sábado, 15 de novembro de 2008

Ensaio sobre a vontade - ou, S-E-N-T-I-R.

O que seria, ou significaria vontade? não a vontade que existe no dicionário, mas essa, que se instalou aqui. Dentro de mim.
antes eu tinha vontade, mas era uma vontade visível, palpável e aparente. Mas é engraçado e embaraçoso agora. Eu sinto vontade, ou melhor, eu quero. quero e ponto. eu não queria, pois a partícula "queria" é passado, e, mesmo com uma probabilidade mórbida de tão impossível de se acontecer, se hoje você viesse até a mim, como eu tenho vontade de ir até você, eu ainda quereria, ou melhor, eu ainda quero.
mas é diferente.
Eu não quero que você saiba da minha vontade, eu quero que você me olhe. É o seu olhar que desejo atrair e não "você". Você, pessoa a quem falo, aqui nesse texto. Eu não quero que você me namore, eu não quero que você me ame. O que eu quero de você é que você me enxergue. e depois de me enxergar eu não quero ver seu desejo, não. Eu quero sentir o seu desejo. Sentir assim, sem os olhos, como eu sinto essas palavras saindo do meu desejo agora para o teclado e em seguida, através de cabos, partículas e cursores,chegar à tela do meu computador. e com mais redes e fibra ótica chegarem até o meu blog, e do meu blog chegar, quem sabe, até você.

S-E-N-T-I-R.

Vou dar um exemplo mais claro.

É como se estivéssemos ali. Eu e você frente a frente, num quarto escuro e vendadas. Eu não poderia te ver, mas uma hora, caminhando pelo espaço mínimo de um quarto sem objetos, eu sentiria a sua presença. E depois de sentir tua presença, imediatamente eu te tocaria. Pois a falta, ou a insuficiência dos olhos, nos fazem enxergar com as mãos, ou seja, de um modo mais rústico e direto, isso é sentir. mas não é desse sentir que te falo agora.
Como te disse, hoje é embaraçoso e dificílimo esconder isso de você, Mas eu me esforço muito, mesmo sem saber se tenho êxito nas minhas tarefas de esconder ou não. No fundo no fundo eu sei que quando eu te vejo meu coração acelera. Mas não. Não penses tu que eu esteja apaixonada ou "nas tuas mãos". Isto seria um erro gravíssimo, posto que seja apenas minha, e me dou para quem eu quero, apenas. Seria realmente uma grande tolice tua pensar que eu esteja apaixonada. Eu posso até vir a me apaixonar mais tarde. Mas só mais tarde. Pois agora, o que eu quero de ti é que me descubras. Assim como eu te descobri, ao fechar meus olhos e ouvir tua voz cantar próximo a mim. Para que depois, num quarto escuro e de venda nos olhos, possamos descobrir juntas o que significaria, ou o que seria S-E-N-T-I-R.

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sábado, 15 de novembro de 2008

Ensaio sobre a vontade - ou, S-E-N-T-I-R.

O que seria, ou significaria vontade? não a vontade que existe no dicionário, mas essa, que se instalou aqui. Dentro de mim.
antes eu tinha vontade, mas era uma vontade visível, palpável e aparente. Mas é engraçado e embaraçoso agora. Eu sinto vontade, ou melhor, eu quero. quero e ponto. eu não queria, pois a partícula "queria" é passado, e, mesmo com uma probabilidade mórbida de tão impossível de se acontecer, se hoje você viesse até a mim, como eu tenho vontade de ir até você, eu ainda quereria, ou melhor, eu ainda quero.
mas é diferente.
Eu não quero que você saiba da minha vontade, eu quero que você me olhe. É o seu olhar que desejo atrair e não "você". Você, pessoa a quem falo, aqui nesse texto. Eu não quero que você me namore, eu não quero que você me ame. O que eu quero de você é que você me enxergue. e depois de me enxergar eu não quero ver seu desejo, não. Eu quero sentir o seu desejo. Sentir assim, sem os olhos, como eu sinto essas palavras saindo do meu desejo agora para o teclado e em seguida, através de cabos, partículas e cursores,chegar à tela do meu computador. e com mais redes e fibra ótica chegarem até o meu blog, e do meu blog chegar, quem sabe, até você.

S-E-N-T-I-R.

Vou dar um exemplo mais claro.

É como se estivéssemos ali. Eu e você frente a frente, num quarto escuro e vendadas. Eu não poderia te ver, mas uma hora, caminhando pelo espaço mínimo de um quarto sem objetos, eu sentiria a sua presença. E depois de sentir tua presença, imediatamente eu te tocaria. Pois a falta, ou a insuficiência dos olhos, nos fazem enxergar com as mãos, ou seja, de um modo mais rústico e direto, isso é sentir. mas não é desse sentir que te falo agora.
Como te disse, hoje é embaraçoso e dificílimo esconder isso de você, Mas eu me esforço muito, mesmo sem saber se tenho êxito nas minhas tarefas de esconder ou não. No fundo no fundo eu sei que quando eu te vejo meu coração acelera. Mas não. Não penses tu que eu esteja apaixonada ou "nas tuas mãos". Isto seria um erro gravíssimo, posto que seja apenas minha, e me dou para quem eu quero, apenas. Seria realmente uma grande tolice tua pensar que eu esteja apaixonada. Eu posso até vir a me apaixonar mais tarde. Mas só mais tarde. Pois agora, o que eu quero de ti é que me descubras. Assim como eu te descobri, ao fechar meus olhos e ouvir tua voz cantar próximo a mim. Para que depois, num quarto escuro e de venda nos olhos, possamos descobrir juntas o que significaria, ou o que seria S-E-N-T-I-R.

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