sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a solidão e sua jocosa dança.

Ah solidão, em que mares navegas? Vôo as sombras de teus passos arrastados, e não pela falta de amor em minha vida; mas por essa estranheza de ser o que sou em tudo, e ao mesmo tempo em nada. Esse rosto moço em que me carregas, acolhe rugas que só tu conheces.. ah solidão! Sai de teus portos soturnos e finda-te! Deixa que as correntezas marinhas te levem aqui e ali para que nos braços de qualquer mulher, possas desafogar a estranheza de ser quem tu és; tudo e nada... Pegadas destintas; grãos de areia em minha longa estrada. Ah solidão! Bebais vinho e comeis das melhores comidas... te farta solidão, pois hoje, só hoje é teu dia! Hoje é tu que faz festa. Banha-te com as aguas cheirosas, lava teu corpo estranho e talhado pelos cortes das almas que ceifastes. Veste-te com os melhores tecidos, cetim, seda, e algodão... pois até mortalha merece ser honrada. O que seria do branco no arco-íris se não fosse o negro céu em tempestade precedendo-lhes sua beleza? Calça teus pés de chumbo, empunha teu cajado, amiga minha; pois hoje, jantas com tua amada. E em lépido furor, irás te apaixonar. Vejas, tua noiva te espera! ao norte, chega em caravela. Jantas em meu convés. Pois na tua festa, empunho a pena do pesar, para escrever aqui a jocosa dança de amor das destintas senhoras, que a mesa, sentam hoje comigo. Te encorajas à saber o nome da noiva amada reservada pelo destino à solidão amiga? Pois deixo que ela lhe sussurrar ao ouvido quando quiser-se revelar. Mas te digo, que na velhice, ela se aproxima, te dando o beijo letal, ou chamando-te para o menáge que revelará teus cabelos brancos. Por enquanto, pelos sete mares navegam elas, a procura de alguém que possa ocupar a terceira cadeira ao meio de suas cabeçeiras.

sábado, 16 de outubro de 2010

"Tenho tanta fé
tanta devoção..
mas devo confessar
que todo devoto é mortal;
e as vezes, por segundos eternos
Eu sou mesmo.
devota do teu corpo, tuas estradas, nossos beijos...
madrugada."


sabe, eu queria apenas dizer que te amo.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Agri-doce

Essas borboletas que voam no meu estômago quando ainda de te vejo aqui, ausente ou ocupada demais para sentir pelo vento esse coração bobo que ainda bate mais forte. Procuro teu nome embaralhado nas letras do alfabeto sânscrito, e mesmo assim, ainda acho em claro e bom português. Você está em mim, assim como estou em você. Distante, ausente, ocupado, calado sorrindo... Agri-doce era o céu daqueles dias de frio na barriga enfrente ao computador, nesse mesmo céu de acrílico que cintilava emoções tão brilhantes e novas quanto as luzes da cidade se acendendo pouco a pouco após um purpuro crepúsculo. E você? você costumava passear por aqui as abertas, e flutuar em minhas letras. tenho certeza que ainda olhas. ainda que escondido, olhas este velho canteiro. Gostoso é lembrar quando não há mais dor entre nós. Agri-doce é o gosto da felicidade simples que construímos para nós longe um do outro. E mesmo aquele caderno amarelado, ainda anda flutuando pelos ares do meu peito. como um carinho. Agri-doce foi te esquecer sem te perder no tempo e no espaço de ser ou estar. Agri-doce é amar de novo com um sabor único. Sorvete de criança, algodão doce de se saborear... Talvez até melhor do que aquele alvo chumaço que nos pertencia. Porém a vida que se iguala à um parque de diversões à plenos pulmões, e, te traz de volta como um balão vermelho que flutua em um céu azul de manhã de domingo. Agri-doce é recomeçar do zero e me lançar ao sabor dos ventos levada por um novo e grande amor. Agri-doce é te amar não te amando; Agri-doce, é não precisar mais de ti como um antídoto ou cura para as minhas antigas doenças de outrora; Agri-doce é saber que estarás sempre lá, sem mesmo estar. Agri-doce é olhar todas as minhas cicatrizes curadas, e ser feliz, bem feliz.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cansando a vista de quem vem pra ver.

Cansando os olhos.
Já é tarde
e eu preciso dormir
amanhã é dia tenso
mas eu não entendo.
não consigo
dormir
grunir
como qualquer vida inerte na madrugada.
rock'n'roll e sobriedade
cansando a vista
e a visita
de quem vem
apenas para
ver.

domingo, 10 de outubro de 2010

?

Madrugada
Insõnia
Música
moska
tédio
café.
internet.
solidão
fome
de amor
do meu amor.

Brincando de sonhar com o futuro.

"E agora, imagino um domingo calmo, tranquilo e cheio de flores. Estou no jardim, sentada numa velha cadeira de balanço... as crianças correm. no som, "Painter song"* toca ligeiramente sussurrante na voz da Norah que entoa os meus cânticos de paz. Suja de terra, e com o joelhos ralados, e uma menininha dana-se a correr atrás de um cachorro. No outro canto o menino entrete-se com seus castelos de areia e bolinhas de gude. Ao meu lado, uma moça de meia idade: Cabelos esbranquiçados pelo tempo, mãos um tanto calejadas da lida diária, e olhos castanhos que me aquecem como dois sóis leitosos em brasa;

um violão no canto da casa, um cheiro gostoso vindo da cozinha. Anoitece, e o cobertor de lã da felicidade simples, nos protege do frio da solidão no mundo lá, fora de nós.
'

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

olhava para a câmera lentamente. um tanto nervosa, piscava e mordia os lábios.

"-Amor, ponha o fone de ouvidos."
"-porque amor?"
"apenas faz o que te peço, por favor?!"

aceitei sem hesitar.
exilou-se à sala da nossa casa, levou o computador.
e quando voltou, trouxe o mais belo filme de amor que já pude ver em minha vida.
ela despiu-se ali, pra mim.
despiu-se de muros e vestiu-se de palavras;
Ah, palavras...
aquelas eram as palavras mais doces que eu já pude ouvir.

preto-e-branco era o vídeo, coloridos de lágrimas e emoções eram seus olhos.
hoje, o filme roda em minha cabeça.
e me sinto abençoada
por ter matado minha sede em suas fontes de luz.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Do amor

bebo de teu sangue
fumo de teu cigarro
absorvo-te as gotículas de vitalidade que te restam;

sorvo para mim todos os teus sonhos mais lindos
Alimento uma a uma tuas esperanças
te faço infante, valente guerreiro
corajoso e garboso
faço-te pouco à pouco caminhar para o precipício.

e depois de glórias sem fim
o amanhecer de um sol leitoso e maduro;
quente e maternal como um dia de domingo...
ou não.

dou-te à outra façe:
dor, sofrimento, noites sem fim.
poemas, jazz and blues.


Ah, quem sou eu?


o amor meu caro, o amor.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a solidão e sua jocosa dança.

Ah solidão, em que mares navegas? Vôo as sombras de teus passos arrastados, e não pela falta de amor em minha vida; mas por essa estranheza de ser o que sou em tudo, e ao mesmo tempo em nada. Esse rosto moço em que me carregas, acolhe rugas que só tu conheces.. ah solidão! Sai de teus portos soturnos e finda-te! Deixa que as correntezas marinhas te levem aqui e ali para que nos braços de qualquer mulher, possas desafogar a estranheza de ser quem tu és; tudo e nada... Pegadas destintas; grãos de areia em minha longa estrada. Ah solidão! Bebais vinho e comeis das melhores comidas... te farta solidão, pois hoje, só hoje é teu dia! Hoje é tu que faz festa. Banha-te com as aguas cheirosas, lava teu corpo estranho e talhado pelos cortes das almas que ceifastes. Veste-te com os melhores tecidos, cetim, seda, e algodão... pois até mortalha merece ser honrada. O que seria do branco no arco-íris se não fosse o negro céu em tempestade precedendo-lhes sua beleza? Calça teus pés de chumbo, empunha teu cajado, amiga minha; pois hoje, jantas com tua amada. E em lépido furor, irás te apaixonar. Vejas, tua noiva te espera! ao norte, chega em caravela. Jantas em meu convés. Pois na tua festa, empunho a pena do pesar, para escrever aqui a jocosa dança de amor das destintas senhoras, que a mesa, sentam hoje comigo. Te encorajas à saber o nome da noiva amada reservada pelo destino à solidão amiga? Pois deixo que ela lhe sussurrar ao ouvido quando quiser-se revelar. Mas te digo, que na velhice, ela se aproxima, te dando o beijo letal, ou chamando-te para o menáge que revelará teus cabelos brancos. Por enquanto, pelos sete mares navegam elas, a procura de alguém que possa ocupar a terceira cadeira ao meio de suas cabeçeiras.

sábado, 16 de outubro de 2010

"Tenho tanta fé
tanta devoção..
mas devo confessar
que todo devoto é mortal;
e as vezes, por segundos eternos
Eu sou mesmo.
devota do teu corpo, tuas estradas, nossos beijos...
madrugada."


sabe, eu queria apenas dizer que te amo.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Agri-doce

Essas borboletas que voam no meu estômago quando ainda de te vejo aqui, ausente ou ocupada demais para sentir pelo vento esse coração bobo que ainda bate mais forte. Procuro teu nome embaralhado nas letras do alfabeto sânscrito, e mesmo assim, ainda acho em claro e bom português. Você está em mim, assim como estou em você. Distante, ausente, ocupado, calado sorrindo... Agri-doce era o céu daqueles dias de frio na barriga enfrente ao computador, nesse mesmo céu de acrílico que cintilava emoções tão brilhantes e novas quanto as luzes da cidade se acendendo pouco a pouco após um purpuro crepúsculo. E você? você costumava passear por aqui as abertas, e flutuar em minhas letras. tenho certeza que ainda olhas. ainda que escondido, olhas este velho canteiro. Gostoso é lembrar quando não há mais dor entre nós. Agri-doce é o gosto da felicidade simples que construímos para nós longe um do outro. E mesmo aquele caderno amarelado, ainda anda flutuando pelos ares do meu peito. como um carinho. Agri-doce foi te esquecer sem te perder no tempo e no espaço de ser ou estar. Agri-doce é amar de novo com um sabor único. Sorvete de criança, algodão doce de se saborear... Talvez até melhor do que aquele alvo chumaço que nos pertencia. Porém a vida que se iguala à um parque de diversões à plenos pulmões, e, te traz de volta como um balão vermelho que flutua em um céu azul de manhã de domingo. Agri-doce é recomeçar do zero e me lançar ao sabor dos ventos levada por um novo e grande amor. Agri-doce é te amar não te amando; Agri-doce, é não precisar mais de ti como um antídoto ou cura para as minhas antigas doenças de outrora; Agri-doce é saber que estarás sempre lá, sem mesmo estar. Agri-doce é olhar todas as minhas cicatrizes curadas, e ser feliz, bem feliz.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cansando a vista de quem vem pra ver.

Cansando os olhos.
Já é tarde
e eu preciso dormir
amanhã é dia tenso
mas eu não entendo.
não consigo
dormir
grunir
como qualquer vida inerte na madrugada.
rock'n'roll e sobriedade
cansando a vista
e a visita
de quem vem
apenas para
ver.

domingo, 10 de outubro de 2010

?

Madrugada
Insõnia
Música
moska
tédio
café.
internet.
solidão
fome
de amor
do meu amor.

Brincando de sonhar com o futuro.

"E agora, imagino um domingo calmo, tranquilo e cheio de flores. Estou no jardim, sentada numa velha cadeira de balanço... as crianças correm. no som, "Painter song"* toca ligeiramente sussurrante na voz da Norah que entoa os meus cânticos de paz. Suja de terra, e com o joelhos ralados, e uma menininha dana-se a correr atrás de um cachorro. No outro canto o menino entrete-se com seus castelos de areia e bolinhas de gude. Ao meu lado, uma moça de meia idade: Cabelos esbranquiçados pelo tempo, mãos um tanto calejadas da lida diária, e olhos castanhos que me aquecem como dois sóis leitosos em brasa;

um violão no canto da casa, um cheiro gostoso vindo da cozinha. Anoitece, e o cobertor de lã da felicidade simples, nos protege do frio da solidão no mundo lá, fora de nós.
'

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

olhava para a câmera lentamente. um tanto nervosa, piscava e mordia os lábios.

"-Amor, ponha o fone de ouvidos."
"-porque amor?"
"apenas faz o que te peço, por favor?!"

aceitei sem hesitar.
exilou-se à sala da nossa casa, levou o computador.
e quando voltou, trouxe o mais belo filme de amor que já pude ver em minha vida.
ela despiu-se ali, pra mim.
despiu-se de muros e vestiu-se de palavras;
Ah, palavras...
aquelas eram as palavras mais doces que eu já pude ouvir.

preto-e-branco era o vídeo, coloridos de lágrimas e emoções eram seus olhos.
hoje, o filme roda em minha cabeça.
e me sinto abençoada
por ter matado minha sede em suas fontes de luz.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Do amor

bebo de teu sangue
fumo de teu cigarro
absorvo-te as gotículas de vitalidade que te restam;

sorvo para mim todos os teus sonhos mais lindos
Alimento uma a uma tuas esperanças
te faço infante, valente guerreiro
corajoso e garboso
faço-te pouco à pouco caminhar para o precipício.

e depois de glórias sem fim
o amanhecer de um sol leitoso e maduro;
quente e maternal como um dia de domingo...
ou não.

dou-te à outra façe:
dor, sofrimento, noites sem fim.
poemas, jazz and blues.


Ah, quem sou eu?


o amor meu caro, o amor.

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