sábado, 8 de novembro de 2008

Metamorfose II

Cai o véu da noite. E aqui nesse quarto, dialogo com minhas idéias, sentimentos e memórias. Me destraio um pouco com as risadas e proseamentos de minha irmã, que anda encantadinha por um alemão que prepara sushis, cozinha massas italianas e iguarias da culinária francesa.
Por um estante me esqueço do "buraco e a agulha" e das metamorfoses que permeiam minha alma. Agora, daqui de dentro olho para a minha janela; daqui, não vejo a lua. Só a escuridão da noite; Tão negra noite que de tanto olhar me cego. me vendo e prefiro as vezes, infantilmente, não exergar o que existe a minha frente. Mas o que há de verdade em minha frente, o dentro da noite escura? O que haverá?
Minha irmã foi à cozinha se alimentar, enquanto eu jogo palavras aqui. de lá, ela volta a falar de seu homem ariano e por um instante, eu tento me por na pele dele. O que poderia se passar na cabeça de um homem que nasce no outro hemisfério do mundo, com uma lingua totalmente diferente, com um clima totalmente diferente, e uma cultura gravíssimamente diferente, e derrepente, ele migra de sua pátria materna para morar num país em outro continente, sem saber falar sequer a língua materna do país. Há 18 anos ele mora aqui, no Brasil, e ainda não conhece direito as firulas de nossa língua. Confunde palavras como um bebê que está aprendendo a formar sons om a boca; A decifrar as codificações dos signos que se juntam e formam palavras. Talvez seja assim que sinto-me agora. Um bebê aprendendo a andar, ou um estrangeiro: um brasileiro solto na rússia, caindo de pára-quedas sem nem conhecer o alfabeto de sua língua materna. E é com essa intimidação que encaro este ser que sou eu. E, assim como o meu cunhado ariano, eu espero que com o decorrer desse tempo, eu aprenda a respeitar e conviver com este ser dentro de mim. Mesmo que eu não o entenda claramente ou não saiba ao menos quem ou como ele é.

Um comentário:

Elilson disse...

Como és apaixonante!
Eu também, vivo aqui há 16 anos e não sou familiarizado com o hino nacional, com os costumes desta terra...
Verdade, qual será a verdade que há no escuro das noites?!
Enquanto não descobrimos, bastanos ler tua clara e melódica descrição.

sábado, 8 de novembro de 2008

Metamorfose II

Cai o véu da noite. E aqui nesse quarto, dialogo com minhas idéias, sentimentos e memórias. Me destraio um pouco com as risadas e proseamentos de minha irmã, que anda encantadinha por um alemão que prepara sushis, cozinha massas italianas e iguarias da culinária francesa.
Por um estante me esqueço do "buraco e a agulha" e das metamorfoses que permeiam minha alma. Agora, daqui de dentro olho para a minha janela; daqui, não vejo a lua. Só a escuridão da noite; Tão negra noite que de tanto olhar me cego. me vendo e prefiro as vezes, infantilmente, não exergar o que existe a minha frente. Mas o que há de verdade em minha frente, o dentro da noite escura? O que haverá?
Minha irmã foi à cozinha se alimentar, enquanto eu jogo palavras aqui. de lá, ela volta a falar de seu homem ariano e por um instante, eu tento me por na pele dele. O que poderia se passar na cabeça de um homem que nasce no outro hemisfério do mundo, com uma lingua totalmente diferente, com um clima totalmente diferente, e uma cultura gravíssimamente diferente, e derrepente, ele migra de sua pátria materna para morar num país em outro continente, sem saber falar sequer a língua materna do país. Há 18 anos ele mora aqui, no Brasil, e ainda não conhece direito as firulas de nossa língua. Confunde palavras como um bebê que está aprendendo a formar sons om a boca; A decifrar as codificações dos signos que se juntam e formam palavras. Talvez seja assim que sinto-me agora. Um bebê aprendendo a andar, ou um estrangeiro: um brasileiro solto na rússia, caindo de pára-quedas sem nem conhecer o alfabeto de sua língua materna. E é com essa intimidação que encaro este ser que sou eu. E, assim como o meu cunhado ariano, eu espero que com o decorrer desse tempo, eu aprenda a respeitar e conviver com este ser dentro de mim. Mesmo que eu não o entenda claramente ou não saiba ao menos quem ou como ele é.

Um comentário:

Elilson disse...

Como és apaixonante!
Eu também, vivo aqui há 16 anos e não sou familiarizado com o hino nacional, com os costumes desta terra...
Verdade, qual será a verdade que há no escuro das noites?!
Enquanto não descobrimos, bastanos ler tua clara e melódica descrição.

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