
ler nos jornais presságios de dor nunca foi minha praia.
crimes passionais, longe disso.
mas me entristço mudo
definho calado.
não tenho pudor, e sim razão.

domingo, 2 de agosto de 2009

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

[Divagando]

sobre o amor?!
o amor é uma grante faca de dois lados
que cicatrizes deixam em quem a empunha.
café, cigarro, cachaças, poemas, beijos, sexos, enchentes;
e eu sempre transbordo de um não sei o quê que dá setido a esse mundo.
caio em caixas de fotografias empoeiradas
leio as antigas cartas, declarações...
as novas, me brilham os olhos. esses olhinhos infantis que de tanto te olharem se tornaram teus.
e agora, derrepente uma solitude invade esses cabos de fibras ópticas.
onde estará o meu amor?! já é tarde, e não consigo dormir.
mais uma noite de insônia.
as lembranças ardem, queima, e me inquietam;
é como uma espécie de droga; me alucina, toma meu sangue
e a sede por mais me sufoca.
mas as vezes frágil, meu coração fraco chora a ausência tua
chora, a dor de acordar e não ter esse amor que tanto o marca.
caem palácios, ruíam impérios...
e meu pensamento só mora aonde tu estás.

Antologia.

"porque se chamava homem, também se chamava sonhos e sonhos não envelheçem..."


Hoje decidi profundamente sentir as coisas como elas se mostra pra mim. No desenrolar desse dia, onde houve o eclipse oculto e majestoso da moça de riso franco, e da mulher de façe cálida e pensamentos intimistas. Hoje, foi claramente um dia de sentir saudades, pois descobri com um desenho animado, que como a cebola, nós , seres humanos temos várias camadas; e eu ainda digo mais. me dispo dessas camadas aqui escrevendo. escrevendo sobre o futuro, sobre o passado, sobre o que um dia fui, sobre o que eu quis ser, e ainda sobre o que eu poderia ter sido. hoje foi bucólica a chuva que caía lá fora; meus olhos no horizontes, minha cabeça num velho/novo álbum de recordações preciosas que formam tudo aquilo que eu sou. mas o que sou? sou apenas aquilo que tenho. e aquilo que tenho, é apenas o que eu posso carregar sempre comigo. o que posso carregar comigo, são meus sonhos e como diria o grandissísimo Flávio Venturini em sua doce voz, os sonhos não envelheçem.

isto é o que sou, o que carrego.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Febre.

eu tenho febre.
e ninguém pode curar essa dor
só teu amor inquieto e agudo
quando entra em mim.
ferro e chumbo
que me faz flor em teu jardim;

6 meses.



- E aí?! quais são seus planos?!

-Eu quero ir aonde você estiver.

-Eu vou pegar aquela estrada, ali na frente. quer me acompanhar?

-Quero.



[...]



-Tenho medo.

-Eu também.

-Não vai embora agora não?

-Não vou.

-Me dá a mão?


(segura com força e olha nos olhos).


-Agora não tenho mais medo.


[...]


-Hoje está frio.

-É verdade. mas já não sinto esse frio.

-É?

-Sabe porque?

- [...]

- Porque tenho o teu abraço. E a 5 meses e 29 dias, você segurou minha mão quando tive medo, e não foi embora quando te pedi pra ficar.



- Sabe porque eu não fui?!


- [...]


- Porque eu te amo.






domingo, 26 de julho de 2009

eu desejo aqui, publicamente, um brinde.
as almas que se encontram
aos sorrisos que se completam
aos afetos que nunca morrem
aos amores que chegam na primavera pra florir os campos escusos da solidão!

eu brindo a mim, a ti, e a nós!
nós três que fazemos parte dessa caminhada
que aprendemos, amamos e crescemos,
juntos.
lado a lado.



*para Reuel e Celly.

sábado, 25 de julho de 2009


"...O meu destino é caminhar assim
desesperada e nua
sabendo que no fim da noite serei tua
deixa eu te proteger do mal, dos medos e da chuva;
[...]
Vamos ceder enfim à tentação
das nossas boas cruas
e mergulhar no poço ecuro de nós duas
vamos viver agonizando uma paixão vadia
maravilhosa e transbordante, como uma hemorragia
[...]
onde estou, onde estás?
meu amor, vem me buscar!
Chico Buarque e Ruy Guerra - Bárbara (da peça "Calabar").
*Me trouxe ao mundo perigoso e belo em que vivemos, meu amor. Onde estou, onde estás?! meu amor vem me buscar...

quinta-feira, 23 de julho de 2009


"Ai meu Deus. quanta saudade embala meu peito. Só tu e eu sabemos o quanto anseio retornar à isso daí, que tem aconchego de abrigo, cheiro de flor e sorriso de não-sei-o quê que me apavora de ser tão grande e brilhante como o sol... Ah, o sol! ela e essa mania inquietante de ser sol em mim; de fazer nascer, renovar todos os dias esse amor com cheiros de lençóis brancos, bons dias, e dessas coisas que fazem agente rir de tanto encanto. Ais. são o que me restam enquanto me perco por entre a saudade na lembrança de nossos beijos. infinitos e ternos; como mostra a fotografia. É meu Deus. só tu e eu saberemos..."

terça-feira, 21 de julho de 2009

"E o meu coração selvagem, tem essa pressa de viver. "



sobre o mundo?!


ele está naquela estrada ali em frente.

[respira e segue, tenta, cai, levanta, sofre, chora, porém anda. anda...]

domingo, 19 de julho de 2009

"Até pareçe que foi ontem minha mocidade, com o diploma de sofrer de outra universidade, minha fala nordestina, quero esqueçer o francês; E vou viver as coisas novas que também são boas: O amor rondando as praças cheias de pessoas; agora eu quero tudo, tudo outra vez."
*Do nobre Sr. Belchior. talvez o artista do qual tenho conhecimento, que mais tenha bichos parecidos com os meus. E como diria o próprio:
"Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão. Faca de ponta, o meu punhal de corte, o fantasma escondido no porão... eu tenho medo e já aconteçeu. eu tenho medo e ainda está por vir. morre o meu medo e isto não é segredo, eu mando buscar outro lá no piauí. Medo meu boi morreu, o que será de mim? manda buscar outro á no piauí..."

Sobre os objetivos.

medo.
que se instaura por entre os meus livros e discos.
sinto cada vez mais perto
e tão longe...
cavalgo um cavalo alado chamado "sorte"
e o meu medo de desejar e conseguir
conquistar;

chegar onde quis, talvez seja mais simples do que ver o outro lado da montanha.

tenho medo e não me intimido em dizê-lo.
como num cara ou coroa, vou jogar.
que os deuses me protejam
do resultado das minhas renúncias.

sábado, 18 de julho de 2009

sábado, 11 de julho de 2009

Incêndio.

As luzes piscavam. Muita gente naquela noite. Mas pra mim ali, só eu e você. Te olhava dançar enquanto desfrutava de situações inoportunas pra te provocar. Mexia meu corpo de forma diferente dos dias normais, para que você me notasse, até os nossos olhos se tocaram. Néon, uma dose gelada de vodka na mão, e ouvia sem parar uma tal “ninfetinha” cantar : “everything you touch me there, you make me feel so hot”. Hot; era exatamente o que era aquela sintonia. E enquanto eu me movia, te sentia perto... cada vez mais me cercando, como um caçador cerca sua presa. A vodka não matava mais minha sede, e o suor do meu corpo quente desejava se juntar a tua saliva.. e cada passo teu me seduzia, o modo do teu caminhar, e teus olhos que sintonizavam-se com os meus... teu corpo?! Uma usina nuclear em plena atividade. Você era o fogo que ardia em mim, e eu sabia: Aquela noite haveria um incêndio.

[Esse sorriso aí.]


Sorriu delicada e frouxamente. como nuncahavia o feito antes.
sorriu. e se fez linda por não esconder ou declarar;
apenas sorriu, e o mundo inteiro se abriu.
os sinos ressoaram a nunciando a chegada da boa nova
nos olhos dela, que exalavam beleza.
rosas?! que rosas?!
todas se ocultaram. tudo perdeu o brilho, a cor...
o meu violão perdeu o som
emudeçeu.
janelas e portas cerradas agora se abriram
primavera florida e repentina
que se abriu numa sorte, ou melhor, surpresa
que fez-se enigma em mim
quando parei para adimirar
o sorriso dela.

Sobre a noite passada.

horas jogadas,
noites à fio.
mudanças;
lembranças,
bom tom
sexo,
felicidade.
transição
transcendência.
amadurecimento
aprendizado
amor, muito amor.
sonhos,
planos,
solidez,
raíz.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Talvez eu quisesse ser menis ciumenta. eu realmente não gosto desse sentimento. como faz pra tirar ele daqui?!

tsc. e nem tem motivos, assim. é só esse calo me atormentando...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

então.
nova idade
da pedra, será?!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Meus 30 pecados de febre.

Eu gosto das coisas fortes, quentes, sinceras. gosto das coisas como doses duplas de cachaça, vodka ou qualquer coisa que o valha. gosto das coisas que eu possa tomar de uma vez só. ela é assim: peito nu, braço forte, e a delicadeza?! eu gosto é das suas mordidas mais vorazes. gosto. gosto mesmo desse joguinho de sedução barato. eu sei sempre onde termina, mas fico pelo prazer de jogar. sempre me exita. sempre me instiga a descobrir tudo aquilo que penso que sei de cór. me divirto horas com insinuações ao telefone e cruzadas de pernas maliciosas. gosto daquele sinal estratégico no canto da boca, que igual o dela, só o da Marilyn*.
seios fartos, me atraem, mas o que me fascina é o que ela sabe fazer com eles. não poderia ser qualquer uma, de qualquer forma, de qualquer jeito. pra me ganhar, é preciso saber fazer a coisa aconteçer. acho que o tato enxerga mais do que os olhos. mas mesmo assim mantenho-os atentos. gosto de ver o rosto dela, na hora que o bicho pega. gosto de sacar o movimento, dentro... horas, sem parar. gosto de agradar e ser agradada.
um sexo, dois sexos, três sexos. a noite inteira sem sair do lugar. corpo nu, cabelo solto, e não chega o cansaço. ela tem o que mais se precisa: s-i-n-t-ô-n-i-a; disposição, amor que é bom e que nunca falte... e uma boa dose de lascividade.
agente é assim: fogo e gasolina. uma mistura exploiva, e assim. bem lasciva.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

...Enquanto isso no msn...


Reuel diz:
*cara tô sentindo muito a sua falta vey, tô com muuita saudade de vc nega ;



Não. não existe coisa mais linda que reuel e um violão.

que se perpetue a dica.

O 1º encontro.

Cheguei. Troquei de roupa umas 3 vezes. quase abri buracos no chão da casa da amiga que me hospedava. tentei tocar violão, mas não saía nada; tentei desenhar, escrever ouvir música... mas a porra da concentração não chegava. fumei um cigarro, joguei conversa fora, conheci pessoas bacanas. as pessoas iam chegando pouco a pouco, e o meu estômago era dissolvido pela mistura-bomba de: cachaça, cigarro, ansiedade e uma pitadinha de leve de nervosismo. era cômico! há muito tempo eu não me via daquele jeito. há pelo menos uns dois anos.. mas, va lá. tomei um banho lá pelas 11:40 da manhã. troquei de camiseta pela última vez. Tirei a camisa do joão gilberto, e pus a camisa amarela (a camisa amarela alem de ser a criação muito querida, me tem fundamentos de sorte!); já existia uma galera bacana na casa e finalmente a minha tensão aliviava um pouco. sentei dentre eles e entre cigarros e muita música, trocamos muitas "boas-vindas", bebidas e sorrisos. 13:00hs. Alguém chamou no portão. todos olharam pra fora e só eu não havia escutado. A menina sentada do meu lado me disse, tão ansiosa quanto eu: "-É ela!" e só então começei a me dar conta de que a hora tinha chegado. já meio tonta (meio bêbada, no brilho! hahaha) e sem pensar muito, me levantei calmamente. enquanto eu calçava o chinelo a menina (a mesma que falou, inclusive) abria o cadeado da porta. A olhei por entre as grades. as pernas trêmulas (as minhas e as dela); na mão esquerda, um cigarro. ela veio vestida de azul, jeans e chinelos (de couro. dos quais eu adoro.). E foi absurdamente devastadora a sensação de ver, pela primeira vez, o ser que a meses eu só conhecia por fotos, e dentro do "mundo real", eu só tinha ouvido a voz. a voz que passavam madrugadas à fio no skype, horas à dentro de msn, blog, e conversas diversas. Devagar, fui realizando tudo isso na minha cabeça (com o corpo estático, detalhe. porque enquanto todas as pessoas da casa olharam ao mesmo tempo para o portão, para vistoriar o acontecimento, eu só conseguia ficar estática diante a grade. muita informação na cabeça, o sistema travou! hahahaha.), enquanto ela entrou afobadinha, grade à dentro. olhou pra mim, sorriu e falou: "-Vem aqui, me dê um abraço!"
e lá fui eu. abraço apertado, forte e bem nervoso.. mas dado. quando nos largamos, ela olhou dinovo pra mim, e me beijou tão rápido que eu nem conseguir realizar. Nesse dia, segui ela quase que como uma sombra. demorei uma cara pra realizar que ela era real. Mais tarde, nos reconheçemos. perdi minha timidez, ficamos juntas, nos beijamos e dali por diante, eu senti que valeram a pena (e valem) todas as noites de insônia on skype, os muitos dinheiros gastos em lan house's, em passagem pra atravessar uma légua, ter saído do conforto da minha cidade sem conhecer ninguém no outro estado além dela (que eu só conhecia pela internet, RÁ. eu fui corajosa, eu sei.), e voltar, quantas vezes for necessário para encontrá-la e estar ao seu lado.

esse foi o primeiro encontro com a namorada, que foi conhecida por aqui. pela internet. fazem uns 5 meses e parece que foi ontem...
é o meu inferno astral. só pode...











ou eu tô percebendo que algo tá dando errado aqui?!



*relógio, faça o mês, ligeiro.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Saindo do armário.

um desconforto latente, que sopra lento no meu ouvido. aqui faz frio, e talvez eu nem seja tão sexual como se deve parecer por aqui. lascividade é gostoso mas nunca foi o meu forte. aqui faz friu e tô bem encolhidinha dentro de mim, precisando de um gigante cobertor. é, essa carência canceriana me enfraqueçe tanto quanto uma doença terminal. fragilidade, vulnerabilidade, dependência; eu não sei mais que porra é isso que eu sinto por ser tão segregária assim, mas vou parar de lutar conta mim mesma. preciso reconhecer que:

Meu quarto é branco mas eu queria que ele fosse azul. meu violão anda meio mudo, e nem todas as coisas que eu acreditava são reais ou estão onde elas deveriam estar.

eu sou assim, canceriana com ascendente em escorpião. uma dúzia de amigos pós-contemporâneos, me dizem que esse ascendete me salva, mas eu tenho que gritantemente assumir o que essa carênciazinha ridícula berra pra mim todos os dias:

Não. ascendente em escorpião não me salva. eu sou uma canceriana bem nata e daquelas que quer casar e ter dez filhos pela casa correndo e quebrando tudo só pra ter o prazer de ouvir aqueles jungles clichês do dias das mães da minha ninhada.

sou assim. sentimentalista, melô-dramática, saida diretamente de uma novela mexicana, e choro 15 litros por dia se você ela não diz que me ama. irremediávelmente romântica, sensível até demais, e carente. E não pense que é carente de amor não. eu sou carente de toda e qualquer coisa que envolva pessoa. eu sou carente de amigo, de irmão de mãe, de pai, de abraço, sou carente de sol, de mar, de natureza, sou carente de vida e de morte.


e quer saber do que mais?! você que acha ruim meu bom amigo, paciência. porque eu não tenho culpa de ter nascido com o sol na casa mais melô-dramática do zodíaco. sou canceriana mesmo e gosto de sê-lo. Passei um tempão tentando esconder isso de mim mesma, mas de quê adianta?!


Ah, e que fique bem claro: Escorpião não me salva. e a maioria das pessoas que sofre por amor, e que já tiveram desilusões amorosas ficariam mais felizes se existissem mais cancerianos dando sopa no mundo.

E tenho dito!

As cartas que eu escrevo pra ninguém;

3 segundos antes do beijo
dez minutos depois da partida
15 dias de solidão
2 semanas pra chegada.
será destino ou mera coincidência?!
e eis me aqui outra vez.
5 de muitos
7 de poucos...
dois anos, e muita coisa mudou.
cheiro de fumaça e cimento
construção.
estrada
voa,voa, moça do laço de fita azul
um sol amarelo te encontrará no infinito
nem que esse sejam meus olhos...






(continua...)
"Eu gosto dos que tem fome,
dos que morrem de vontade
dos que secam de desejo,
dos que ardem.
"

F-O-M-E.

olha de lado, sorrateira e como de costume, bastante fulgás.
ela ri pra mim como o quê eu não sei. mas se senta.
acende um cigarro, pede um café, expresso e com leite. até a borda.
muitas vezes lê apenas as colunas de arte no jornal, se faz de tonta.
joguetes, e unhas roídas de vermelho.
dizem que é uma dona infeliz. que não tem ninguém;
talvez se ela fosse um pouco menos pedante, eu daria o que ela quer.
vem aqui todo dia só pra olhar, "não sei o quê".
senta à mesa, pede o mesmo café. eu já a conheço.
desses e de mais outros carnavais, prefiro nem comentar.
renega, rejeita, cospe dentre meus aventais enquanto lhe sirvo, condena os iguais...
mas me olha. Rente e firme. Olha sim, eu vejo;
eu sinto o queimor que sobe por suas pernas quando lhe vem à boca o café com leite.
até a borda...
até derramar encima de mim por susto ou tremor. ela quer tanto que não consegue...
não disfarça. mas se essa dona fosse menos, menos... menos "assim", eu a levaria
pra aquele motel de quinta, ali na esquina
e a mostraria, que um café expresso com leite nunca foi suficiente
pra alimentar seus devaneios de impudor; e muito menos serviria para matar
sua fome.

5 meses.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

tudo é uma questão de manter: a mente quieta, a espinha ereta, e o coração tranquilo.

O sonho.

um sonho.
de que se alimentam os que dançam em meu coração?
seio-coração.
lado esquerdo do peito.
escrevo as paixões
moldo estrada de dois;
morro a cada noite
nasço a cada manhã
e me dobro tantas vezes
me faço flor..
amor novo
sorriso franco.
pés numa caminhada moça
sou camadas.
nas quais me dispo uma a uma
pra ti, ó flor que planta com tuas raízes
esses sonhos em mim.
põe-me à dormir
com uma canção de ninar.
não quero acordar,
não quero que finde no despertar...
da realidade.

Longíquo.

daquilo que sei,
tudo se transforma.
ser intimista,
longínquo...
pensamentos de paz.
avida questão que inquieta o ser.
me parindo todos os dias
essa manh]a de saudade e sal que me consomem.
pareçe que quanto mais regozijo
mais dor, mais cresço
olho-te tão de perto
que meu olho se espelha
em tua retina.
ah, dias escuros e bolorentos sem teu calor em mim.
mas que posso fazer se destino não se escolhe?!
por isso vivo assim.
felicidade e recato
sorriso de lado,
pensamento longínquo...
ontem teve um sabor diferente. tudo mais bonito e tantos sorrisos..

Daquilo que não sei.

aquilo que eu quero e desejo
não se esconde nos livros
não mora nas estantes,
chega através do vento
que traz esse cheiro inconfudível.
o corpo,
o beijo,
a beleza sem fim.
tudo me arrasta e me atrai.
e eucaio.
caio na rede sedutora daquilo que não conheço
daquilo que vem até mim.
o que eu sei?!
nada sei.
mas olho o horizonte.
o vento sopra meus cabelos
caminho em direção aquilo tudo
que desconheço
que nada é
e por ser nada, é sempre
tudo.

sábado, 27 de junho de 2009

W.C

sentou na mesa da frente, como quem não queria nada.
passava os olhos obre as revistas, magazines e notícias.
mas sem mais olhou pra mim.
olhou pra frente.
O vinho era bordô, o batom era vermelho.
cabelos pretos... íris rente como faca.
ela sabia o que queria, mas gostava de jogar.
vestido leve, se o vento passa, já sabe.
divida seus olhos entre as manchetes e as minhas pernas.
sorria de lado,
era ousada como uma revolucionária.
fez sinal, olhou a placa.
"WC."
foi na frente, e esperou.
na última cabine, os sapatos vermelhos aparecia.
entrei atrás.
peguei por trás.
sorte fulgás.

depois saiu.
pediu o telefone,
nunca mais esteve na mesma mesa
por entre as magazines
mas fazia calor;
me chamou pruma piscina...


aí, já sabe né?!

Jogo.

faz que não olha e volta
volta porque é poema
de leminsky;
poema de linhas aleatórias
que voem aqui, e voem lá.

finge que não me vê e desdenha;
desdenha porque está chegando
desdenha porque quer comprar.

se abraça no braço da outra
olha pelas costas e ri
ri pra mim como quem derruba um lenço

e debruça... debruça...

terça-feira, 23 de junho de 2009

"eu tenho medo de abrir a porta e dar pro sertão da minha solidão."

Belchior.

Felicidade intimista e bem canceriana.

É. eu acho que posso dizer que hoje foi um dia tipicamente feliz. cotidianamente, fui puxando minhas memórias uma a uma, sorrndo com as fotografias, sentindo o cheiro morfado do meu passado, e relendo as minhas camadas, que como escamas, foram mudando ao sabor do tempo... hoje, não há mais a sede de beber o mundo num gole só; mas a pressa de buscar aquilo que tem gosto doçe, sabor de leite condensado numa tarde chuvosa... beleza de flor e sorriso de criança que ganha do papai noel o primeiro brinquedo. minha felicidade é assim. simplória e feliz. Com a luz do sol, que entra no meu quintal.
sonhamos tanto com a casa nova... ela quer cores nos talheres e tapete na sala de estar; eu gosto de pendurar quadros e pintar paredes. criançinhas correndo pela casa, desorganizando os nossos pincéis e tintas, desafinando meu violão... quebrando coisas, perguntando os "por quês" da vida ser do jeito que está.
E hoje, dentre nostalgias de são joão, fiz a fogueira sozinha. minha primeira fogueira. posto que nos próximos anos eu a farei novamente pros meus filhos, pros meus netos. hoje, senti ar de lar nessa casa, e isso me trouxe uma felicidade íntima, uma paz inabalável que me serve de couraça. posto que aqui, nada de mal pode entrar. é proibido tristezas e memórias ruins. do passado ao futuro, a minha felicidade sempre será assim: cheiro de casa limpa a tarde, debruçada sobre a rede. livros, discos, e um beijo doçe junto com a inefável sensação de dever cumprido.

domingo, 21 de junho de 2009

RE-abrindo, RE-habilitando, RE-cordando..

"it's not a secret anymore..."

As ondas batem nos meus cabelos.
cheiro de mar.
as estrelas caem empleno dia
como lembranças remotas que saem de uma antiga e empoeirada caixa de fotografias.
é como um encanto que nunca cessa.
aquela chuva...

uma manhã.

Presságios de julho.

Frios de julho, que presságios vos trazem?
sopros de ventos,
garoa fina
saudade, saudade

inverno.

alento?
coberta, ou cobertor?!
pele, pêlo?!
corpo ou moletom?!


o que me vem de presente dos deuses nessa primavera?
paz, amor, ardor, suor?
frio, ilusões, sonhos?


ontem as cartas disseram
que eu tenho sorte
e a estrela anuncia
a chegada de um novo tempo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

"STF derrota diploma para jornalistas."

Hoje pela manhã, como de custume, fui ao trabalho e abri um dos jornais de grande veiculação que chegam aqui (posto que trabalho numa biblioteca) no Recife. Não é espantoso ler barbaridades nesse jornal, posto que se trata de um jornal que banaliza o fato de recife ser a capital mais violenta do brasil, com o maior número de homicídios registrados em todas as espécies: contra homens, mulheres, negros, homossexuais, de um modo geral, colocando, nas suas matérias de capas, fotos fotos de corpos com bucacos de balas e facadas com fins de maior vendagem sensasionalizando a dor dessas mulheres que perdem todos os dias seus filhos, maridos, netos, etc. Desse jornal, só costumo tirar o caderno de cultura, porém hoje, algumas notícias específicas me chamamaram atenção: "STF DERROTA DIPLOMA PARA JORNALISTAS; ESTUDANTES DE JORNALISMO PROTESTAM - STF julga inconstitucional a obrigatóriedade do diploma para exerçer profissão".
É muito triste preceber a banalização da comunicação no nosso país. É ABSURDA A DECISÃO DO STF de julgar inconstitucional a obrigatóriedade do porte do diploma para exercer a profissão de jornalista no Brasil. Pois, mesmo enquanto se era obrigatório o porte do diploma para exercer tal profissão, já havim profissionais anti-éticos, sensasionalistas, e sespreparados no mercado (esses que são responsáveis por esse jornal que citei à pouco, no texto acima por exemplo.), descompromissados com o dever de levar os fatos verídicos e não-destorcidos (sejam eles bons ou ruins) para à sociedade; Profissionais, jornais, revistas, veículos televisivos e escritos, que publicam a notícia de forma mais conveniente à quem paga mais; - se com a obrigatóriedade do porte do diploma, já encontrávamos esse tipo de jornalismo descompromissado e corrupto no país, imaginem, meus caros amigos, o que veremos pela frente, com a incostitucionalização da obrigatóriedade do diploma para exercer a profissão em questão?
É, realmente eu não sei o que esperar. Temo profundamente pelo rumo do jornalismo brasileiro. Terei real medo de abrir um jornal daqui para frente, pois não estarei segura quanto ao compromisso com a veracidade daquela notícia ou até mesmo o compromisso profissional com a verdade de quem publicou e escreveu aquela notícia. Eu REALMENTE ESTOU PREOCUPADA. E se o padeiro decidir ser jornalista?! não que esses profissionais, seres humanos não possam ser capazes de atingir ou desenvolver tal profissão. mas um padeiro, antes de se tornar padeiro, estuda (aprendizado geralmente prático) para entrar e manusear o forno de uma padaria para fazer o pão. ele APRENDE a fazer o pão. ele SE PREPARA para ser padeiro. Mas segundo o presidente do STF, Sr. Gilmar Mendes, "Quando uma notícia não é verídica, ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A PROFISSÃO DE JORNALISMO NÃO OFEREÇE PERIGO DE DANO À COLETIVIDADE tais como a mediçina, engenharia e advocaçia, e nesse sentido, por não implicar tais riscos, não poderia extinguir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão."
Com a queda da obrigatóriedade do diploma, que prova que o estudante estudou e se capacitou em determinada área para exercer tal profissão, tendo cursado qualquer curso superior QUALQUER PESSOA PODE SER UM JORNALISTA. Simples assim. Eu, que já não confiava muito na procedência das notícias que chegam até a mim por meio dos grandes veículos de comunicação e mídia nacional, agora estou piamente desconfiada. Inda mais com o âncora, do jornal televisionado com mais audiência no país afirmando que a emissora a qual ele e seu jornal pertencem já executavam essa prática entre os seus redatores. E você caro leitor? O QUE VOCÊ ESPERA DO FUTURO DO JORNALISMO NO BRASIL?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

¬¬¹²³

"o que vocês esperam de crianças que adolescem entre bombas? pombas?"

quando eu era mais nova tinha uma daquelas agendas tribus, e aíaprendi essa frase numa delas. foi na década de 90, bem antes de euentender que era sapatão. lembrei dela hoje, enquanto via na internetnotícias sobre a parada lgbt de são paulo, no domingo passado (14 dejunho). li dois jornais da grande mídia corporativa, pra ficar passadacom o trato dado ao ATENTADO HOMOFÓBICO que aconteceu já na noite dodomingo 14. um dos jornais chamou a BRUTAL TENTATIVA DE ASSASSINATOque uma pessoa anônima, moradora da avenida vieira de carvalho, de"irritação com o barulho". transcrevo: "No episódio mais grave, por volta das 22h, o morador de um edifíciona avenida Vieira de Carvalho (centro) se irritou com o barulho depessoas que dispersaram da festa e jogou uma bomba caseira no grupo.Segundo a Polícia Militar, 30 pessoas ficaram levemente feridas peloartefato. O morador não foi identificado." (folha de sp, 15/06) sei que no brasil existe esse costume, legado de uma ditadura militarrecente que durou mais de 20 anos, de acionar demais a polícia praresolver assuntos comunitários. tipo, festa barulhenta na vizinhançaaté altas horas no meio da semana? chama a polícia. passamos por issoaqui em casa várias vezes, mas nada me convence de que a vizinha"irritada com o barulho" em questão, uma senhora advogada que me viucrescer à sua relevia y pra seu espanto, não fica irritada é com aescolha que fizemos por não termos uma vida secreta, por ficarmosconversando na porta de casa enquanto nos beijamos, abraçamos,rimos... mas oficialmente ela reclama do barulho e diz que vai chamara polícia.a esse tipo de conduta reacionária estou, infelizmente, já acostumada,mas, felizmente, segura o bastante pra agir com firmeza e dizer "ok,pode chamar". o que me angustia, agora, pós-atentado de 14 de junho, épensar na possibilidade de receber uma bomba no meio do pagode dedomingo. do terrorismo de estado, com sua polícia racista assassina,eu infelizmente já estou mais amortecida também. mas terrorismo devizinhança eu não dou conta. isso tira meu chão, me rouba de um dosafetos mais preciosos a que me apego: a idéia de comunidade comoespaço de convivência também de conflitos, que podem ser resolvidoscom uma conversa, um convite pra próxima festa, uma gentileza.pode ser que a vizinha, lendo o jornal do dia 15, decida aprender afazer uma bomba (como qualquer pessoa pode aprender procurando umtutorial na internet) ao invés de ficar me ameaçando, dizendo que vaichamar a polícia quando estamos fazendo barulho. porque o jornal, aotratar o atentado como uma "irritação", legitima o uso de violênciasextremadas pra resolver conflitos comunitários e ainda mascara agravidade do fato ao citar o evento como se fosse de uma naturalidadecorriqueira, perfeitamente justificável em casos de "irritação combarulho".no dia da maior parada nacional de orgulho LGBT uma bomba não élançada da janela por "irritação com o barulho". uma bomba é jogadaporque vivemos numa sociedade heterossexista que persegue, condena epune qualquer possibilidade de expressão de afeto e prazer (sexual ounão, silenciosa ou barulhenta, explícita ou velada) entre pessoas demesmo sexo/gênero, e estende essa punição às tentativas de exercíciolivre de expressões ou orientações de sexo/gênero que contrariem aforçadamente fingida "naturalidade" do heterossexualismo, com suaatribuição asfixiante, fixa e fictícia de papéis determinados amulheres e homens.o enorme pudor moralista (cristão!) que ronda a aprovação do plc 122,que criminaliza a homofobia, é só mais uma dessas ferramentas demascarar as coisas. o principal argumento da bancada evangélica contraa criminalização é que isso cercearia a "liberdade de expressão", essemaravilhoso bem garantido constitucionalmente. LIBERDADE DE EXPRESSÃO,NO BRASIL, JÁ É CERCEADA! evidência disso é o acesso à produção demídia no brasil, completamente elitista, misógino e branco. de quemsão os grandes jornais brasileiros? estão a serviço de que interesses?o dono do jornal de maior circulação em brasília é o vice-governador!é por isso que ninguém vai ler, no tal jornal, que a campanha que ogoverno arruda fez pra expulsar travestis de seu local tradicional detrabalho em brasília, o setor comercial sul, é uma política de governocompletamente transfóbica, que prega assepsia social e higienizaçãourbana fundamentada pelo moralismo heterossexista, cristão, racista ecapitalista que governa os interesses do estado. não é possívelexistir liberdade de expressão ampla, irrestrita, democrática ecomunitária num país em que o acesso a bens culturais é elitizado,embranquecido, heterocentrado. não são as travestis que escrevem osjornais que as tratam como lixo social!criminalização de condutas é outra daquelas heranças ditatoriais.negritude é caso de polícia. movimento social é caso de polícia.reforma agrária é caso de polícia. trabalho autônomo, pratrabalhadoras do sexo, é caso de polícia. sexualidade livre, sedivergente de um padrão tido como correto, é caso de polícia, écriminalizada. então me espanta o horror que a bancada evangélica temao plc 122. e me espanta essa política de criminalização em massa decondutas. como ativista negra, lesbiana, feminista, fico triste de verque essa é uma de nossas principais bandeiras hoje: pedir que maiscondutas sejam consideradas crimes. porque isso significa, no fim dascontas, mais sistemas de vigilância e punição, e mais gente nascadeias (que só confinam gente preta, gente pobre - majoritariamentepreta num país que cresceu a partir da escravização negra, genteputa...)óbvio que são medidas drásticas, imediatistas, que precisam sertomadas frente a conflitos urgentes. a criação da lei maria da penha éconsiderada, então, uma vitória das mulheres. mas teve gente quepensou que com ela os homens não iam mais espancar mulheres... o quenão aconteceu. agora os homens são presos, ficam fervendo de ódio dasmulheres que os denunciaram, e saem da cadeia (que já é bem conhecidacomo uma escola de crime, mas não de recuperação nem de reinserção,até porque é bem contraditório tentar reinserir alguém na sociedade apartir da restrição de sua liberdade) prontos pra continuar sendohomens.no caso de estupradores, é tão dramático quanto. um estuprador temduas chances na cadeia: ou se enforca ou "vira mulher". ATENÇÃO! se apunição a um macho que violentou uma mulher é ser tratado, por outrosmachos, como ele tratou a mulher que violentou, que círculo viciosoestá sendo alimentado com isso? o de um imaginário misógico quecontinua punindo as mulheres por serem mulheres, com penetraçãonão-consensual e violenta, enquanto dá aos homens: 1) o benefício doestupro como ferramenta de punição das mulheres (por serem mulheres,i.e., inferiores), 2) um instrumento de reafirmação de seu poder deser homem (i.e., poder de penetrar) e 3) a garantia de que essaviolação não é passível de pena a partir da masculinidade (ou seja, amasculinidade é uma estrutura impune, já que pra punir estupradores,eles são tratados como mulheres).eu entendo a importância política da luta pela criminalização dahomofobia. mas ela só faz sentido se pensada dentro desse tipo demundo em que o exercício da expressão afetiva ou sexual livre vaicontinuar sendo penalizada, não-aceita, meramente tolerada a partir demecanismos que coíbem sim a violência contra quem ousa dizer seu afetodivergente de uma norma estabelecida, mas não vai dar conta dedinamitar as estruturas de pensamento e ação que pregam o desafeto aoque é entendido como diferente (daquele "normal"). a criminalização dahomofobia não vai acabar com a lesbofobia, com a transfobia, com ahomofobia, com a bifobia.vai funcionar pra deixar pessoas homofóbicas cientes de que há um novoacordo social, relativo ao código penal, que pune determinadasviolências, mas vai fazer alguém pensar em heterossexualidade como umaorientação sexual forçada, repetida maciçamente até a exaustão; seráque vai fazer alguém pensar, como nunca admitiu pensar antes, em seenvolver de outras maneiras com as pessoas? vai fazer as pessoasabandonarem o conforto do heterossexualismo ou pelo menosquestioná-lo, vê-lo como uma opção e não uma determinação natural edivina? vai fazer as pessoas pararem de querer jogar bombas na gente,ou só vai impedi-las de jogar pelo medo de ir pra cadeia?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

pergunte pro seu orixá, amor só é bom se doer.


e acredite, dói.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

"Deus escreve certo, por linhas tortas." - ou, "Para o meu querido pai."

Ele buzinou no portão. e era uma sensação estranha, um frio comendo meu estômago com o um leão comeraia um pedaço de carne fresca. era o meu pai. apesar do longo tempo que se passou entre esta e a última vez que eu o vi, não houveram sorrisos. surge dele um tórrido: "boa noite minha filha" enquanto eu, de costas, respondi fria, e exata com uma flecha num alvo: "boa noite". foram muitas palavras e sorrisos com a outra filha, e eu de dentro do meu casco, como todo bom carangueijo canceriano, apenas observava calada o avançar da sinfonia. Notas, boemóis, sorrisos falsos para o outro lado, e de dentro de mim achava estranho. Como chamar um homem que, apareçe quando quer, e não lembra nem se quer do meu aniversário? pensei enquanto ele falava altivo, e rufante sobre a pseudo-vida mediocre de cidadão mediano que ele conseguiu lucrar através da esperteza. olhei seu rosto. engraçado reconhecer meus traços num homem que me passa menos segurança do que a minha mulher, que a pouco era uma estranha na minha vida. foi-se desenvolvendo uma agústia aguda, um sentimento crescente e ponte-agudo que se cobria do meu silêncio. porque então, seus assuntos principais eram negócios. ele não se deu conta de que, na verdade, não era bem aquilo que eu queria escutar. continuou a fala sobre o seu escritório, suas outras filhas e sua mulher. Um contador foi hoje a minha casa. mas nem pra cobrar nem pra pedir. Pra dar 3 tapinhas na minhas costas, e sumir mais uma vez, sem data de volta. em sua pasta, me contabilizou dez mízeros reais. Para absorvente, e creme de cabelo. Pedidos por mim, com muita timidez. por ter salários atrasados, e não ter costumes de falar desses assuntos pessoais com homens estranhos. talvez, esse seja o preço de sua filha mais velha. a primeira vinda de suas inconsequências em seus dezoito anos de idade. E por ironia do destino ou talvez para cumprir o dito popular "Deus escreve certo por linhas tortas", cá estou eu. sem amigos para conversar, e escrevendo. talvez daqui saia um bom texto. afinal de contas, a desgraça alheia sempre cai muito bem aos olhos dos outros. que seja. mas o que mais me espanta, e me apavora, é que eu. canceriana matriarca que sou, descobri onde estava a insensibilidade para com ele que, durante todos esses anos, ele cultivou e regou dentro de mim.

domingo, 14 de junho de 2009

ainda sinto no ar
aquele cheiro empoeirado
os prédios da cidade mudam de lugar
enquanto eu, nessa caminhada sem rumo sigo minha intuição.
espera.
longa e sem fim
e hoje ainda me perguntaram, se eu gostaria de ter super-poderes;
se eu pudesse, eu gostaria de controlar
o tempo.

ou o fim da falta dele.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sobre o egoismo.

A necessidade do ser humano em ser maior do que todas as coisas relamente me apavora.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dos bichos que moram dentro de mim.

das coisas que eu não sei
das coisas que eu vivo
há um laço com o ifinito
gosto de mel, com pota de fel
nó na garganta de não sei o quê.
e os bichos vão se instalando.
a cabeça fora do lugar..
.preciso mudar
preciso voltar ao normal.
eu quero luz de sol
jardim de sonho
paz pro meu coração, paz paz.
pra que tudo que for ruim pereça
pra que o que é bom permaneça
e esse sorriso volte a sorrir largo
se abrir como flor
cor de carmim.
protege meu deus, alumia.
tira as coisas que não são minhas
e deixa tudoq ue for meu, e que for bom.


menina do anel de lua e estrela.


Instante de dois. sem mais nem pra depois.
"catei colo, e o mar parou."

doçe.
sensivel, e lento
esse teu sopro leve sob minha nuca
toda a tua pessoa
e essa coisa que envolve
eu não sei explicar;
mas é único e forte
um instante nosso
de dois.
e é aí em ti que quero permanecer.
desculpa meus medinhos de bicho papão.
é que eu sou assim mesmo.
mas é em ti minha casa predileta de morar.
esse amor, mola do meu mundo.
essa luz, farol da minha estrada.
teu corpo, cama pra deitar
dormir.
estar, ser e viver:
em ti.

domingo, 7 de junho de 2009

Gris.

Nó na garganta
dissabor amargo
dor latente
e algo que se cravou aqui
pelas mãos da desilução de sonho feliz de lar.
estou casanda.
e não peço muita coisa não.
hoje eu só queria encontrar um amigo
tomar uma cerveja
soltar todos esses bichos que me mordem em meu peito
deitar no colo da menina,
eidormir.
pra esquecer que o mundo é cinza.


"disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão visi, há tantas violetas velhas, sem um colibri.."

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um outro jeito de olhar o mundo.

sou assim.
gosto de temperos fortes, comida posta à mesa.
gosto de feijão, arroz e pele.
procuro no vento os pensamentos que esqueci
e sinto o cheiro trazido por ele quando essa nostalgia de chuva e passos apressados me envolvem numa dança de memórias.
o cheiro dela... aparece quando o sol bate na terra que achuva molhou;
as flores me contemplam,e sorriem quando vêem meu olhar moço e cheio de ternura num desabrochar de vida que é tão eterno e tão novo..
novo sim, porque tudo se renova.
tudo se transforma;
e pele?! pele é chão. pele é chão de mão - casa do cheiro - desbrave de boca e toca de língua.
e tudo aquilo corre tão lípido e claro! não sei o dia de amanhã.
meus irrisórios bens materiais estão no ar.
e eu sigo assm: sem lenço, documento;
me alimento, de poesia, canção e pele. tua pele. branca como leite - macia como a flor dos cabelos de oxum; deusa da beleza - ébano eterno, berro contra todo esse dissabor que me diz que a vida não tem solução. Não! A vida é bela, e o julgo amargo fica doce como o gosto de tua boca. Doçe e forte - porque se iludir não vale. Mas basta olhar as coisas, de um jeito diferente. Eu quero amor nos olhos, ao invés de óculos escuros; eu quero sol dentro de mim como estive em ti, na noite passada. e quanto ao mistério de existir?! nunca saberemos, nunca entenderemos...

segunda-feira, 1 de junho de 2009



Te amo.



feliz aniversário meu amor.

Primavera.

tenho procurado nas cores teu brilho
vejo em meu lar teus lugares
de se esconder, e encontrar debaixo dos meus lençóis.
por entre as fotografias mergulho
e com esse sorriso bobo que te pertence viajo.
me abrigo dentro de ti nos dias chuvosos
e conto com a ajuda das inefáveis memórias do que ainda não aconteceu
dos dias de sol que virão enfeitar nossas vidas
e nos presentear com o calor para as nossas mãos.
eu te amo vida minha e és fatídica em minha poesia.
és meu verso, meu silêncio e minha música.
minha sereninade, meu acalento, meu... meu.
e mais do que meu amor, és mulher forte
peito largo, coração aberto; te admiro pelo que és, e pelo que aprendi contigo
vivendo em ti, comendo em ti, sonhando em ti.
mas do que te ter sou tua, como a lua pertence ao céu
e te contemplo como o sol ao mar.
amanhã, chegarei cedo. no brever do porvir de mais uma primaveira.
21º. e soprarei teus cabelos como a primeira brisa matutina;
entrarei em ti como o primeiro raio de sol da manhã daquele dia em que chegastes ao meu mundo, colorindo-o e enfeitando-o de flores e amores em cada canto que tocaste.
essa será só mais uma, a vigésima primeira de tantas outras primaveras que virão; e quando chegarem as próximas 30, e os teus cabelos mostrarem ao mundo os sinais de uma nova fase, ainda quero estar aqui, soprando teus cabelos como a primeira brisa matutina, e tão dentro de ti como a certeza da existência do sol num dia cinza e chuvoso, pois o que era uma flor antes desses 4, agora cria raízes, e junto com elas chega a calma e a paz no meu coração, pra me dar a certeza daquilo que eu mais quero: silênciar a boca, abrir os meus poros, falar pra ti com meus olhos e simplesmente ficar... permaneçer em ti, contigo... ficar, no meu lugar.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Golden Touch.

como achar
o real sentido do ser
de "ser"?!
ir ao fundo
achar diamantes
nas almas mais negras
sorrisos brandos, brancos
eu estou a procura
do toque dourado
onde acaba o árco-íris?!
eu quero o sol na mão.
e acho que não é pedir demais
e me perco nos meus sonhos
reservo o melhor
uma cama, colchão, escovas de dentes
pra dividir
careçe de egoísmo aqui.
não quero obrigar ninguem a permanecer.
sem adagas e punhais.
venho em paz, e se quiser me seguir?!
pegue na minha mão. e quando não mais quiser, eu vou olhar pra trás.
aceno de adeus e novamente caminhar.
a procura.
aquele velho anseio
de achar
o "golden touch".

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Construção.

E derrepente
o mundo se condensa numa fotografria.
fluidos fabricam os fios
que tecem dia a dia
a lã.
não do primeiro amor,
mas a do mais profundo.
mãos unidas tecem com cuidado
o colchão, a cama e o cobertor
o sono se torna sagrado
a paz?
inabalável.
pois o bom encotro de dois
fez com que fossemos
uma só.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Gris.

Não é bonito nem poético
mas certas coisas precisam ser ditas.
as vezes eu sinto um negócio aqui, que me inquieta
me dá nos nervos
e eu não sei o que isso é.
mas darei um cor-de-nome aqui.
ou melhor, darei uma cor, gris.
não há melhor cor pra esse ser que respira hoje as chaminés de seu sonho.
Gris.
e as vezes me dá uma inquietude essa tua beleza
sim, porque Gris, ainda que tons de cinza é cor.
e belo como o azul do meu céu.
mas eu rolo o botão do mouse
e não consigo enchergar nada mais além dela, dessa beleza plástica de cor cinza
e sabe que eu até pensei que fosse rancor?!
aqui quase não chove, é verão todo tempo, Recife faz calor.
mas numa dessas madrugadas choveu.
Gris. e mais uma vez você me apareceu.
de muito longe "voltou"- Revirou minhas gavetas, bagunçou a minha alma, manchou o meu tapete.
ainda voltou-se a mim na hora de "partir", me afirmando frivolamente: "-eu mudei um bocado, mas parece que você continua a mesma."
caiu sobre mim esse teu argoro amargo. quem "cê" pensa que é pra me procurar no meio da madrugada, depois de anos pra me dizer que eu continuo a mesma?! que direito você tem se nunca ao menos permaneceu?! se tudo aquilo era pseudo cheiro de flor vermelha.
hoje eu vejo. Gris. cigarro e plástico. E não que eu não goste de cigarros. mas me fazem mal, prefiro a distância. Acho penso assim sobre você. não que não tenha sido lindo e forte da minha parte; mas foi exagero fazer de vocÊ princesa. paguei meu preço, e descobri hoje o que é felicidade. mas como no mundo das cores, hoje eu de amarelo que sou tenho um elo inquebrável com o azul. e não me leve a mal, pois nos dias em que o sol aparece, o gris se esconde. e quando o gris de tuas chaminés de sorrisos e olhares aparecem nesses dias cinzas de inverno é para eu não estar. na verdade nunca foi para estar, nunca será...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sobre as manchas. - ou, Fotografias.

basta um olhar
e o meu dia muda.
mesmo as manchas
não destruiram a beleza do momento que registrou aquela fotografia
porque o brilho dos nossos sorrisos são maiores.
e mensmo não te tendo aqui
corro pra essas fotografias manchadas
quando a dor insiste em voltar.
me sinto leve,
hoje eu sei:
você me ensinou a voar
e mesmo estanto aqui
a minha alma está
do seu lado.
na cama e no colchão
de amar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Felicidade instantânea e crepuscular.

sabe aquele instante ontem o universo parece parar de girar e bate uma tontura leve que embrulha o estômago e falta o ar?! naquela tarde foi assim. ela dormiu. e enquanto eu ouvia uma canção de belchior, eu não sabia se ria ou se chorava diante de tanta grandeza. Me bateu derrepente um desespero instantâneo. aquela visão era um clarão pra mim que caminhei tanto tempo as cegas. então, eu não sabia onde por as mãos. havia um copo de algo embriagante no chão. sem pensar, tomei à boca e senti o amargo sabor da cachaça. mas nem ele silenciava aquela agonia, aquele medo que dava dentro de mim. não consegui chegar perto dela. fiquei ao longe, sentada, sem saber o que fazer. apenas olhava para aquela gigante mulher que dormia ali em seu sono mais pleno na queda dos crepúsculos da tarde. não sabia se sorria ou chorava, mas aos poucos o fui sentindo cheiro de felicidade harmoniosa... aquele mesmo cheiro que sinto no meu violão, quando acabo por compor uma nova canção. foi invadindo a sala junto com o solzinho de fim de tarde. ela dormia, e eu apenas olhava. olhava...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A sua.

sabe aquela vontade de te cuidar?! eu tenho. e todos os sentimentos do mundo são pequenos, perto desse amor que faz pulsar aqui esse sangue-coração. erguer-te a cabeça, lavar teus és cansados, tirar teus sapatos. deitar teu corpo cansado em minha cama, por-te pra dormir em meus braços. fazer o mundo parar para valsar a tua música, e se fugir é o que queres meu amor, que seja. de mãos dadas ao teu lado, segura me sinto para enfrentar todo o mundo. e que venham eles! o nosso escudo não é de ouro, nem prata. não temos casarões nem salões de festa; temos um casebrinho construidos do amor que tem sido o nosso pão, o nosso chão, o nosso teto; e um escudo de carne e osso, feito dos nossas noites de amor, na cama fria que nos açoitava enquanto estávamos longe. isso não os agrada. mas que seja, posto que te amo. hei de lutar por ti, contigo, em ti até o dia em que o tempo roube meus últimos suspiros.

sábado, 18 de abril de 2009

Muito.

muito.
muito de grande
de infinito
de absurdo
de forte

muito de luz
muito de paz
muito de mais

e nunca finda
nunca se dissipa
nunca nunca...
nunca termina
o nosso amor.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Juicebox.

Contar histórias em teus ouvidos
violar teu vestido.
minhas pernas entre as tuas pernas.
eu sinto algo no ar...
sua respiração acelera.
as minhas pernas tremem.
e praquê taça, se o vinho pode ser bebido em teu ventre?
rápido.
golpear,
1, 2, 3.

movimentos certos, precisos.
morder tua boca,
teus seios me chamam.
água, sal, mamilo, saliva e um pouco de vinho.
que desce como o mel que escorre; jorra sem parar.
novamente golpear,

1, 2, 3.

indecentes e indolentes
as palavras escorrem da minha boca.
entram pela tua,
e olho em teus olhos.
sinto o ardor do suor escorrendo nos arranhões de tuas unhas cravadas em minha pele.
no som, uma canção que diz: "waiting for some action, waiting for some action, so why won't you come over here?"

mais rápido! 4, 5, 6.

e agora enquanto reviras os olhos
eu procuro a fonte de onde se jorra esse furôr.
e uma vez procurada, se abre pra mim como uma flor.
o vinho perdeu o sabor, e agora é salgado e amargo
como uma boa e velha tequila.
teu gosto, teu cheiro, teu corpo.
e tudo isso que nos cerca.

e derrepente, o rock and roll vira valsa.
teu ventre treme abaixo do meu.
1, 2, 3 pancadas.
badala os sinos de nossa noite.
falececemos cansadas.
em algum prédio dessa cidade
nessa noite nua, crua e intensa.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

E quer saber do que mais?

eu vejo tuas fotos.
leio tuas cartas de amor.
e quer saber? acho que você não precisa da minha preocupação.
mas sim do sorriso amarelo que eu guardo aqui
pra te fazer feliz;
existe um turbilão de idéias e pensamentos
mas só um propósito.
a tua felicidade.
e se doi hoje meu amor,
quando você chegar, vou tirar seus sapatos.
massagear teus pés cansados.
preparar-te o banho e servir-te teu prato predileto.
falarei bobagens, contarei histórias de final feliz.
depois, deitar-te-ei na nossa cama.
e em meus braços vou te por pra dormir.
e talvez amanhã, tua vida seja mais doce,
teu fardo se torne mais leve
e o teu sorriso voltará abrilhar no teu rosto.
lugar de origem única e própria.
do qual ele é proibido por mim de desabitar.

meditação.

as horas se passam
a minha preocupação se arrasta no horizonte.
olhos distantes buscam você em todos os lugares
em cada rosa desse jardim.
faço preces, converso com amigos.
ah, como me dói te ver sofrer.
a vontade era cair no teu lugar
era servir de amortecedor na tua queda
livrar-te desse desespero que consome agora os confins de tua alma.
mesmo sabendo que essas dores te ensinarão a viver
eu sangro a cada golpe que ela, sorrateira e precisa, estoca em teu peito, meu amor.
aqui, assito de longe.
de terço nas mãos
espero.
rezo.
choro.
e confio, acima de tudo na tua capacidade de erguer-se.
e sei bem, que irás se superar.
aqui, do teu lado eu torço
e seguro tua mão.
pra tua dor
amenizar.

Prece.

em forma de palavras
eu teço aqui uma prece.
para que a menina dos meus olhos, nessa hora, seja forte.
meu bom deus, profere cada palavra que sai da boca dela
faça com que ela cumpra a missão que a ela foi dada nesse exato momento.
que através dos olhos de amor
ela possa abrandar um coraão em perigo.
que ela possa levar luz aonde há trevas.
que com o encanto que destes a ela, e essa capacidade de amar sem ver a quem,
ela possa por as tuas mãos leves sobre as feridas de quem se precisa.
aqui, eu diluo minha força.
e com vibrações positivas faço essa preçe
para que tudo dê certo;
para que a luz dissipe a escuridão mais uma vez
e para que a menina dos meus olhos,
possa se superar
mais uma vez.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ode ao meu amor.

e por sua chegada ela teçe como uma artesã, habilidosa e sutil aquele sorriso florido em meu rosto.
meu Deus, como pode crescert anto amor na alma de um ser humano assim?!
eu amo. e isso se espande a tudo que me cerca
ela caminha até mim. linda e branca, misturada de tons pastéis dominicais.
é força, beleza, entre seios e pertas
e me encanta quando roda sua saia, e quando dança, comanda os ventos.
e eu aqui! só a admirar.
completamente entregue; devota de sua beleza que tanto ilumina essa estrada minha.
eu?! sou só mais um ao seu redor.
e essas palavras saem no rítimo do samba que ouço agora.
"já passaram dias inteiros, janeiros...'
e que venham esses tais janeiros! e que venhas as águas de março, os ventos de maio.
pois eu rasgo em verso e prosa o verbo firme do tempo que tudo destrói.
a aparição dela na minha vida não vai passar.
pois a beleza que abriga seus olhos marca quem ela olha.
e eu não pude escapar, não pude.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

E de tanto amor..

E de tanto amor
se achega as vezes um medo,
de algo tão grande
é um medo que passa
quando você me abraça
e fala, dentro da minha boca
todas aquelas coisas que saem de vocÊ
e entram em mim.
eu gosto quando você tira os óculos que te fazem enxergar longe
pra poder me olhar mais de perto.
e cresce dinovo aquele medo
porque se apresenta o meu coração.
trequinho frágil, bomba-relógio
que quase explode quando olho dentro dos seus olhos claros e castanhos.
e eu fico ali, atônita. e penso as infinitas possibilidades que o mundo pode absorver pra tirar ssa paz de mim, porque é tão grande, tão lindo e tão verdadeiro qe eu não quero, não quero nunca perder.
e aí eu fico assim.
encantada. espantada. com medo e vontade de chorar.
porque eu sei que eu vou me jogar. eu vejo o abismo, logo ali em frente.
e nunca, na minha vida inteira isso aconteçeu. eu vejo tudo que um dia eu sonhe na minha frente. e eu não vou deixar escapar, não vou.

Pop Art. - By Paco.

sábado, 4 de abril de 2009

Quando Ana chorou.

A melancolia entrava como um desfecho naquela tarde nublada. Ana acendeu um cigarro enquanto encontrava no rádio um blues meio assim; meio jazz, meio solidão.
Sentada no sofá, com seu hobbie florido que seu namorado havia lhe dado de presente de aniversário, sentia-se tão clichê quanto a sua mãe, sua avó, suas tias. Logo ela, tão Cult, cheia de ideologias pós-moderninhas – com seus comportamentos contemporâneos, e sua pose de “oh, não sofro, não choro por amor (sim, porque eles acabam sempre)”, “gosto da minha individualidade. Fique no seu quadrado, por favor...” e todos aqueles blá blá blás de mulher moderna independente do século XXI. Logo ela, chorava naquela tarde cinza, com seus cigarros, seu esmalte vermelho suas pitangas. Foi para mim uma descoberta inacreditável saber que Ana, a mulher pós-contemporânea, também chora pitangas. E por amor, diga-se de passagem! Nessa tarde mesmo Ana se pegou chorando por usar o hobbie florido que aquele namorado, o Marcel, tinha lhe dado de presente no seu aniversário. Era um hobbie lindíssimo e florido, que o próprio trouxe de bali na sua última viagem. Mas já faziam meses que ele havia dado. Cinco meses na verdade. E no dia do aniversário de Ana, quando ela abriu o hobbie, não gostou muito do que viu. O xingou; disse que ele não a conhecia; que só um homem do século passado mesmo para dar de presente a sua namorada algo tão brega e tão kitsch quanto um hobbie florido. Ah, ele nunca soube agradá-la. Nunca soube do que ela realmente gostava. Pois na frente das amigas moderninhas, Ana ouvia Artic Monkeys, e Amy winehouse; mas quando elas não estavam, ela pegava emprestado o hobbie florido da mãe e as pantufas cor-de-rosa, e com uma grande caneca de café e 2 carteiras de cigarro danava-se a ouvir Roberto Carlos. E ele a achava tão linda e confortável no hobbie florido da mãe, ela levitava em seu estado de graça. Vivia falando pela casa que o adorava. Então, em bali quando viajou para fazer pesquisas universitárias, a saudade de Ana quase matou o pobre rapaz. Ficavam na memória os momentos em que sentavam os dois, ela de hobbie florido e ele de camiseta e bermuda, ao lado da vitrola, para ouvir as canções do Roberto Carlos. E eram tantas! A saudade quase o matou nesses meses que passou longe de Ana. Mas caminhando pelas ruas daquele lugar, algo fizeram seus olhos brilharem: o hobbie florido! Igual a mãe de Ana! Perfeito presente para matar a saudade daqueles momentos a qual ele tinha tanto apreço. Comprou. E quando chegou ao Brasil portando o hobbie florido, decidiu lhe fazer uma surpresa, pois o aniversário de Ana se aproximava. Chegou em sua festinha radiante. Marcel, de sorriso tão florido quanto o hobbie, deu-lhe um beijo na nuca, deixou com que Ana conversasse com suas amigas, enquanto tirava de seu velho fusca azul turquesa, que havia sido de seu pai, o lindo presente para sua estimada namorada. Ana viu o pacote, não haviam escrito em português. Seus olhos brilhavam, como os de uma menina que ganha a primeira boneca. Rasgou sem dó o embrulho. E ele aguardava ansioso a reação dela ao seu presente, que lhe havia custado os últimos dólares que restavam para vários dias de viagem ainda. Mas para o transtorno do pobre rapaz, Ana mudou de feição. Disse que não gostara desse ridículo presente, e que só mesmo “um homem do século passado, que andara de fusca azul turquesa iria querer uma namorada de hobbie florido.” As amigas dela riram. Junto a elas, Ana dançou um tango argentino sobre o coração de Marcel. Pobre Marcel, que agora, saia sem despedir-se de Ana. Deixou o estimado hobbie florido caído ao chão, dessa vez sem sorrisos, sem saudades, e com uma velha canção do Roberto Carlos tocando no rádio do fusca turquesa. Naquele momento Ana soube, pelo olhar ferido de Marcel que ele nunca mais voltaria. Doeu nela, mas o show continuou (sempre continua, oras!) . E ela e suas amigas passaram a noite rindo do hobbie florido, tomando bordos e cabernet, falando de Fellini, Woody Allen, e Brigitte Bardot. Mas a festa acabou (sempre acaba.), e no meio da limpeza, Ana recolheu do chão o maldito hobbie florido que ela tanto tinha zombado. Jogou em um canto qualquer. Passaram-se 5 meses após aquele dia. E todos os dias, Ana chorava na calada da noite a falta que fazia o ronco barulhento do fusca de Marcel, quando ele chegara a porta de sua casa. Ah, quanta falta fazia a compainha dele ao som das canções do Roberto Carlos (que para ela, secretamente, era o rei, Roberto Carlos)! Ela chorou todas as noites sem que ninguém percebesse ou visse. Aos que perguntavam sobre a ausência de Marcel, ela apenas dizia que ele resolveu partir. Ela disfarçava absolutamente bem os efeitos colaterais dessas perguntas inesperadas. Pedia educadamente para usar o toillet, e segurava o choro até chegar lá. 10 minutos depois inventava uma desculpa, ia para casa. Suas amigas reclamavam de que ela não mais saia, não mais falava do Woody Allen e nem da Brigitte Bardot. Evitava sair ou ficar em casa vendo os “happy endings” do Clarck Gable. Cinco meses, e o telefone não tocava. Pobre Ana. A ela só a solidão agora servia de herança. E de tanto fugir de si mesma, naquela tarde cinzenta de julho ela não resistiu. Tirou do armário o velho hobbie florido. Ligou o rádio. E mesmo evitando o rei Roberto, uma bandinha Cult dessas que surgem 24 horas no século XXI tocava a versão da música predileta do Marcel, aquele rapaz do fusca azul turquesa no qual ela insistia em fingir não lembrar. “as canções que você fez pra mim”. Sentou-se ao sofá, imaginando-se invisível naquele momento. E de hobbie florido, e unhas vermelho metálico pós-moderno, ela tirou do maço um cigarro. O acendeu. “...quantas vezes você disse que me amava tanto, quantas vezes enxuguei o seu pranto; agora eu choro só sem ter você aqui...” e foi essa a primeira vez que eu vi Ana chorar. E não foi o fato de vê-la chorando que me levou a escrever esse conto; mas é que pela primeira vez, Ana perdeu o medo de ser brega ou clichê, e foi ser quem ela realmente é.

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