segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre a viagem. - Carta à minha protegida, ou ainda, Crônica sobre a missão que a mim foi dada.

Foi tempo de ganhar. somar coisas boas, confraternizar com amigos, trabalhar, posto que somo operários de teatro.. mas enquanto sorteavam anjos e protegidos, eu peguei um papel, e, ao longe vi uma mulher, que a mim foi dada a função de cuidar. Não sabia muito. Apenas seu nome. Tinha cabelos negros, olhos mel, e uma câmera fotográfica; Na qual, por suas lentes, enxergava o mundo. Mas não como ele era, e sim ao seu modo. Poer entre brincadeiras e sorrisos, chegamos ao nosso destino. Ares novos, cama, mesa, banho e teatro. BRAVO! BRAVO! E com sucesso cumprimos nossa missão. mas na volta, enquanto tirava minha maquiagem que levara as pessoas na platéia a pensar, eu pude ver nessa mulher uma angústia... uma angústia contagiosa. Tentei-me aproximar.. E conversamos bobagens cotidianas, e então soprei versos de uma canção, e do rosto dessa mulher, uma lágrima pude ver rolar. sentei-me ao seu lado, pus sua cabeça em meu colo. Perguntei-lhe o tanto a afligia e então, como num passe de mágica pude ver, bem diante dos meus olhos, a mulher enigmática se mostrar menina... com saudades do que chegará e o receio de viver o perfeito que ela respira quando o moço bonito está por perto. Nesse momento, com os dedos por entre os seus cabelos, tentei mostra-lhes os meus pés cançados e meu coração sufocado de não viver por temer o que poderia ser perfeito. Falei-lhe dos reis e dos homens; das guerras e das batalhas que tenho que vencer todos os dias para suportar o desejo de viver o que escondi durante todo esse tempo. Não é válido viver nas trevas de esconder-se enquanto a beleza está em viver sem temer... está em doar-se sem esperar receber de volta, está em arriscar-se, sujar-se, aprender com as dores e com o sofrimento, libertar-se, para saber que valeu cada gota de lágrima que escorreu de seu rosto para lavar as feridas que os amores lhe causaram; E ela olhou-me assustada, e disse: "-...Tu és tão grande, que dá medo!..." e eu lhe disse calma:" -não precisa temer.." e continuei a tentar curmprir minha missão, que até então era segredo e só se revelaria ao final dessa viagem. Falei-lhe então dos prazeres de digerir devagar cada sentimento, cada momento ao lado de quem se ama, de sentir as emoções por inteiro e não deixá-las se perderem por pressa ou sede de viver. Porque como um bom vinho, a paixão se degusta devagar, para que ao final de tudo, nos trazer prazer. e então, ela desacelerou. Seus movimentos agora eram leves. Seus pensamentos não pesavam mais, e aquilo que a prendia não mais a algemava. E então, falei-lhe das palavras, que como flechas em direção ao alvo, podem ser certeiras e melhorar ou piorar a vida de um ser humano. e jamais ele poderia ser o mesmo depois dela (a palavra). Levantou-se levemente do meu colo, sentou-se a cama, e lépida me disse:"- Você acertou meu alvo. E após essa conversa, aquilo que me angustiava sumiu. Muito obrigado." E ali, naquele exato momento, eu pude ter duas das mais belas certezas que eu poderia ter nessa viagem, e que eu não esperava:

1° : Eu pude perceber que consegui com êxito cumprir a missão que a mim foi dada. Uma missão tão bonita, que é ser anjo da guarda; Cuidar, proteger e velar por alguém;

2° : Cumprindo minha missão, eu pude, da maneira mais mágica que poderia acontecer, angariar mais alguém para uma exêntrica coleção que tenho em meu coração; A minha estimada coleção de pessoas beléssimamente boas e para as quais eu prezo e quero muito bem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu anjo, adorei muito o texto, e apesar do nosso pouco convívio já sinto a tua falta...
Acho que nada acontece por acaso, aquele era o momento do nascer de uma nova amizade.. sim! você também já faz pate da minha pequena coleção!

Abraço bem grande p tu!

Elilson disse...

As estantes vão se preenchendo de vida ou melhor de vidas, quando damos o toque certo num momento que poderia ser mais um.
Eu devo confessar que por rápidos instantes observava do chão aquele carinho, calor humano, doçura imediata que ocorria na cama e via o quão de verdade se fazia naquelas palavras. Foi tudo tão concreto, que nem o meu olhar de espectador vocês perceberam.
Missão mais que bem cumprida, diria, eximiamente executada!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre a viagem. - Carta à minha protegida, ou ainda, Crônica sobre a missão que a mim foi dada.

Foi tempo de ganhar. somar coisas boas, confraternizar com amigos, trabalhar, posto que somo operários de teatro.. mas enquanto sorteavam anjos e protegidos, eu peguei um papel, e, ao longe vi uma mulher, que a mim foi dada a função de cuidar. Não sabia muito. Apenas seu nome. Tinha cabelos negros, olhos mel, e uma câmera fotográfica; Na qual, por suas lentes, enxergava o mundo. Mas não como ele era, e sim ao seu modo. Poer entre brincadeiras e sorrisos, chegamos ao nosso destino. Ares novos, cama, mesa, banho e teatro. BRAVO! BRAVO! E com sucesso cumprimos nossa missão. mas na volta, enquanto tirava minha maquiagem que levara as pessoas na platéia a pensar, eu pude ver nessa mulher uma angústia... uma angústia contagiosa. Tentei-me aproximar.. E conversamos bobagens cotidianas, e então soprei versos de uma canção, e do rosto dessa mulher, uma lágrima pude ver rolar. sentei-me ao seu lado, pus sua cabeça em meu colo. Perguntei-lhe o tanto a afligia e então, como num passe de mágica pude ver, bem diante dos meus olhos, a mulher enigmática se mostrar menina... com saudades do que chegará e o receio de viver o perfeito que ela respira quando o moço bonito está por perto. Nesse momento, com os dedos por entre os seus cabelos, tentei mostra-lhes os meus pés cançados e meu coração sufocado de não viver por temer o que poderia ser perfeito. Falei-lhe dos reis e dos homens; das guerras e das batalhas que tenho que vencer todos os dias para suportar o desejo de viver o que escondi durante todo esse tempo. Não é válido viver nas trevas de esconder-se enquanto a beleza está em viver sem temer... está em doar-se sem esperar receber de volta, está em arriscar-se, sujar-se, aprender com as dores e com o sofrimento, libertar-se, para saber que valeu cada gota de lágrima que escorreu de seu rosto para lavar as feridas que os amores lhe causaram; E ela olhou-me assustada, e disse: "-...Tu és tão grande, que dá medo!..." e eu lhe disse calma:" -não precisa temer.." e continuei a tentar curmprir minha missão, que até então era segredo e só se revelaria ao final dessa viagem. Falei-lhe então dos prazeres de digerir devagar cada sentimento, cada momento ao lado de quem se ama, de sentir as emoções por inteiro e não deixá-las se perderem por pressa ou sede de viver. Porque como um bom vinho, a paixão se degusta devagar, para que ao final de tudo, nos trazer prazer. e então, ela desacelerou. Seus movimentos agora eram leves. Seus pensamentos não pesavam mais, e aquilo que a prendia não mais a algemava. E então, falei-lhe das palavras, que como flechas em direção ao alvo, podem ser certeiras e melhorar ou piorar a vida de um ser humano. e jamais ele poderia ser o mesmo depois dela (a palavra). Levantou-se levemente do meu colo, sentou-se a cama, e lépida me disse:"- Você acertou meu alvo. E após essa conversa, aquilo que me angustiava sumiu. Muito obrigado." E ali, naquele exato momento, eu pude ter duas das mais belas certezas que eu poderia ter nessa viagem, e que eu não esperava:

1° : Eu pude perceber que consegui com êxito cumprir a missão que a mim foi dada. Uma missão tão bonita, que é ser anjo da guarda; Cuidar, proteger e velar por alguém;

2° : Cumprindo minha missão, eu pude, da maneira mais mágica que poderia acontecer, angariar mais alguém para uma exêntrica coleção que tenho em meu coração; A minha estimada coleção de pessoas beléssimamente boas e para as quais eu prezo e quero muito bem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu anjo, adorei muito o texto, e apesar do nosso pouco convívio já sinto a tua falta...
Acho que nada acontece por acaso, aquele era o momento do nascer de uma nova amizade.. sim! você também já faz pate da minha pequena coleção!

Abraço bem grande p tu!

Elilson disse...

As estantes vão se preenchendo de vida ou melhor de vidas, quando damos o toque certo num momento que poderia ser mais um.
Eu devo confessar que por rápidos instantes observava do chão aquele carinho, calor humano, doçura imediata que ocorria na cama e via o quão de verdade se fazia naquelas palavras. Foi tudo tão concreto, que nem o meu olhar de espectador vocês perceberam.
Missão mais que bem cumprida, diria, eximiamente executada!

.