sábado, 8 de novembro de 2008

Metamorfose I

Não te consola dizer-te que não sei quem sou?
antes eu achava que sabia.
Clarice e seus versos me ajudam a me sentir um pouco mais confortável nesse estado, posto que achando uma vez que sabia quem era, desmoronei, quando descobri que toda essa certeza não passava de uma tola ilusão juvenil. Demora um pouco, mas eu vou aos poucos deixando a angústia para mais tarde, e, com a leitura lispectorana vou fazendo sala e reconhecimentos a esse ser tão estranho que decidiu fazer morada nos cantos de minha alma. ou talvez não. talvez ele sempre esteve ali em outro estado, e parece mais que a angústia aguda que eu sentia, era a dor de uma metamorfose. A menina talvez sinta-se estranha com a mulher. E uma olha a outra com pavor. Mas será que é uma mulher? eu não sei. não sei seu nome, endereço, sua cor, suas ideologias de mundo. Talvez esse ser seja híbrido e não seja nada. E isso pode ter me deixado, enquanto menina, assustada. Talvez eu não esteja preparada para entender esse ser, talvez não tenha metade da maturidade que eu achava que tinha. Mas o que é maturidade?! e o que isso significa para esse ser que surgiu de uma angustia? para ele, que de tão híbrido, que mesmo dentro de mim, não consigo identificar suas codificações, eu sinceramente não sei. Mas pra mim que vejo de fora pra dentro, com a ajuda do binóculo de Clarice, talvez essa tão falada "maturidade", seja apenas sentir a angústia aguda dessa metamorfose. Que é como passar pelo buraco de uma agulha, para, assim depois, quem sabe conquistar a amplidão. E, só depois de senti-la com todas as suas agulhas que furam cada vez que eu tento decifrar e entender esse ser que sou, após essa metamorfose, aprender, definitivamente a respeitá-lo e aceitá-lo, como ele vier.
Talvez seja isso.
deixarei o tempo correr.

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sábado, 8 de novembro de 2008

Metamorfose I

Não te consola dizer-te que não sei quem sou?
antes eu achava que sabia.
Clarice e seus versos me ajudam a me sentir um pouco mais confortável nesse estado, posto que achando uma vez que sabia quem era, desmoronei, quando descobri que toda essa certeza não passava de uma tola ilusão juvenil. Demora um pouco, mas eu vou aos poucos deixando a angústia para mais tarde, e, com a leitura lispectorana vou fazendo sala e reconhecimentos a esse ser tão estranho que decidiu fazer morada nos cantos de minha alma. ou talvez não. talvez ele sempre esteve ali em outro estado, e parece mais que a angústia aguda que eu sentia, era a dor de uma metamorfose. A menina talvez sinta-se estranha com a mulher. E uma olha a outra com pavor. Mas será que é uma mulher? eu não sei. não sei seu nome, endereço, sua cor, suas ideologias de mundo. Talvez esse ser seja híbrido e não seja nada. E isso pode ter me deixado, enquanto menina, assustada. Talvez eu não esteja preparada para entender esse ser, talvez não tenha metade da maturidade que eu achava que tinha. Mas o que é maturidade?! e o que isso significa para esse ser que surgiu de uma angustia? para ele, que de tão híbrido, que mesmo dentro de mim, não consigo identificar suas codificações, eu sinceramente não sei. Mas pra mim que vejo de fora pra dentro, com a ajuda do binóculo de Clarice, talvez essa tão falada "maturidade", seja apenas sentir a angústia aguda dessa metamorfose. Que é como passar pelo buraco de uma agulha, para, assim depois, quem sabe conquistar a amplidão. E, só depois de senti-la com todas as suas agulhas que furam cada vez que eu tento decifrar e entender esse ser que sou, após essa metamorfose, aprender, definitivamente a respeitá-lo e aceitá-lo, como ele vier.
Talvez seja isso.
deixarei o tempo correr.

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